Atlético contrata atacante gaúcho

O Atlético deveria apresentar quatro reforços nos próximos dias, mas a Tribuna já pode antecipar o primeiro. É o centroavante Lê, de 18 anos, do Caxias, tido como sensação do campeonato gaúcho e tentado desde o início do ano pelo Rubro-Negro. Ele se apresentará hoje de manhã no CT do Caju para fazer os exames médicos e iniciar os treinos para ficar à disposição de Vadão para o campeonato brasileiro. Segundo informações da imprensa de Caxias do Sul, o Atlético está comprando o passe, por uma quantia em torno de R$ 1.500,000,00.

O Caxias recebera R$ 150 mil, que é a parte que lhe cabe (10%). O restante do passe pertence ao pai do jogador (20%) e ao empresário Joseph Lee (70%). Leonardo Hermer Lau, o Lê, de Santa Cruz do Sul, tem 1,80 metro e foi revelado nas próprias categorias de base do clube. “Trabalhei para conseguir meu espaço no Caxias e a chance chegou agora”, disse ele ontem à noite ao jornal Pioneiro, depois de ver sua venda concretizada. O Atlético já havia tentado o jogador no início do ano, mas queria apenas por empréstimo, ao passo que os gaúchos só aceitavam vendê-lo.

Depois de Lê, o Rubro-Negro deve anunciar nos próximos dias mais três contratações. O zagueiro Capone (Corinthians) e o atacante Nélio (Flamengo) já estão em negociação com o Rubro-Negro, mas quem está mais próximo da Baixada é Bebeto, do Santa Cruz. O Atlético estaria oferecendo os jogadores Paulo Santos, Jadilson e Altair para o técnico Péricles Chamuska escolher. A diretoria confirmou que “o clube tem interesse nesses dois jogadores (Bebeto e Nélio) e nessa semana pode ser que feche, mas não tem prazo. Pode ser até que não venha ninguém”, despistou o assessor executivo, Antônio Carletto Sobrinho, quando procurado pela Tribuna.

No Rio de Janeiro, o anúncio da vinda de Nélio, de 18 anos, já é fato consumado, independente da contratação de Lê. O jogador do Rubro-Negro carioca está saindo reclamando demais de seu clube. Ele estava no profissional e foi convocado para a disputa da Taça São Paulo de Juniores, quando voltou para o Rio continuou na categoria e se desentendeu com os dirigentes. Mesmo assim, segundo Carletto, o atacante vem para trabalhar também nos juniores. “Vai ser melhor para mim. Não tinha mais ambiente na Gávea”, disse Nélio ao jornal O Dia, na esperança de despontar no Furacão.

Já o caso do zagueiro Capone (Carlos Alberto de Oliveira, 30 anos) envolve também a negociação do volante Cocito com o Corinthians. “A gente conhece ele desde que começou sua carreira no interior de São Paulo. Ele foi campeão da Europa com o Galatasaray e voltou para o Corinthians e está muito bem”, garante Carletto. Como não está sendo aproveitado pelo técnico Geninho, surgiu a possibilidade de ele vir para o Atlético. “Está difícil, pois o Cocito nem viajou ainda para São Paulo”, aponta o dirigente.

No Recife, a imprensa local divulgou o interesse do Atlético em Bebeto, do Santa Cruz, revelação do campeonato pernambucano.

Elenco adota o silêncio

Não foi só lavação de roupa suja que os jogadores do Atlético discutiram nas várias reuniões da terça-feira. Eles também resolveram alterar a forma de atendimento à imprensa e implantaram uma greve parcial de silêncio. A partir desta semana, só passarão a falar com os jornalistas após os treinamentos. Uma medida que, coincidentemente, só foi tomada após a derrota por goleada para o Paraná Clube e após críticas ao time e em relação a alguns jogadores em especial que não têm mostrado muito futebol nos últimos jogos. Geralmente, esse tipo de atitude só é utilizado em equipes em crise.

A restrição só não foi maior porque o técnico Osvaldo Alvarez pediu aos atletas que todos atendessem aos veículos de comunicação. Pelo o que apurou a reportagem, a idéia inicial era limitar a somente três entrevistados por treino. Uma medida antipática que já é praticada em outros clubes e que prejudica, única e exclusivamente, o torcedor do time em questão, que fica sem ouvir o ídolo nos momentos bons e as explicações nas fases ruins. Vadão persuadiu e todos os atletas aceitaram atender os repórteres após o trabalho.

Consultado pela Tribuna, o diretor de futebol Alberto Maculan garante que a direção do clube não tem nada a ver com o movimento. “Nada, zero”, respondeu. Segundo ele, esse foi um pedido dos próprios atletas. “Os jogadores vieram e disseram que conversam com os repórteres, que vão embora, não assistem o treino e não vêem nosso desempenho. Foi o que eles disseram”, explicou Maculan.

Ontem, por exemplo, o elenco rubro-negro trabalhou fisicamente pela manhã e, no período da tarde, Vadão deu apenas um trabalho de “dois toques”, popularmente chamado de “rachão”.

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