Atlético dá olé e torcida manda seu recado

No primeiro jogo defendendo a liderança do Campeonato Brasileiro, o Atlético mostrou que continua impossível. Enfiou cinco no Galo e calou a boca dos críticos nacionais, que o consideram uma “nuvem passageira”. Melhor do que isso, voltou a jogar como a torcida gosta e de acordo com o potencial individual de seus jogadores. Até o técnico Levir Culpi, avesso à euforia da torcida, gostou e apontou a partida contra os mineiros de “muito bonita”. No entanto, ele já pensa no próximo jogo e classifica a partida contra o Juventude de fundamental.

“Nós tivemos algumas dificuldades de início, mas aos poucos começamos a criar as oportunidades e os atletas tiveram uma apresentação muito bonita tecnicamente”, elogiou Levir. Para ele, além da seriedade, a equipe mostrou o que sabe e ainda encantou a torcida. “As jogadas foram muito bonitas, com gol e fizeram a alegria do torcedor e a nossa alegria em continuar na ponta do campeonato”, analisou.

Como não dá para ficar comemorando, o treinador quer “valorizar” a goleada sobre o Galo para motivar ainda mais o elenco. “Nós queremos voltar de Caxias do Sul ainda na ponta”, revelou. A partida não será fácil. Os gaúchos estão na quarta colocação e o comandante rubro-negro sabe que é mais uma decisão que o Rubro-Negro terá no nacional. “Temos que ficar ligados nesse jogo a partir de agora. É o jogo mais importante do campeonato para nós”, resumiu.

Para este confronto, Levir não poderá contar com o meia Jádson e o atacante Dagoberto. Ambos tomaram o terceiro cartão amarelo. Em compensação, o treinador terá a volta do ala/meia Fernandinho e, talvez, possa contar com o zagueiro Rogério Correia, que se recupera de uma lesão na coxa esquerda.

Os trabalhos serão retomados hoje no CT do Caju. Para o lugar de Dagoberto, a tendência é de Dênis Marques forme dupla com Washington. Já para o lugar de Jádson, as opções são o reserva imediato, Morais, ou a entrada de Fernandinho no sistema de armação, mantendo William como segundo volante e Pingo na ala-direita.

Jádson estraçalha e Galo paga por seu “esquema”

Com relativa tranqüilidade, o Atlético Paranaense confirmou a liderança isolada do Campeonato Brasileiro. O resultado: 5×0. O Galo foi “depenado” e não impôs, em momento algum, dificuldade ao time de Levir Culpi. Um castigo à proposta defensiva de Jair Picerni, que armou sua equipe com excesso de jogadores de contenção.

No primeiro tempo, a estratégia até surtiu efeito. Por aproximadamente trinta minutos, o Rubro-Negro parou na marcação. Dagoberto e Washington não conseguiam trocar bolas em velocidade e Jádson era vigiado de perto pelos volantes do Atlético Mineiro. Mas isso até os 31 minutos. No primeiro deslize da marcação, Jádson começou a se destacar como o nome do jogo.

O meia finalizou de primeira a assistência perfeita de Washington. O gol mudou o ritmo do jogo. Mais confiante, o Atlético Paranaense se lançou à frente e já não tinha pela frente uma defesa tão consistente. Dagoberto e Washington tiveram chances reais de gol, mas foi a estrela de Jádson que brilhou novamente. O chute cruzado, no último minuto da fase inicial, foi uma ducha fria para os mineiros. Picerni abriu o ferrolho, trocando Émerson por Márcio Santos.

Se soubesse o que o destino lhe reservava, talvez o treinador optasse por outra estratégia. Além de continuar inofensivo, o Galo ainda cedeu espaços para a principal arma do líder: a velocidade dos meias e atacantes. Os jogadores do Atlético-MG deixaram o gramado afirmando que erraram em tudo. Nesse ponto, acertaram, pois o Atlético-PR sobrou em campo e, mesmo com a entrada de reservas, o ritmo não se alterou. Foi pressão o tempo todo. Levir Culpi até ficou preocupado com o desperdício de oportunidades. Márcio Santos quase diminuiu aos 3 minutos, mas foi só. A partir daí, o Furacão fez o que quis em campo. William perdeu uma chance incrível, mas pouco depois, Washington não perdoou. O artilheiro tem agora 24 gols e segue firme em busca do recorde de gols em um Brasileiro, marca que pertence a Dimba (31 gols), conquistada no ano passado.

Jádson ainda mostrou precisão e habilidade para vencer o goleiro Danrlei, em cobrança de falta. O placar foi definido por Dênis Marques, que mostrou instinto de artilheiro ao marcar seu primeiro gol com a camisa do Atlético. Levir Culpi elogiou a consciência tática de seu time, enquanto que, do outro lado, Jair Picerni foi incisivo: “Foi uma atuação medíocre”. Foi além. Indagado sobre o maior erro do Galo, disse, com sinceridade: “Nosso maior erro foi entrar em campo”.

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