Foto: Valquir Aureliano

Time de Vadão precisa golear pra se classificar e terá a volta de Erandir hoje à noite contra o Vitória.

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O Caldeirão vai ferver em máxima pressão. Hoje à noite, na Baixada, o Atlético encara o Vitória, numa batalha de vida ou morte pela Copa do Brasil. Só uma goleada mantém o Furacão no torneio, considerado prioridade absoluta no CT do Caju.

Para encurralar os baianos e continuar na disputa, o Rubro-Negro aposta na força da torcida.

Os jogadores pediram e a diretoria reduziu pela metade o preço dos ingressos, que hoje custam R$ 15 e R$ 20. Certeza de casa cheia e muita energia para o time atleticano.

Derrotado por 4 a 1 no primeiro confronto, em Salvador, o Atlético precisa vencer pelo menos por 3 a 0. Se o Vitória balançar as redes da Arena, o Furacão tem que fazer quatro gols de diferença para passar às oitavas-de-final. Um placar de 4 a 1 a favor do time atleticano leva a decisão para os pênaltis.

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Os jogadores sabem que a presença maciça da galera ajuda, mas também aumenta a responsabilidade da equipe. ?É pressão total. Todos os jogadores pediram o apoio do torcedor. E a gente tem que fazer por merecer dentro de campo. Vamos entrar com muita raça, muita garra para vencer o jogo?, diz o atacante Alex Mineiro.

Sem nenhum atleta contundido ou suspenso, o técnico Vadão conta com força total. O volante Erandir, que não enfrentou o Paranavaí no último domingo, está de volta ao meio-campo. E Denis Marques, que não participou do coletivo de terça-feira, se recuperou de uma lombalgia e está confirmado no ataque.

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Mesmo assim, o treinador mantém uma dúvida. Michel pode perder seu lugar na lateral-esquerda para Nei. ?Essa dúvida é pelo fato de o Vitória ter um lateral-direito muito rápido?, explica Vadão, preocupado com as investidas de Apodi pelo setor.

Mesmo precisando golear, a defesa será uma das principais preocupações do Atlético esta noite. Se o Vitória marcar um gol, o Furacão terá que fazer ao menos cinco para não precisar da decisão por pênaltis.

No elenco rubro-negro, ninguém arrisca dizer qual a tarefa mais complicada: marcar três gols ou não sofrer nenhum. ?As duas são difíceis. Temos que fazer com que a bola role tranqüilamente e não nos afobarmos. Não é impossível conseguir a vaga. Temos um ataque muito bom?, acredita Alex Mineiro.

O volante Alan Bahia também está confiante na classificação. ?Sabemos que o Vitória vai vir recuado, porque está em vantagem. Mas com o embalo da nossa torcida vamos entrar num ritmo forte para fazer logo os gols. Vamos encarar essa partida com espírito de final?, conclui.

Inspiração é o que não falta

Clewerson Bregenski

Um dos resultados mais amargos da história do Atlético serve de inspiração para o volante Alan Bahia no jogo contra o Vitória.

O empate em 3 a 3 com o Grêmio, em Erechim (RS), pelo Brasileirão 2004, ficou marcado para Alan como um exemplo de superação.

?Nunca enfrentei a situação de ter que ganhar de 3 a 0. Mas já estive ganhando de três e depois tomei três. Foi muito difícil e ficou marcado para a gente. Temos que nos espelhar nessas partidas. No futebol acontece de tudo e temos que acreditar até o fim?, afirma Alan.

O técnico Vadão tem uma lembrança mais agradável para incentivar os atletas. Em 1993, comandando o Mogi Mirim, o treinador conseguiu reverter um placar de 4 a 0, no torneio Rio-São Paulo, contra o Vasco da Gama.

?Não tínhamos mais os grandes jogadores como Rivaldo, Válber e Leto.

No Rio de Janeiro, perdemos de 4 a 0. Já no jogo de volta, mesmo sem as nossas estrelas da época, acreditamos, quando ninguém mais acreditava.

A torcida só apareceu quando começamos a fazer os gols e invertemos o placar e vencemos também por 4 a 0?, recorda Vadão.

Vitória pode perder até por dois gols de diferença

O clima entre jogadores e comissão técnica do Vitória (BA) não poderia ser melhor. Com a vantagem de poder perder por até dois gols de diferença diante do Atlético e ainda assim se classificar, a descontração tomou conta

do ambiente de treinamento realizado ontem, no campo do Trieste, em Santa Felicidade. A confiança na classificação é grande, mas a preocupação de ter que suportar a pressão da torcida atleticana também existe.

Givanildo de Oliveira – que dirigiu o Atlético entre abril e julho do ano passado -destacou a pressão da torcida como uma das armas do adversário. ?Pela maneira que se conduziu o primeiro jogo, a gente sabe que a pressão vai ser grande. Eu conheço e sei da força que tem a torcida do Atlético. Mas temos que estar preparados para essa pressão?, afirmou.

O meia Luís Carlos Capixaba, que teve uma boa passagem pelo Coritiba, também enfatizou a força do time paranaense jogando em casa. ?O Atlético é uma equipe que jogando em seu estádio é muito difícil de ser batido.

A torcida joga junto com o time e temos que fazer o nosso melhor para sairmos classificados.?

O treinador fez uma análise do que espera enfrentar diante do Atlético e como sua equipe deve se postar em campo. ?Esse tipo de jogo você tem que saber administrar. Fizemos uma boa vantagem, mas não podemos achar que está resolvido. Porque é um jogo perigoso.

Do jeito que fizemos quatro lá, o Atlético pode fazer. Vamos jogar para que não aconteça um gol deles. Mas nunca ficando só lá trás. Um gol feito por nós, nos dá uma vantagem maior ainda?, explicou.

O Vitória já está definido desde a manhã de terça-feira, quando realizou o último coletivo, em Salvador. Entretanto, a escalação não foi repassada por Givanildo. ?Está na minha cabeça?, despistou. Mas a formação deve ser diferente da que obteve o elástico placar contra o Rubro-Negro na capital baiana.

Um velho conhecido

Um dos mais experientes jogadores do Vitória, Jackson vestiu por duas ocasiões a camisa coxa-branca e se despediu do futebol paranaense no final de 2006, devido à permanência do Coritiba na Série B do Brasileirão. O jogador, que conhece bem o adversário de hoje, conversou rapidamente com o Paraná-Online.

Paraná-Online: O que esperar do Atlético para o jogo de hoje?
Jackson: Sabemos que jogar na Baixada é difícil, a pressão será grande, mas temos que procurar jogar para frente, porque temos um time rápido e não podemos fugir do nosso padrão de maneira nenhuma.

COPA DO BRASIL
2.ª fase ­ jogo de volta
Árbitro: Álvaro Azeredo Quelhas (MG)
Assistentes: Marco Antonio Gomes e Wenderson Mozzer (MG)
Local: Kyocera Arena, em Curitiba (PR)
Horário: 20h30

ATLÉTICO x VITÓRIA

Atlético
­ Cléber; Jancarlos, Danilo, Marcão e Michel (Nei); Erandir, Alan Bahia, Evandro e Ferreira; Alex Mineiro e Denis Marques. Técnico: Oswaldo Alvarez.

Vitória
­ Emerson; Apodi, Sandro, Jean e Alysson; Vanderson, Capixaba (Cléber), Bida e Jackson (Garrinchinha); Índio e Joãozinho. Técnico: Givanildo Oliveira.

Dagoberto promete depositar grana na segunda

Uma notificação extrajudicial, enviada na tarde de ontem, foi a carta de despedida de Dagoberto ao Atlético. O jogador informou ao clube que fará o depósito judicial da multa de R$ 5,46 milhões, rescindindo unilateralmente seu contrato com o Furacão.

O comunicado, endereçado ao diretor técnico Marcos Teixeira, coloca um ponto final na história de Dagoberto como atleta rubro-negro. ?Serve a presente para notificá-lo sobre a rescisão unilateral do contrato (…) bem como informar que (…) o ora notificante não pertence mais ao quadro de funcionários do Clube Atlético Paranaense?, diz o documento.

Oficialmente, Dago só terá seu vínculo com o Furacão rompido na próxima segunda-feira, devido ao recesso da Justiça do Trabalho para o feriado da Semana Santa. Nesta data, os advogados do jogador vão juntar ao processo entre o clube e o jogador o comprovante do depósito em juízo dos R$ 5,46 milhões.

Dagoberto obteve uma fiança bancária no Bradesco no valor da multa rescisória. O empréstimo estaria em nome do jogador, que não revela como conseguiu o dinheiro. Seus procuradores tratam isso como ?assunto particular?.

Nenhuma das partes confirma, mas é tida como certa a transferência do atacante para o São Paulo.

Ele pode desembarcar no Morumbi já na segunda-feira. O Atlético promete acionar o clube paulista por aliciamento do jogador.