Atlético cede empate no final da partida

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Washington não marcou contra o Grêmio.

A máxima do futebol segundo a qual "o jogo só acaba quando termina" cabe como uma luva para definir o empate em 3 a 3 entre Grêmio e Atlético Paranaense, ontem à noite, no Colosso da Lagoa, em Erechim. O Rubro-Negro vencia por 3 a 0 até os 14 minutos, mas jogando contra o raçudo Grêmio, acabou surpreendido com um empate no apagar das luzes.

Com o resultado negativo do Santos, se houvese confirmado a vitória, o Rubro-Negro abriria quatro pontos de vantagem para o vice-líder e poderia confirmar o título já na rodada de domingo, contra o São Caetano. Agora, além de adiar a decisão, os atleticanos terão que se recuperar do balde de água fria dado pelos gaúchos.

Como era previsto, o Tricolor iniciou a partida tomando a iniciativa do jogo. Só uma vitória salvaria os gremistas do descenso. Era justamente o que o rápido time do Atlético mais desejava. Nos erros do adversário ou nas roubadas de bola, o Atlético começou a construir o placar: nos contra-ataques. No primeiro, aos 21 minutos, Denis Marques marcou. Sete minutos depois, quem balançou a rede foi Fernandinho. Aturdido com o placar adverso, o Grêmio passou a dar mais espaços e já na segunda etapa, veio o terceiro do Furacão, mais uma vez com Fernandinho, subindo de cabeça no meio da frágil defesa gremista.

Revoltada, a torcida começou a gritar olé enquanto o time atleticano tocava na bola. Foi justamente a expressão sumária de revolta, reforçada por torcedores com camisas vestidas ao contrário e tricolores deixando o estádio antes dos 30 minutos da etapa final, que fez o improvável acontecer. Com o orgulho ferido, os gremistas fizeram ressurgir a garra que tornou o time gaúcho famoso e renasceram das cinzas. Roberto Santos iniciou a reação aos 26 minutos, mas nem mesmo o torcedor mais otimista poderia imaginar o que estava para acontecer.

Deixando mais uma vez a sua fragilidade em bolas aéreas escancarada, o Atlético, líder do campeonato, entregou o ouro ao bandido em duas jogadas aéreas, aos 44 e 46 minutos da etapa final. Atônito, o time atleticano deixou o gramado sentindo um gosto de derrota no empate, que só não foi pior em função do revés do Peixe. Por outro lado, mesmo rebaixado, o empate teve sabor de vitória para os gaúchos, que aplaudiram o time de pé ao apito final do árbitro.

Falta de concentração custa caro

O clima de decepção não pôde deixar de ser percebido no semblante do elenco atleticano ao apito final do árbitro. O sempre falante Washington, por exemplo, deixou o gramado sem dar entrevista. E o clima não foi à toa. Como frisou o capitão do time, Fabiano, com uma vitória o Atlético teria praticamente colocado a mão na taça. "Abrindo quatro pontos de vantagem e jogando mais duas em casa, dá para dizer que o título praticamente estaria conosco. Mas o time desconcentrou, errou e pagou pelos erros", diz o jogador, que já havia sido substituído quando o revés se concretizou.

Os erros aos quais Fabiano se referiu foram os mesmos que quase comprometeram o resultado da partida contra a Ponte Preta, na rodada anterior. Coincidentemente, o Rubro-Negro pecou na defesa aérea. "Treinamos muito esse tipo de jogada durante a semana e novamente caímos diante dela. Mas acontece. Sempre frisei que a jogada aérea é a mais perigosa do futebol. Foi uma coincidência desagradável", disse o técnico Levir Culpi.

Para evitar o clima ruim, o treinador preferiu não dar um "puxão de orelha nos comandados" nos microfones e amenizou o fato de o time ter sido tomado por uma distração de poucos minutos, que comprometeu o resultado. "Foi decepcionante pela forma como aconteceu. Nos desconcentramos no final e o Grêmio se recuperou. Estávamos com o controle do jogo, mas acabamos surpreendidos", disse o treinador.

Fabiano foi mais enfático e deu o pito na turma. "No futebol, a concentração tem que ser até o final. O jogo só acaba quando o juiz apita." O zagueiro vai desfalcar o Atlético contra o São Caetano, pois tomou o terceiro amarelo e terá que cumprir suspensão automática.

CAMPEONATO BRASILEIRO
43ª Rodada
Local: Estádio Colosso da Lagoa, em Erechim.
Árbitro: Wágner Tardelli de Azevedo (RJ).
Assistentes: Marcos Venício Sá Freire e João Luís Ribeiro Magalhães.
Gols: Denis Marques aos 21 e Fernandinho aos 28 minutos do primeiro tempo; Fernandinho aos 14, Roberto Santos aos 26 minutos do segundo tempo, Baloy aos 44 e Pitbul aos 46 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Fabiano, Marinho, Marcão, Jádson, Alex Xavier e Felipe Melo.
Renda: R$ 28.623,00. Público pagante: 9.228.

GRÊMIO 3X3 ATLÉTICO

Grêmio: Márcio; George, Baloy, Alex Xavier e Cristano; Cocito, Leanderson (Bruno), Felipe Melo (Luciano Santos) e Anderson(Roberto Santos); Marcelinho e Claudio Pittbul. Técnico: Cláudio Duarte.

Atlético: Diego; Marinho (Igor), Rogério Correia e Marcão; Fernandinho, Fabiano (Pingo), Alan Bahia, Jádson e Ivan; Washington e Denis Marques (Willian). Técnico: Levir Culpi.

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