Depois do empate contra o Palmeiras fora de casa, o Atlético vai em busca de duas vitórias para sair definitivamente do bolo que está próximo da zona de rebaixamento do campeonato brasileiro. E conta com um reforço considerável para conseguir seis pontos diante de Goiás, às 20h30 de amanhã, e Cruzeiro, às 16 horas de sábado: a Arena da Baixada. Nos últimos três jogos em casa, o Rubro-Negro ganhou todas (Coritiba, Fluminense e Vasco da Gama), marcou 11 gols e sofreu apenas quatro.
Depois do início irregular na competição, quando a prioridade era a Copa Libertadores e foram três derrotas diante dos torcedores, jogar em casa passou a ser uma arma a mais para o time comandado pelo técnico Antõnio Lopes. Tanto que o São Paulo fez de tudo para tirar a final do torneio internacional de Curitiba. Os paulistas evitaram o Caldeirão e se deram bem. Agora, não tem mais essa e a expectativa dos jogadores é que o Joaquim Américo "jogue junto" amanhã e sábado.
"Sem dúvida que jogar dentro de casa sempre é bom e a gente tem a força da torcida e o costume de jogar na Arena e isso nos favorece", aponta o zagueiro Paulo André. O ala-esquerdo Marcão concorda e acredita que a torcida deverá ser o diferencial para o time subir na tabela. "Espero que na quarta-feira (amanhã) a nossa torcida compareça e faça a diferença para que nós consigamos sair dessa situação", analisa.
Mesmo assim, não basta apenas estar na Arena para ganhar os jogos. A consciência entre os jogadores é que os erros precisam ser corrigidos para o time não ser mais surpreendido onde melhor atua. "O professor vai chamar a nossa atenção nos treinos para que os erros não se repitam contra o Goiás. Erramos em alguns momentos contra o Palmeiras e poderíamos até ter perdido o jogo", aponta Marcão.
No papel, o objetico é claro: conseguir os seis pontos e chegar mais perto daqueles times que estão no "bloco" da Copa Sul-americana. "Os pontos não estão garantidos, mas é uma meta nossa. A gente conseguiu um ponto importante contra o Palmeiras e agora a gente espera fazer o dever de casa e conseguir esses seis pontos de novo", finaliza o zagueiro Danilo.
Aloísio pode desfalcar o time
O atacante Aloísio é a grande dúvida do técnico Antônio Lopes para acertar o Atlético para o confronto de amanhã contra o Goiás. Hoje, o artilheiro passará por uma bateria de exames na coxa direita, mas ele mesmo acredita que estará em campo. Para o lugar de Cocito, suspenso, a tendência é a volta de Durval à zaga. Estas definições sairão no treinamento que será realizado hoje à tarde no CT do Caju.
?Estou fazendo tratamento e pelo que os médicos me disseram eu acho que vai dar para jogar?, disse Aloísio. Desde que voltou de São Paulo, o jogador está fazendo tratamento intensivo contra dores na coxa direita. Na partida contra o Palmeiras, ele sentiu a lesão, iria ser substituído, mas insistiu em permanecer em campo e fez o gol contra os paulistas.
De qualquer forma, apesar da grande vontade do atleta, ele será submetido a um exame de ressonância magnética para verificar a gravidade da lesão. Se ele não puder atuar, Finazzi ganhará nova oportunidade no time titular. No restante, o único problema é a suspensão de Cocito, pelo terceiro cartão amarelo. Como o volante vem atuando como líbero, Durval deverá ganhar a posição e retornar ao time titular.
A provável formação para enfrentar a equipe de Geninho e Rogério Correia deverá ter Diego; Paulo André, Durval e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia, Fabrício, Evandro e Marcão; Lima e Aloísio (Finazzi). Ontem, enquanto os titulares realizaram uma sessão de hidroginástica, os reservas enfrentaram o Juventude de Jaraguá do Sul, num jogo-treino no CT do Caju.
Reforço no combate à pirataria
O Atlético contratou uma firma especializada para combater o uso indevido de sua marca. Desde junho, um escritório de advocacia com sede em Porto Alegre (RS) fiscaliza estabelecimentos comerciais, distribuidoras e fabricantes de fundo de quintal à caça de produtos não-licenciados com símbolos oficiais do clube – os famosos piratas. A parceria já rendeu apreensões e processos contra os falsificadores.
O escritório, comandado pelo advogado Felipe Iser Meirelles, mantém a mesma ação antipirataria em conjunto com Grêmio, Figueirense, Avaí, Santos e Vasco da Gama, além de marcas como Umbro (fornecedora de material esportivo do Atlético), Mormaii e Drop Dead. A firma tem uma equipe de investigação que age em pontos de venda de comércio formal e informal e coleta provas como fotografias e exemplares adquiridos. Os dados amparam medidas cautelares de busca e apreensão – que permitem o recolhimento do material – ou queixas na Polícia Civil por crime contra a Lei de Propriedade Industrial, que prevê detenção ou multa para os envolvidos na falsificação.
O contrato entre o Atlético e o escritório, que tem duração de um ano, já rendeu apreensões em uma fábrica de São José dos Pinhais. Um oficial de Justiça reteve 596 tranfers – estampas usadas na produção de camisetas – com a marca do Furacão, além de peças prontas, como calções e camisetas de vários tamanhos. Também foram encontradas 209 mangas rubro-negras e 54 mangas pretas para serem montadas em camisetas. ?O vice-campeonato da Libertadores aumentou muito a falsificação de produtos com a logomarca do Atlético?, disse o advogado.
Meirelles explica que, além dos revendedores, há especial atenção aos fabricantes clandestinos, normalmente baseados em cidades do interior. ?Para detectá-los é necessário um trabalho a longo prazo. Cerca de 80% dos produtos disponíveis no mercado são ilegais?, estima.
Atendendo o torcedor popular
Paralelamente ao combate à pirataria, o Atlético prepara o lançamento de uma linha de produtos populares. Dentro de 15 dias, o clube põe no mercado camisas alternativas, a um preço bem mais acessível para o torcedor.
Os produtos serão produzidos por uma confecção paranaense. A Umbro, fornecedora de material esportivo do Rubro-Negro, tem uma segunda linha de peças de vestuário, mas o próprio Atlético considera os preços salgados – nas lojas oficiais, o produto mais barato para adultos é a camisa pólo com o símbolo do clube, que sai por R$ 45. ?Queremos atingir aquele torcedor que se dispõe a pagar R$ 20 por uma camisa pirata?, diz o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann.
O dirigente lembra que as novas peças terão desenho e tecido diferentes da vestimenta oficial do clube, para que não haja concorrência com o material da fabricante inglesa. A linha popular será vendida por ambulantes autorizados pela Prefeitura e lojas populares.