A meta do Atlético de recuperar fora de casa os pontos perdidos em Curitiba foi adiada para o mês que vem. Ontem, o time foi até o Ceará, na segunda partida seguida distante da torcida, e acabou sendo derrotado pelo Fortaleza por 1 a 0. Apesar de atuar a maior parte do tempo com um jogador a mais, o Rubro-Negro não soube explorar a vantagem e foi envolvido facilmente pela modesta equipe do Tricolor do Pici. Com o resultado, a equipe comandada pelo técnico Osvaldo Alvarez desabou mais ainda na tabela e já figura na zona de rebaixamento do campeonato brasileiro.
O Fortaleza era uma das piores equipe da competição e mesmo assim conseguiu passar por cima do Furacão. Pior do que isso é que o planejamento de alcançar 70% de aproveitamento a cada partida é empurrado com a barriga mais para frente. Dos 15 pontos disputados até aqui, o time de Vadão conquistou apenas 4 (ou 26,7%). Um número que nem o mais pessimista dos torcedores poderia imaginar neste início de Brasileirão.
O desenho do que seria o confronto com os cearenses estava delineado desde o início. Desfalcadas, as duas equipes demoraram a engrenar, mostrando um desentrosamento a toda hora. Os passes errados e as jogadas bruscas se sobressaíram. O ídolo da torcida local, Clodoaldo, quase marcou um gol antológico ao dar uma bicicleta na área. A marcação ficou olhando o atacante de 1,61 metros mostrar sua habilidade. A resposta quase veio com Adriano, que passou para Luciano Santos, mas este, inexplicavelmente, não chutou para o gol. O meia rubro-negro ainda pegou o rebote e chutou em cima de Jéferson.
No entanto, as falhas da defesa atleticana continuaram e Chiquinho aproveitou uma cobrança de falta para deixar sua marca. O goleiro Diego caiu atrasado e aceitou. Ainda no primeiro tempo, o volante Lau fez uma jogada violenta e foi expulso. Com a vantagem numérica, Vadão aproveitou a contusão de Rogério Correia para colocar mais um atacante e deixar o time no 4-4-2 para tentar o empate.
Ficou só na tentativa. Quem continuou levando mais perigo foram os tricolores. Ainda no começo do segundo tempo foi a vez de Calmon perder na cara do gol. Logo em seguida, Tiago foi obrigado a cometer uma falta providencial e foi expulso. O mesmo aconteceu com Fernando, do Fortaleza, que foi para a rua e manteve a vantagem numérica para o Furacão. Com um jogador a mais novamente, o técnico atleticano tirou o volante Luciano Santos e colocou o meia Rodrigo para dar mais consistência ao time.
As mudanças deixaram o time mais ofensivo, mas a pressão foi em vão. O Atlético voltou a pecar nas finalizações e desperdiçou várias chances de, pelo menos empatar, a partida. Mas, numa tarde de futebol pouco inspirado, o Fortaleza também não soube aproveitar os contra-ataques para definir o placar e a partida mesmo no 1 a 0.
Problemas para o próximo jogo
O Atlético inicia a semana cheio de complicações. Jogadores machucados, outros suspensos, pior ataque do campeonato brasileiro e zona de rebaixamento estarão na mente de jogadores e comissão técnica até o domingo. Sem vencer uma partida há quatro jogos, o time comandado pelo técnico Osvaldo Alvarez inicia a preparação para a partida contra o Criciúma, domingo, na Arena, pressionado para conquistar uma vitória e afastar a crise, que insiste em não dar trégua pelos lados do CT do Caju.
“Não temos que ficar nos lamentando. Temos uma semana para trabalhar, corrigir os erros e tentar vencer o Criciúma de qualquer jeito”, resume o zagueiro Ígor, um dos mais lúcidos na partida de ontem contra o Fortaleza. A missão não será nada fácil. Os catarinenses venceram o Guarani em casa e virão empolgados na tentativa de conquistar a primeira vitória fora do Heriberto Hülse.
Para não deixar isso acontecer e quebrar a rotina de derrotas e jogos ruins, Vadão terá que mexer mais uma vez na equipe. Os zagueiros Tiago e Ígor cumprirão suspensão automática. O primeiro foi expulso e o segundo tomou o terceiro cartão amarelo. Já o terceiro titular, Rogério Correia, saiu machucado e também pode desfalcar a equipe na sexta rodada.
Estréia
Em compensação, o treinador rubro-negro poderá promover a estréia do recém contratado Capone. O jogador começou a trabalhar na semana passada e deve apressar o passo para socorrer o time contra o Tigre. Além dele, Vadão terá à disposição os ex-juniores Juliano, Rodrigo Gomes e Daniel para formar a zaga no próximo compromisso.
No ataque, as opções podem ser volta de Ilan, que está tratando uma contusão na coxa direita e a possibilidade das estréias do húngaro Tüske e do gaúcho Lê. De acordo com a programação atleticana, o vôo de volta de Fortaleza estava programado para sair às 3h55, com a chegada prevista para às 12 horas no Aeroporto Afonso Pena. À tarde, os jogadores ganham folga e só volta a trabalhar amanhã pela manhã.