Se alguém esperava que o Atlético iria facilitar as coisas para o São Caetano caiu do cavalo. Apesar da maior motivação do adversário, o Rubro-Negro fez uma boa partida, ontem, na Kyocera Arena, e empatou com o Azulão por 2 a 2. Com o resultado, o Furacão subiu para a 7.ª colocação no Campeonato Brasileiro e só precisa de um empate nos dois jogos restantes para garantir matematicamente a vaga na Copa Sul-Americana. O próximo compromisso é o Paysandu, domingo que vem, também em casa.
Após as provocações do presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, de que o time da Baixada iria ?entregar? o jogo para a equipe do ABC, a partida ganhou uma empolgação inusitada. Enquanto o técnico Evaristo de Macedo e os jogadores trataram logo de desmentir qualquer facilidade ao adversário, a torcida chegou a ficar na dúvida. Ou torcia para o clube do coração ou para o rival cair para a Segundona. Os jogadores confirmaram o que falaram e foram para cima do São Caetano.
O primeiro tempo chegou a parecer uma decisão, que realmente era para os comandados de Cuca. Mas, os atleticanos honraram a camisa rubro-negra e também foram para cima e conseguiram boas chances, desperdiçadas por Finazzi na cara do gol. A retribuição veio do outro lado. O limitado Somália perdeu gols incríveis e deixou as maiores emoções para a segunda etapa. Sem contar, é claro, com a vibração nas arquibancadas com o gol do Galo, no Mineirão, contra o Coritiba.
Na volta do intervalo, os gols saíram, mas o nível técnico caiu. Mesmo com os quatro gols. Depois que Triguinho recebeu na área e tocou na saída de Tiago Cardoso, os mais de seis mil torcedores até aplaudiram o adversário, mas Evaristo queria ganhar e mexeu na equipe. As alterações deram o gás necessário para o time reagir e virar. Primeiro com Ferreira, que entrou como quis na defesa do Azulão e chutou no canto. Depois com Finazzi, que aproveitou uma bola alçada com inteligência na área por Alan Bahia.
O empate só veio num pênalti desnecessário de Danilo em cima de Triguinho. O meia Márcio Richardes cobrou com precisão e deixou tudo igual. A torcida tentou empurrar a equipe, mas a comemoração veio mesmo com o anúncio de final de partida em Belo Horizonte. Como rivalidade é rivalidade, o empateu acabou sendo de bom tamanho para quem esteve na Baixada.
Jogadores superam cansaço e reagem contra o Azulão
A maratona de três jogos em oito dias e em três cidades diferentes foi apontada pelo técnico Evaristo de Macedo como motivo de a produção do Atlético não ter sido melhor diante do São Caetano. Para o treinador, o cansaço bateu sobre os jogadores e o empate por 2 a 2 acabou sendo satisfatório nessa reta final de Campeonato Brasileiro. ?Acho que foi um jogo de superação?, disse o comandante do Rubro-Negro.
De acordo com ele, a delegação do Furacão teve que superar uma série de percalços para jogar em Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba, de domingo a domingo. ?Nós fizemos uma maratona de jogos, de aeroporto, de atraso de avião, de mudança de local. Jogamos em Goiás com quase 40ºC e, ontem, nem treinamos por que quem iria jogar estava visivelmente cansado?, explicou Evaristo.
Por isso, segundo o treinador, os jogadores foram profissionais e não deram margem nenhuma para polêmicas com o rival. ?Foi um jogo difícil poque o time do São Caetano é, fisicamente, muito forte. Então, em função da força, eles conseguiram, às vezes, o domínio, porque nós não estávamos na plenitude. Mas, o time teve espírito de reação e foi uma pena não conseguirmos a vitória?, destacou.
Desfalques
Para a partida contra o Paysandu, Evaristo não poderá contar com os zagueiros Danilo e Paulo André. Ambos tomaram o terceiro cartão amarelo e terão que cumprir a suspensão automática. Os trabalhos para o confronto contra os paraenses recomeçam amanhã à tarde no CT do Caju.
Já são 3,5 mil caixas de foguete
A possibilidade de o Coritiba ser rebaixado na próxima rodada do Campeonato Brasileiro está movimentando a torcida do Atlético. Os rivais querem dar o troco nos alviverdes, que ?comemoraram? os vices do Rubro-Negro no Nacional do ano passado e na Libertadores deste ano. Até agora, já são 3,5 mil caixas de foguetes reservadas para o Coxa e a confraria Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA) quer dez mil pessoas envolvidas até domingo que vem.
?É a corrente do foguetório da solidariedade?, provoca Doático Santos, presidente da confraria. De acordo com ele, cada um dos 3,5 mil torcedores envolvidos já comprou uma caixa de foguete. ?No momento em que se confirmar o rebaixamento as pessoas vão estourar os fogos de onde estiverem, em homenagem ao rival?, dispara.
Segundo Doático, algumas lojas estão até fazendo promoção nos fogos de artifício. Quem quiser mais informações pode entrar em contato com o ETA através do endereço eletrônico eta.confraria@uol.com.br. Na partida de domingo, além dos fogos, Doático garante que alguns torcedores já estão se mobilizando para levar o caixão alviverde. ?Queremos simbolizar o passamento deles?, finaliza.
CAMPEONATO BRASILEIRO
40.ª Rodada
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Antônio Hora Filho (SE)
Assistentes: Antônio da Cruz dos Santos (SE) e Ivaney Alves de Lima (SE)
Gol: Triguinho aos 12, Ferreira aos 21, Finazzi aos 24 e Márcio Richardes aos 33 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Ferreira, Júlio César, Paulo André, Danilo, Pingo
Renda: R$ 95.502,50
Público pagante: 6.933
Público total: 8.484
Atlético 2 x 2 São Caetano
Atlético
Tiago Cardoso; Danilo, Paulo André e Durval (Juliano); Jancarlos, Alan Bahia, Cristian, Evandro (Schumaker) e Marín; Ferreira e Finazzi. Técnico: Evaristo de Macedo
São Caetano
Sílvio Luiz; Alessandro, Gustavo, Thiago e Triguinho; Júlio César (Pingo), Paulo Miranda, Zé Luís e Márcio Richardes; Jean (Márcio Mixirica) e Somália (Lei). Técnico: Cuca
