Ano novo, problema velho. O Atlético começou 2007 com a mesma preocupação de 2006. O ataque continua sendo o ponto forte do Furacão, mas a defesa segue um tormento para a torcida rubro-negra.
O Atlético é o time que mais balançou as redes no Paranaense. Foram 20 gols em nove jogos, média de 2,2 por partida. Mas o que explica a fraca campanha atleticana no estadual (é o sexto colocado, com 12 pontos) é o desempenho defensivo.
O Rubro-Negro tem a segunda pior defesa da competição. Nas nove rodadas disputadas até agora, o time sofreu 17 gols, quase dois por jogo. Apenas o Nacional de Rolândia, vice-lanterna do torneio, foi buscar mais a bola no fundo da meta: 22 vezes.
A situação repete o que já vinha acontecendo no ano passado. No Brasileirão de 2006, o Furacão teve o quarto melhor desempenho ofensivo, marcando 61 gols. Mas os 62 sofridos deram ao time também a quarta pior defesa.
O técnico Vadão já admitiu que corrigir essa disparidade é seu principal desafio neste início de temporada. ?Temos que melhorar a marcação. Só com todos os setores coesos na marcação e no ataque teremos um time equilibrado?, afirmou o treinador no dia 22 de janeiro, em sua primeira entrevista em 2007.
Mas a tarefa não tem sido nada fácil. O time B, que jogou sete dos nove jogos do estadual, voltou a apresentar fragilidade na defesa. Principalmente nas jogadas aéreas. Até agora, o Rubro-Negro já sofreu seis gols de cabeça no campeonato.
A expectativa era que a equipe A, que teve 30 dias de pré-temporada, se saísse melhor. Porém, a atuação do Furacão no Atletiba do último domingo mostrou que o time ainda vai ter muito trabalho. Mesmo com os titulares, o Atlético voltou a mostrar dificuldade com as bolas cruzadas na área e, numa delas, acabou cedendo o empate ao rival.
Depois do clássico, Vadão tentou minimizar o problema. ?O mundo inteiro toma gol de cabeça. Não é só o Atlético. A bola aérea hoje é muito trabalhada. Isso aí não me preocupa?, declarou.
Porém, os jogadores admitiram que o Rubro-Negro anda dando bobeira na marcação. ?Temos que ter mais atenção no posicionamento. Nesses lances, temos que marcar mais o adversário do que a bola. O atacante sempre leva vantagem quando vai de frente para o gol e o defensor tem que correr atrás para tentar o corte. Temos que treinar mais para que isso não ocorra?, avaliou o volante Marcelo Silva.
Quem acompanha o jogo do outro lado do campo concorda. ?Precisamos ter mais atenção. Marcar o adversário, e não a bola. Isso só se conserta com treinamento?, diz o atacante Alex Mineiro.
Para tentar melhorar a performance defensiva, Vadão vai dar mais ritmo de jogo aos titulares antes da estréia na Copa do Brasil. Ontem, o Furacão partiu para Apucarana, onde enfrenta o Roma, amanhã. No sábado de Carnaval, o time A encara o Adap Galo. O primeiro desafio no torneio nacional será na Quarta-Feira de Cinzas, em Campo Grande (MS), contra o Coxim.
Furacão enfrenta o Roma, amanhã, se preparando pra Copa do Brasil
O Furacão não teve folga depois do Atletiba e, no começo da tarde de ontem, embarcou rumo ao interior do Estado. Mais do que a briga por um lugar na segunda fase do Paranaense, o jogo contra o Roma, amanhã em Apucarana, vale como preparação para a estréia na Copa do Brasil, prioridade rubro-negra no primeiro semestre.
Com apenas dois jogos disputados em 2007, os titulares do Atlético querem mais ritmo de jogo antes de enfrentar o Coxim (MS), na estréia do torneio nacional. ?Tivemos bastante tempo para trabalhar e deixar tudo certo. Agora, só está faltando pegar conjunto e acertar tudo para começarmos bem a Copa do Brasil?, diz o lateral Michel.
No Estádio Bom Jesus da Lapa, o Furacão não poderá contar com o atacante Denis Marques.
Ele sentiu o púbis após o Atletiba e nem viajou com a delegação. Pedro Oldoni é o favorito para formar a dupla de ataque com Alex Mineiro, mas Ricardinho corre por fora.
O técnico Vadão deve confirmar a equipe após o treino de hoje, no CT do PSTC, em Cambé. Com os dois jogos que o time vai disputar antes da estréia na Copa, o treinador acredita que o Furacão estará preparado para começar a disputa pelo título nacional. ?Estaremos numa situação bem melhor. Não vamos chegar no ápice de nossa forma, até porque é início de ano. Mas entraremos na disputa numa condição muito boa?, afirma.