Atlético atrás de um sonho ainda possível

O Atlético partiu ontem para o Rio na primeira etapa de um novo desafio. Após a vitória de 6 a 4 sobre o Vasco, a Libertadores passou a ser a meta do Furacão no Campeonato Brasileiro. O Flamengo é o primeiro obstáculo de um caminho quase impossível.

Para conquistar a classificação ao maior torneio do continente, o Rubro-Negro terá que ser praticamente perfeito nas últimas seis rodadas do Brasileirão. Segundo os cálculos do matemático Tristão Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um time precisa de pelo menos 62 pontos para garantir uma vaga na Libertadores.

Isso significa dizer que o Atlético, que tem 46, precisaria de pelo menos cinco vitórias e um empate para chegar lá. Ou seja, para manter vivo o sonho, o time da Baixada terá que passar de forma invicta e com um excelente aproveitamento por seus seis últimos adversários.

Depois do Flamengo, o Furacão enfrenta Corinthians e Grêmio em casa, o São Paulo, no Morumbi, volta para a Baixada contra o Figueirense e encerra o campeonato em Campinas, contra a Ponte Preta. Em meio a tudo isso, fará pelo menos mais dois jogos pela Copa Sul-Americana, um deles no México.

As dificuldades deixam o professor Tristão cético quanto às chances rubro-negras. ?O Atlético não vai. É muito complicado, pois três das quatro vagas já estão ocupadas. Nesse bolo que disputa a última, todo mundo joga entre si e fatalmente vai somar pontos?, arrisca.

Para Tristão, São Paulo, Santos e Grêmio estão praticamente garantidos na Libertadores. Disputam a última vaga, além do Atlético, Paraná, Vasco, Cruzeiro, Botafogo e Figueirense. ?A vaga deve ficar entre Vasco e Paraná. O Cruzeiro ainda tem uma chance, se for perfeito nessas rodadas?, afirma o professor.

As possibilidades levam Tristão a aconselhar que o Rubro-Negro priorize a Sul-Americana. ?Acho que a torcida nem merece que se especule sobre Libertadores. O Atlético tem uma chance muito grande de conquistar um título muito importante e tem um futuro mais promissor focando a Sul-Americana?, acredita.

Mas elenco e comissão técnica atleticanos parecem não estar muito preocupados com a matemática. ?Enquanto a gente tiver matematicamente chance, nós vamos brigar. Sabemos que é difícil e não estamos iludindo o torcedor. Mas nós não podemos deixar de lutar por essa chance?, diz o técnico Vadão.

Como prova de que não está brincando, Vadão deve escalar o Furacão completo contra o Flamengo. Ele ainda não confirmou a equipe, mas a única novidade deve ser o retorno de Denis Marques ao ataque.

Empolgada com as últimas apresentações da equipe e não dando a mínima para os cálculos, a torcida rubro-negra segue confiante com a volta do time à principal competição das Américas. Depois do jogo contra o Vasco, o grito de ?Libertadores? ecoou forte nas arquibancadas da Arena.

Furacão vai de ônibus pro Rio

O caos nos aeroportos brasileiros levou o Atlético a optar por uma solução radical para se livrar dos riscos de perder horas e horas em salas de embarque. No final da noite de ontem, o time rubro-negro partiu de ônibus para uma viagem de 850km até o Rio de Janeiro.

Amanhã, o Furacão enfrenta o Flamengo, às 18h10, no Maracanã. A volta para Curitiba, também de ônibus, acontece logo após a partida. A viagem até o Rio deve levar cerca de 12 horas. Assim, entre ida e volta, o time deve perder um dia inteiro na estrada. Como algumas pessoas têm passado mais de dez horas na espera por um vôo, a comissão técnica atleticana preferiu não arriscar.

Os jogadores garantem que o Atlético já está acostumado com as viagens cansativas e não será prejudicado. ?Nós já passamos por muitas dificuldades. Fomos jogar contra o Nacional, no Uruguai e, depois, contra o Fortaleza, após uma viagem muito longa, e o time respondeu. Então, não há problemas. Se temos que viajar de ônibus, vamos viajar e fazer o melhor. É um jogo muito importante para a equipe?, garante o meia David Ferreira.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo