Demorou, mas finalmente o Atlético manteve a escrita. Ao vencer o Coritiba, seu maior rival, ontem à noite, no estádio do Pinheirão, por 2 a 1, o Rubro-Negro se sagrou campeão da Copa Sesquicentenário, torneio comemorativo aos 150 anos de emancipação política do Estado do Paraná, competição organizada em parceria pelo governo do Estado e Federação Paranaense de Futebol, e enfim, pôde comemorar um título no ano de 2003.
O título reforça o caixa do Rubro-Negro em R$ 150 mil, dinheiro destinado ao campeão da Copa. Já o Coxa, encerra uma temporada quase perfeita (foi campeão estadual invicto e terminou o Brasileiro em quinto lugar, conquistando assim uma vaga na Libertadores 2004), com um cheque consolação no valor de R$ 100 mil.
O título atleticano pode ser sintomático. Afinal, no fim da temporada de 1997, a equipe também conquistou apenas um título: a Copa Paraná, contra o Maringá, – encarado pelos adversários como um prêmio consolação. A partir daí, o clube reformulou seu elenco, apostando na prata da casa e foi somando títulos até culminar com o maior de todos: o Brasileirão de 2001.
A filosofia do próximo ano, será basicamente a mesma, pois há promessa de reforçar o time com bons jogadores, mas aproveitar a base formada pelos garotos que na noite de ontem honraram a camisa rubro-negra.
O jogo
A partida de ontem, deixou de lado os esquemas táticos. Ambas as equipes não eram as principais – o Coritiba ainda utilizou uma base do time que vinha atuando no Brasileirão. Talvez por isso, os dois times fizeram uma bela apresentação para os pouco mais de dois mil torcedores que se dispuseram a encarar o frio atípico de uma noite de dezembro.
No primeiro tempo, o jogo começou morno. Com as duas equipes se estudando, as duas defesas tiveram pouco trabalho, pois a disputa de bola se resumiu ao meio-de-campo, onde o perde e ganha deu a tônica ao jogo.
Aos poucos no entanto, o Coritiba foi chegando com perigo, testando a jovem defesa atleticana. Mas as principais oportunidades foram do Atlético. Rodriguinho finalizou após receber passe magistral de Jádson, obrigando Fernando espalmar para escanteio.
Na resposta, Maurinho foi ao fundo e alçou na área para Gelson cabecear perto do poste esquerdo de Tiago Cardoso. A partir daí, as jogadas de perigo se somaram de lado a lado. Michel cobrou falta na trave de Fernando. Maduro, o gol do Atlético foi marcado por Ricardinho, aproveitando chute de Jádson, que tocou no travessão e sobrou nos pés do atacante, que só teve o trabalho de acertar a finalização.
Mas a garotada rubro-negra nem teve tempo de festejar. No primeiro lance depois do gol, Maurinho foi ao fundo, e cruzou na cabeça de Gelson, que não errou a direção e deixou a bola morrer no fundo da rede de Tiago.
No segundo tempo, o Atlético parecia apagado em campo. O Coritiba, dominando as ações e sufocando a insegura defesa atleticana. As chances eram desperdiçadas uma atrás da outra. Chegou ao cúmulo de Michel Bastos, ao tentar cortar para escanteio, quase marcar um gol contra. Mas a sorte estava mesmo do lado rubro-negro. Numa cobrança de falta de Michel, Fernando espalmou nos pés de Jádson, que tentou encobrir o goleiro e acertou a trave esquerda. A bola sobrou no meio da área e Selmir não titubeou. Mesmo caindo, chutou para marcar o gol do título.
Desesperado, o Coritiba ainda tentou uma reação. Mas esbarrou na sorte atleticana e se abriu para o contra-ataque. Por pouco o Atlético não fez mais dois ou três gols por erros incríveis de finalização. Jádson, Ricardinho e o próprio Selmir, desperdiçaram oportunidades claras de ampliar. O Coritiba, fez sua parte, pressionando muito. Mas o resultado foi mesmo a vitória do Atlético.
Robert pode ser a novidade no Atlético
Márcio Rodrigues
O meia Robert, campeão brasileiro pelo Santos em 2002, que perambulou pelo Japão e foi repatriado no meio do campeonato nacional da temporada que se encerrou no último dia 14, pode ser a maior novidade do Atlético para a temporada 2004.
O jogador, no entanto, seria envolvido numa negociação entre o rubro-negro e o Corinthians, que está de olho no futebol do atacante Alex Mineiro, herói do título brasileiro 2001. O goleador rubro-negro já teria até estipulado um salário mensal de R$ 120 mil, para assinar com o Mosqueteiro, e foi aí que a negociação emperrou, pois a diretoria corintiana já teria estabelecido um teto de R$ 80 mil.
Caso a negociação não prossiga, pelo menos um jogador que defendeu o Corinthians na temporada tem retorno garantido: o volante Cocito. O empréstimo se encerra no fim deste mês, e ele se reapresenta juntamente com seus companheiros no dia 2 de janeiro, assim como o zagueiro Gustavo, que defendeu o São Caetano em 2003.
Mais um ano
Quem vai passar as festas de fim de ano com o futuro garantido é William. Jogador revelado nas categorias de base do Atlético, o meio-campo teve ontem seu contrato de empréstimo renovado com o Figueirense.
Natural de Foz do Iguaçu, William foi campeão da Taça BH de Juniores em 1996 pelo rubro-negro, mas não obteve o mesmo sucesso pela equipe profissional. Foi emprestado para Gama, Londrina e Figueirense, onde virou ídolo da torcida. Será o quarto ano de William no clube catarinense, pelo qual jogou 135 partidas e marcou 25 gols.
No reempréstino, no entanto, a diretoria atleticana incluiu um artigo no qual poderá interromper o empréstimo quando houver necessidade de ter o jogador de volta.
