Falta comunicação

Atlético diz que operação com lateral Léo foi legítima

Depois de superar a crise que por pouco não tirou a Arena da Baixada da rota da Copa do Mundo, a CAP S/A – sociedade de propósito específico criada para gerir as obras do estádio – ganhou mais uma dor de cabeça na reta final de execução das obras para a realização do Mundial em Curitiba. A polêmica criada na utilização de recursos da CAP S/A para o Atlético adquirir 50% dos direitos econômicos do lateral-direito Léo, que hoje está no Flamengo, aliada a política restrita de comunicação adotada pelo Rubro-Negro e o modo de gestão das obras, gerou um alarde negativo quanto a engenharia financeira feita para a reforma do Joaquim Américo e chamou a atenção dos organismos que fiscalizam o cronograma físico e financeiro das obras do estádio.

O Atlético, acusado de ter usado recursos da reforma do estádio para confirmar a contratação do lateral-direito Léo, foi o último a se pronunciar e informou que a operação é legítima, pois diante da demora do repasse de recursos dos financiamentos no início das obras de remodelação da Arena da Baixada, o clube emprestou R$ 28 milhões para a CAP S/A. Assim, quando recebeu uma das parcelas do financiamento realizado junto a Fomento Paraná, no final do ano passado, a CAP S/A pagou parcialmente os mútuos para o clube e fez o pagamento direto na conta de um dos credores do Atlético, no caso o Vitória, que na época era detentor do passe do atleta, para abater parte da dívida.

Assim, conforme a Tribuna informou na edição de ontem, os recursos dos financiamentos não foram utilizados, pois os mesmos são carimbados e não podem ser utilizados para outra finalidade que não seja para as obras do estádio. O clube classificou a operação como ‘irretocável’ com base no artigo 305 do Código Civil, que diz que “o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor”.

A Fomento Paraná, que firmou junto à CAP S/A os financiamentos para a conclusão do estádio, confirmou as informações divulgadas pelo Atlético e confirmou só são repassados após medição e auditoria realizada pela Price Waterhouse. “Todas as notas de prestação de serviço e compra de insumos são minuciosamente verificadas por uma equipe de auditores. (…) É uma relação entre duas entidades de direito privado”, diz a nota do banco estadual.

Independentemente da legalidade da operação apontada pelo Atlético e pela Fomento Paraná, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu esclarecimentos aos envolvidos na operação. O secretário municipal da Copa do Mundo, Reginaldo Cordeiro, criticou a falta de cuidado da CAP S/A nesta operação. “Teriam que ter cuidado para que essas coisas não acontecessem. Isso mancha um trabalho sério de recuperação depois da crise que acabamos de sair. Fica até chato acontecer isso”, arrematou Cordeiro.

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