O clássico nem havia começado e a primeira polêmica já havia pipocado nos bastidores da Arena da Baixada. Apesar de o comando da Polícia Militar ter acordado com os clubes a proibição de faixas de torcidas organizadas nos estádios do Estado do Paraná, o Atlético não só havia avisado que iria liberar a colocação dos adereços de Os Fanáticos e Ultras, como cumpriu e deixou a identificação nas arquibancadas.
A questão gerou um mal-estar entre a PM e a diretoria rubro-negra, que acabou se responsabilizando por qualquer problema eventual sobre elas. “Para não entrarmos em atrito, o clube assumiu a responsabilidade no interior do campo em relação às faixas. Com a bateria já havíamos acordado que o clube mandante decidiria, porém não abrimos mão das camisas das organizadas”, disse o tenente-coronel Jorge Costa Filho.
De acordo com ele, as uniformizadas são as principais provocadoras de distúrbios nos jogos de futebol. “Todas as brigas, todos os tumultos e todo o vandalismo que ocorrem antes, durante e depois do jogo são de pessoas das organizadas. Então a intenção não é reprimir o torcedor e sim valorizar o torcedor para que ele se sinta tranquilo em ir ao estádio”, apontou o policial.
Já o presidente do Furacão, Marcos Malucelli, confirmou que o clube assumiu a responsabilidade sobre as faixas. “A diretoria do Atlético apoiou e apoiará a permanência de uma faixa da torcida organizada. Não queremos faixas de comando, isso não. Mas faixa da torcida e até mesmo bandeiras em número limitado não tem absolutamente nada demais. E não é isso que vai levar a confronto de torcida”, justificou o dirigente. Para ele, a polícia deveria mudar o foco. “O problema da polícia é a bebida, é a droga, a má-fé, a má índole e isso não é com a faixa que vai mudar”, destacou.
Por isso, Malucelli mantém a postura de liberar não só as faixas como a bateria até segunda ordem, porque ele nem foi convidado para a reunião que decidiu a proibição.