Foto: Arquivo

Wallyson, que veio do ABC de Natal, já tinha dado no pé e também voltou. Agora foi a vez de Doca Madureira.

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Uma das apostas do Atlético para a próxima temporada está treinando no CT do Caju há um mês. Chama-se Francisco Lima Madureira, mas é conhecido pelo apelido de Doca Madureira. O jogador pertence ao Rio Branco do Acre, onde disputou a Série C do Brasileirão, e está em fase de testes no Furacão. Porém a curta estadia dele já é polêmica. Há cerca de dez dias, Doca Madureira, de 23 anos, simplesmente abandonou os trabalhos no clube para voltar ao Acre, seu estado natal. Após conversações entre as diretorias dos dois clubes, o jogador retornou nesta semana à capital paranaense e deverá integrar a delegação rubro-negra que vai excursionar por Trinidad Tobago, no Caribe, durante a realização de um torneio internacional, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro.

A insistência do Furacão é devido ao potencial do jogador. De acordo com a imprensa acreana, Doca Madureira é um ótimo meia-esquerda. É rápido, tem drible fácil e bate bem faltas. Foi considerado um dos destaques do Rio Branco na campanha da Série C, na qual o time chegou até a terceira fase, mas não se classificou ao octagonal final da competição, perdendo a vaga para o Bahia.

As boas atuações chamaram a atenção de um dos olheiros do clube paranaense, que viabilizou a vinda do meia para o Atlético.

Explosivo

Se a habilidade é o ponto forte do jogador, a falta de profissionalismo pesa contra. Doca Madureira já teve a oportunidade de defender grandes equipes como o Internacional (RS), no ano passado, e Vitória (BA), em 2005. Em março deste ano, assinou com o Goiás (GO) para jogar o estadual, porém não teve muitas oportunidades e foi dispensado na metade do ano. Retornou ao Acre e ganhou nova oportunidade, agora no Atlético. Conforme a crônica esportiva do Acre, a falta de maturidade tem sido a principal inimiga do jogador em sua curta carreira, que encara o futebol de maneira ainda amadora.

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O presidente do Rio Branco, Natal Xavier, rasgou elogios ao seu atleta e disse que ele tem potencial, inclusive, para jogar fora do País. ?O Atlético está dando uma nova chance para o Doca e espero que tenha inteligência para saber usá-la?, analisou.

A multa contratual do meia-esquerda está estipulada em R$ 1,3 milhão, mas esse valor deve ser reduzido caso o Atlético deseje realmente contratá-lo.

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Já é o segundo que foge

Fuga de atletas do CT do Caju não é novidade nenhuma. Em maio deste ano, a revelação do futebol potiguar, o atacante Wallyson, de 19 anos, também desembarcou em Curitiba e permaneceu pouco tempo por aqui. Após realizar alguns treinamentos, o jovem voltou para o seu clube de origem (ABC de Natal) devido à intervenção de seu procurador. Entretanto, mais tarde, as diretorias do Atlético e do ABC fecharam novo acordo e Wallyson deverá se reapresentar ao clube paranaense em janeiro de 2008. O Furacão teria pago R$ 600 mil por 80% dos direitos federativos do atleta e o liberado para defender as cores da equipe de Natal na Série C. O jovem é apontado como uma grande promessa e tem demonstrado no Brasileirão ser goleador. Na terceira divisão, é um dos artilheiros com 14 gols e sua equipe lidera a competição.

Seis meses depois da fuga de Wallyson, a história se repetiu com Doca Madureira. O que motivou o súbito retorno a Rio Branco (AC) é desconhecido. A imprensa daquele estado divulgou que o jovem preferiu ficar na casa de um conhecido residente em Curitiba ao invés de treinar no CT do Caju.