Atlético comemora amanhã 10 anos do título brasileiro

Amanhã, o Atlético comemora dez anos de seu principal título: o Campeonato Brasileiro de 2001. Porém, a conquista, que a cada dia 23 de dezembro é celebrada, por muito pouco não se tornou coadjuvante na história do clube. Em 2004, com uma campanha quase impecável, o Furacão por pouco não faturou o bicampeonato – perdeu a faixa de campeão para o Santos, na penúltima rodada. Porém, os números daquela campanha se revelam mais expressivos do que os de 2001.

Em um comparativo com as duas equipes, apenas o aproveitamento dos pontos somados foi melhor da equipe que acabou campeã: 67,7% contra 62,3%. Entretanto, se o Rubro-Negro de 2004 também tivesse sido campeão, este aproveitamento provavelmente teria sido igualado. Isto porque, para ficar com a taça, o time precisaria ter somado, pelo menos, mais 5 pontos. No caso, teria que ter vencido o Vasco – o placar foi 1 x 0 para o clube carioca – e não poderia ter sofrido o empate naquele fatídico 3 x 3 contra o Grêmio, que já estava virtualmente rebaixado. Frise-se que naquele jogo o Atlético chegou a abrir 3 x 0 e estava vencendo por 3 x 1 até os 44 do 2.º tempo.

Com mais esses pontos, a equipe de 2004 teria chegado a 90 e alcançaria 65% de aproveitamento. Caso tivesse ganhado do Botafogo, na despedida do Brasileirão – o confronto terminou em 1 x 1 -, o Furacão de Washington e Cia. alcançaria os 67% de aproveitamento, empatando o único item em que perde para o Rubro-Negro de Alex Mineiro e Cia. Nos demais comparativos, o time de 2004 leva ampla vantagem, o que reforça a tese de que, se tivesse sido campeão, ofuscaria a equipe de 2001. Começa pelo número de partidas disputadas. Há 10 anos, foram 31 até levantar o caneco. Em 2004, houve 46 jogos, já na modalidade de pontos corridos, ou seja, um formato de competição mais difícil de ser vencida.

Em número de vitórias, o Atlético 2004 alcançou a marca de 25 triunfos contra 19 dos campeões de 2001. A zaga se mostrou mais equilibrada, levando 56 gols e terminando como a oitava melhor da competição, dentre 24 clubes. Já a de 2001 foi vazada 45 vezes – a 19.ª melhor, dentre 28. O ataque também foi superior. Com Washington, Dagoberto, Dênis Marques e Jadson, o Rubro-negro quase bicampeão balançou as redes 93 vezes, ficando atrás apenas do Santos, que fez 102. Já o time comandado por Alex Mineiro e Kléber Pereira marcou 68 gols. Mesmo assim, foi o ataque mais positivo daquele campeonato.

Coração Valente

A pontaria calibrada também foi um diferencial entre os dois. Em 2001, Alex Mineiro brilhou na fase decisiva – marcou oito gols em quatro partidas e terminou o Brasileirão como o artilheiro atleticano, ao lado de Kléber Pereira, ambos com 17 gols. Mas em 2004, Washington fez, sozinho, 34 gols, mesmo número que a dupla campeã. O Coração Valente, inclusive, bateu o recorde de gols em uma só edição do Brasileiro, superando a marca de Dimba, que em 2003 havia marcado 31 vezes. Além disso, em 2001, quando defendia a Ponte Preta, Washington fez 18 gols e ficou à frente dos dois atleticanos, perdendo a artilharia para Romário, que fez 21.

Em comum entre os dois times, o fato de que ambos foram escalados no esquema tático 3-5-2. Em 2001, Geninho já pegou uma base montada por Mário Sérgio, enquanto em 2004 Levir Culpi, que assumiu o comando na quarta rodada, após Júlio Piza e Lio Evaristo terem trabalhado no cargo interinamente, foi quem implantou o sistema de jogo.

Outro ponto semelhante estava em campo: Quatro jogadores fizeram parte dos dois elencos. O zagueiro Rogério Corrêa foi o único titular nas duas campanhas, enquanto Dagoberto, titular em 2004, era recém-promovido da base em 2001. O zagueiro Igor também participou de várias partidas nos dois anos. Já o atacante Ilan, reserva imediato no título, com direito a gol no primeiro jogo da final de 2001, fez parte do esquadrão de 2004 até agosto daquele ano, quando foi vendido ao Sochaux, da França.

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