Vai começar a Primeira Liga. O torneio, que é o mais polêmico do Brasil desde a Copa João Havelange, surge para mexer com a estrutura do futebol nacional. A JH foi criada para resolver um problema na Justiça com o Gama, que na época havia conquistado o direito de disputar a Série A e o resultado impossibilitou a CBF de organizar a competição, que foi feita pelo Clube dos 13. Com a mudança, houve uma reformulação na competição, que teve Fluminense, Bahia, Juventude e América-MG e incluídos.

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Desta vez, a Confederação Brasileira de Futebol mais uma vez não está organizando o torneio, mas por uma opção dos clubes, que optaram por caminhar com as próprias pernas. Até por isso, quando o esboço da Primeira Liga, que começou com o nome de Sul-Minas-Rio, foi anunciado, se criou tanto alarde em cima dela. Inclusive, deve-se ressaltar que a ideia surgiu aqui na nossa casa. Atlético e Coritiba é que começaram a correr atrás para organizar o interestadual. A partir daí, vieram outros interessados.

Por interesses particulares, e não pensando no bem do futebol, a CBF sempre se manifestou contra. Em alguns momentos, deu o aval, mas sempre aceitou torcendo o nariz. Até que dois dias antes da primeira rodada soltou um comunicado sendo contra o torneio. Mas os clubes não se intimidaram e bateram de frente com a entidade.

Atlético x Fluminense é um dos jogos que abrem a Primeira Liga.

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Picuinhas

Aqueles que são contra a Primeira Liga continuam inconformados. O principal deles é o presidente da Ferj, Rubens Lopes. Ontem, ele chegou a chamar os organizadores do torneio de “Milícia”. A própria CBF tem demonstrado uma força interna às escuras. Na nota divulgada no site oficial da entidade, a assinatura era do presidente em exercício, o coronel Antonio Carlos Nunes. Porém, ele próprio admitiu, na reunião da Conmebol, que não está por dentro de todo o conflito.

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Tentando evitar um conflito maior, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, sugeriu que a última rodada da primeira fase e a fase final aconteçam entre os dias 3 e 26 de junho, quando o Brasileirão fica parado por conta da Copa América.

#JuntosPelaPrimeiraLiga

Não é de hoje que a Tribuna defende um torneio regional. Ano passado, provamos que seguir o caminho da turma do Nordeste e criar uma competição entre times paranaenses, catarinenses e gaúchos seria bem mais rentável. Depois de muito tempo parados, justamente Atlético e Coritiba colocaram o bloco na rua e atraíram outros grandes times do País. A liga tem hoje quinze clubes, e destes doze começam hoje a disputar a edição de estreia da Primeira Liga – ou Copa Sul-Minas-Rio. Ameaçada pela CBF, pressionada pelas federações, a competição tem apoio maciço dos torcedores. Afinal, é possível compor as datas e aliar a integração estadual com a movimentação regional. Hoje, já sendo um teste e tanto, o Atlético enfrenta o Fluminense e o Coritiba encara o Internacional. A Tribuna aplaude a iniciativa dos clubes, torce pelo sucesso da Primeira Liga e vai acompanhar os grandes lances dessa nova competição – que, bem trabalhada, pode ser o embrião de mudanças profundas e necessárias no futebol brasileiro.