Depois de muitas reuniões, propostas rechaçadas, discussões, bate-boca, troca de acusações e palavras pouco elogiosas e mais reuniões, Atlético e José Carlos de Souza, pai e empresário do meia-atacante Nathan, chegaram a um acordo sobre o futuro do jogador com a camisa atleticana. Pelo menos por enquanto.
Como não houve nenhuma proposta que agradasse aos dois lados, optou-se por deixar que o tempo e as atuações da jovem promessa escrevam a história que será contata daqui uns anos. Ou seja. Com foco apenas no futebol, Nathan vai cumprir seu contrato até o final sem a pressão por uma renovação de contrato.
É aceitável considerar isso um avanço, afinal desde que surgiu como uma das principais promessas do Rubro-Negro nos últimos anos, Nathan tem enfrentado dificuldades para encontrar paz para desenvolver seu trabalho no CT do Caju. Suas boas atuações pela base do clube e principalmente os grandes jogos que fez na seleção brasileira sub-17 fizeram com que ele despertasse interesse do mercado. A partir disso o Atlético passou a tentar uma renovação de contrato. O vínculo atual termina em abril do ano que vem.
O representante do jogador buscou uma valorização. Atualmente Nathan recebe cerca de R$ 1,5 mil, o menor salário do elenco. O presidente Mário Celso Petraglia afirmou que ofereceu uma boa valorização na renovação (acima do que o clube poderia pagar, disse), mas os valores e condições não agradaram. Nathan foi então afastado e ficou um bom período treinando em separado.
O clube forçou uma renovação via “contrato de gaveta”, mas desistiu. Nesse meio tempo, o Atlético pediu para o técnico da seleção sub-20 (Alexandre Gallo) não convocar Nathan para o Torneio de Toulon alegando que iria utilizar o jogador no Brasileiro. Mas isso só aconteceu após intervenção do pai. “Cortaram ele da seleção, mas não estavam utilizando. Aí reclamei e falei para o Petraglia que se o Nathan não jogar todo mundo perde. Pra vender ou renovar ele tem que jogar, tem que aparecer”, disse.
Depois de muita indefinição, ficou acertado que ele segue jogando (a critério do treinador) até apareça uma proposta ou que haja interesse na renovação. “Graças a Deus agora ele tem jogado e ajudado. Ele foi fundamental na vitória contra o Figueirense, com duas assistências”, acrescentou.
José Carlos segue bancando Nathan. “No começo ele até reclamava que estava jogando e no banco tinha jogador que ganhava cem vezes mais que ele. Agora não. Ele é muito ajuizado e esta focado. Ele sabe que sua hora vai chegar. Agora só pensa no Atlético e só quer jogar bola e ajudar o time”, afirmou. “Não desistimos de renovar. Mas seguimos buscando o que for bom para o Atlético e bom para o Nathan”, concluiu o representante do jogador, agradecendo os “tempos de paz” daqui para frente.
Enquanto isso, o elenco segue trabalhando no CT Barcellos enquanto o CT do Caju volta a ser adaptado para os trabalhos do Rubro-Negro após a passagem da seleção da Espanha durante a disputa da Copa do Mundo. A reestreia do Furacão no Brasileiro está programada para o dia 16 de julho, contra o Flamengo, no Cláudio Moacyr, em Macaé.