Um dos maiores ídolos da torcida do Atlético está armando uma arapuca para tentar derrotar o Furacão na estréia no Campeonato Paranaense. Ricardo Pinto, goleiro rubro-negro na década de 90, é o atual técnico do J. Malucelli e vai colocar em prática, domingo, uma formação tática que promete surpreender o time da Baixada.
Ricardo garante que o Jotinha está pronto para largar com o pé direito no estadual, conquistando uma vitória sobre um dos favoritos ao título. ?Estamos trabalhando desde o ano passado para esta estréia. Fizemos uma ótima preparação física e agora só estamos aprimorando a parte tática?, afirma.
No período de preparação, Ricardo bolou com o time uma arma secreta, que será colocada em prática contra o Atlético. ?É uma surpresa, embasada no vigor físico e na marcação. Mas não é nada muito mirabolante, porque no futebol não há muito o que inventar?, despista.
Segundo o treinador, a mesma estratégia será usada ao longo de todo o estadual. ?Não é especial para pegar o Atlético. É o que vamos fazer em todo o campeonato?, revela Ricardo, que aponta o entrosamento como uma das qualidades do Jotinha.
?A equipe é boa, homogênea e já contamos com uma base de 2006. Vamos surpreender muita gente?, acredita.
O destino determinou que, no caminho de Ricardo Pinto em 2007, o primeiro obstáculo fosse o clube de seu coração. Revelado pelo Fluminense e com passagens por Corinthians e Cerro Porteño, do Paraguai, foi com o Atlético que o ex-goleiro mais se identificou.
Com incríveis defesas e sempre declarando seu amor ao Furacão, conquistou a torcida rubro-negra, que o trata como um eterno ídolo.
Porém, na hora de a bola rolar, Ricardo garante que o lado profissional supera a emoção. Ele já enfrentou o Rubro-Negro jogando no gol do Iraty e da equipe amadora do Capão Raso, pela Copa Sesquicentenário. Como técnico, dirigiu o Jotinha contra o Furacão na Copa dos 100 Anos, em outubro do ano passado, num empate em 1 a 1.
Assim, Ricardo diz que já está acostumado com a situação. ?Meu carinho pelo Atlético é nutrido pelo ótimo tratamento que eu sempre recebi. Serei eternamente grato, mas isso fica bem separado. Estou num clube que está me dando uma excelente oportunidade.
Vou fazer de tudo para que o J. Malucelli seja vencedor?, avisa.
Pra matar saudade
O Atlético tenta, domingo, acabar com a saudade de vitórias que já está se abatendo sobre a torcida.
A última vez que o time principal do Furacão venceu uma partida foi no dia 1.º de novembro de 2006: 6 x 4 sobre o Vasco, na Baixada.
Porém, se os titulares do Furacão não conseguem ganhar há 73 dias, o mesmo não vale para o time B.
Apesar da fraca campanha na Copa dos 100 Anos, quando terminou na sexta posição, o Ventania se despediu da competição e do ano de 2006 com triunfo: 2 a 1 sobre o Roma, em 1.º de dezembro.
Mas o time que estará em campo domingo é bem diferente daquele que bateu a equipe de Apucarana.
Dos que estavam na Baixada na ocasião, apenas Evandro jogará domingo no Xingu.
O Rubro-Negro deve enfrentar o Jotinha com Vinícius; Edmar, Gustavo, Alex e Beto; Erandir, Chico, Wellington e Evandro; Rodrigão e Jonatas. O atacante Dagoberto ficará como opção no banco de reservas.
Alex Mineiro está na área
Outro grande ídolo rubro-negro desembarcou na manhã de ontem no CT do Caju. O atacante Alex Mineiro está de volta ao Brasil, após uma temporada no Kashima Antlers, do Japão, e se apresentou ao Furacão, com quem tem contrato até o final de 2007.
Alex teria feito exames médicos e participado dos treinamentos com o elenco rubro-negro. Porém, é praticamente certo que ele não ficará no Atlético. Acima dos padrões salariais do time da Baixada, o atacante já recebeu propostas de clubes como Grêmio, Palmeiras e Atlético-MG e pode acertar sua transferência nos próximos dias.
Alex Mineiro escreveu seu nome na história do Furacão ao marcar oito gols decisivos na fase final do Brasileirão 2001. O matador rubro-negro balançou as redes contra o São Paulo, pelas quartas-de-final, três vezes contra o Fluminense, na semi, e mais três contra o São Caetano, na primeira partida da decisão. Completou o feito no jogo de volta contra o Azulão, quando marcou mais uma vez, garantindo ao Atlético o título de campeão brasileiro.
