Depois de quase três meses de espera, as obras de instalação do teto retrátil da Arena da Baixada foram retomadas oficialmente na sexta-feira (17). Porém, a colocação da tampa do remodelado caldeirão atleticano não sairá da maneira que o Atlético planejava inicialmente e, ao acordar com a Lanik I.S.A. que o valor cobrado para a montagem da estrutura fosse mantido em 94 mil euros, o clube pode ter prejuízos tanto na instalação do teto retrátil, quanto para concluir a obra até o início de dezembro, quando o estádio receberá o evento de MMA Shooto 52.
César França, diretor executivo da Lanik I.S.A., que veio da Alemanha justamente para acertar os detalhes com a diretoria atleticana, informou que o clube assumiu todos os riscos ao pleitear a instalação do teto retrátil da Arena da Baixada. Assim, a empresa espanhola será responsável somente pela supervisão da colocação da estrutura que será feita pela empresa SGE Estruturas Metálicas, que fica em Araucária. A responsabilidade quanto ao prazo na finalização da instalação é exclusivamente do Atlético.
“É uma estrutura que não tem no Brasil e que poucos sabem lidar. O Atlético vai assumir todas as despesas com os espanhóis que vão chegar em Curitiba no dia 27 deste mês e também a montagem do teto retrátil. Nossos técnicos serão responsáveis apenas pela supervisão e orientação da instalação. Já enviamos via e-mail para o clube e também por telefone as informação de como tem que ser a instalação”, explicou França.
O diretor-executivo da Lanik I.S.A. frisou ainda que a proposta partiu do Atlético e que, ao optar por esta solução caseira, os riscos serão maiores para o clube. “Fica muito difícil. Nós somos a empresa especializada e que tem o know-how para a instalação. Mas a proposta partiu deles e esta será a primeira vez que não faremos a montagem. Nas obras que fizemos realizamos o serviço completo, desde a fabricação das peças, até a montagem e instalação. Mas o Atlético está querendo fazer tudo e isso aumenta o risco. Por isso, na reunião realizada ontem (quinta-feira) não assumi responsabilidade nenhuma, até porque o risco que vai correr é muito alto”, justificou França.
Por causa deste acordo e da responsabilidade do Atlético em realizar a montagem do teto retrátil da Arena da Baixada, a Lanik I.S.A. aceitou a oferta inicial tratada entre as partes de cobrar 94 mil euros para realizar o serviço. A empresa chegou a pedir 418 mil euros e só aceitou reduzir o valor porque trabalhará somente na orientação dos operários que farão a colocação da tampa do caldeirão.
França frisou ainda que o depósito feito em juízo pelo Atlético de 94 mil euros quando o clube entrou na Justiça para garantir que a Lanik I.S.A. realizasse o serviço pelo valor inicialmente acordado entre as partes dá mais tranquilidade de que o pagamento será feito. “O valor está depositado em juízo. Quando os espanhóis que forem à Curitiba terminarem de orientar e retornarem comprovando a execução da nossa responsabilidade o pagamento deverá ser feito. Isso nos deixou mais seguros”, arrematou.
Enquanto os técnicos especializados não chegam da Espanha, as obras foram retomadas na Arena da Baixada. A Rua Buenos Aires, entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Engenheiros Rebouças, foi fechada com cavaletes pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) e os operários já iniciaram os trabalhos na montagem da estrutura. Um guindaste também já entrou no local para dar início no processo de instalação do teto retrátil.
A reportagem da Tribuna 98 entrou em contato com a SGE Estruturas Metálicas, que, será uma das responsáveis pela instalação do teto retrátil, mas um dos diretores preferiu não atender a solicitação de entrevista. A empresa é atuante neste ramo desde 1995 e reconhecida nacionalmente pelos trabalhos realizados no fornecimento de estruturas metálicas. A SGE, inclusive, já operou na reforma e ampliação da Arena da Baixada, que recebeu quatro partidas da Copa do Mundo.