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Em 2001, a torcida foi a São Caetano e fez a festa com os jogadores no alambrado. |
A possibilidade do Atlético conquistar o título do Campeonato Brasileiro deste ano está mobilizando os torcedores por toda a cidade. A expectativa é de que três mil torcedores rubro-negros possam "invadir" São Januário para empurrar o time na busca da segunda estrela dourada. Confiança é o que não falta. Além daqueles que irão por conta própria, o atleticano poderá acompanhar o Furacão no Rio de Janeiro embarcando nas excursões das torcidas organizadas e até num pacote aéreo especial.
Empolgada com a campanha do time no Brasileirão e ainda com a imagem da viagem de 2001 para São Caetano do Sul, na final de 2001, a torcida organizada Os Fanáticos já lotou cinco ônibus e está confiante em lotar mais dez para rumar ao Rio de Janeiro. A saída na caravana da "Caveira" está programada para as 22h de sábado, em frente à Arena. Mais informações, como preços e reservas, podem ser obtidas pelo telefone (41) 332 5984.
Para quem puder pagar um pouco mais e quiser dispor de algumas regalias, além da partida em si, contra o Vasco da Gama, poderá embarcar na excursão aérea da empresa CVC. A saída está programada para sábado, às 22h30, com estadia no hotel Glória e retorno após a partida. Os traslados estão inclusos. Como a viagem leva cerca de duas horas, os interessados ainda poderão aproveitar a estada no Rio para sair na noite de sábado. O pacote total custa (com taxa de embarque e ingresso) R$ 753,40, que podem ser parcelados em quatro vezes de acordo com as condições da empresa. As informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 2109 9306.
Atlético deve contar com segurança especial no Rio
A briga entre o presidente do Vasco, Eurico Miranda, e o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, parece estar apenas começando.
Após trocarem ofensas numa reunião do Clube dos 13, os dois dirigentes voltam a se encontrar na partida que pode definir o campeonato brasileiro, às 16 horas de domingo, em São Januário. Como o time da Colina precisa da vitória para fugir do rebaixamento, a guerra nos bastidores já começou. Precavido, o Rubro-Negro está tomando as medidas necessárias para garantir a segurança de seus jogadores e impedir que a pressão do cartola carioca apronte das suas.
De acordo com a direção do clube, está sendo tomado o mesmo esquema para todas as partidas realizadas fora de casa. Como é de praxe, o Furacão contrata serviço de deslocamento e seguranças nas cidades onde fica, para garantir a integridade de todos. Para a partida de domingo, não vai ser diferente. Os dirigentes rubro-negros estão acompanhando os fatos atentamente e não querem antecipar nenhuma medida alarmista. Mesmo assim, a expectativa é de que a partida não será de todo normal.
O homem forte do Vasco já colocou o bloco na rua ao perceber o risco que sua equipe corre de perder mais uma e descambar rumo à segunda divisão. Mesmo com o amplo favoritismo do Atlético, ele diz que o time da Baixada é quem tem que se cuidar. "Eles é que devem estar preocupados", atirou. Além da provocação, o Vasco deverá fazer promoção de ingressos para tentar ter, pelo menos, mais torcedores alvinegros do que rubro-negros.
A eminente invasão atleticana ao Rio de Janeiro também está mobilizando a Polícia Militar da Cidade Maravilhosa. A pedido da Federação Paranaense de Futebol, a PM carioca irá mandar um número maior de policiais para fazer a segurança dentro e fora do estádio vascaíno. As autoridades do Rio já foram informadas que mais de 30 ônibus já estão confirmados para irem assistir a partida que poderá definir o campeão brasileiro deste ano. "O Gepe (Grupamente Especial de Policiamento em Estádios) montará uma estrutura proporcional ao contingente de torcedores", garantiu o major Marcelo Silva, que comanda o destacamento.
Marcão já sofreu o inferno ao vivo, em 2000
O zagueiro Marcão, do Atlético, não tem boas lembranças de São Januário. Então atuando pelo São Caetano, ainda como lateral-esquerdo, o jogador presenciou a queda de um alambrado do estádio vascaíno que tumultuou a final da Copa João Havelange, em 2000. Com a confusão, viu sua equipe perder um título que parecia ganho na remarcação da partida. Mesmo assim, ele garante que qualquer pressão externa só servirá para dar mais ânimo ao time rubro-negro na partida contra o Vasco, que poderá resultar no bicampeonato brasileiro.
"Eu estava lá quando a arquibancada caiu e sei que é difícil jogar lá. O pessoal não abre o portão do vestiário para você ir para campo, abre só em cima do jogo mesmo", reclama o zagueiro. Ele conta que em 2000, o pessoal de apoio saiu duas horas antes para se instalar nos vestiários, mas só conseguiu entrar momentos antes da partida. "Então, cria-se um clima extracampo, mas nós não podemos ficar pensando nisso aí", aponta.
Segundo ele, a expectativa é de que os tempos estejam mudados e isso não aconteça mais. "Se acontecer de novo, só nos vai dar mais força para passar por cima. Já passamos por tanta coisa e vai ser mais uma coisa para a gente passar por cima", dispara.
O zagueiro Fabiano lembra que a necessidade do Vasco conseguir os três pontos para fugir do rebaixamento transforma a partida numa decisão para as duas equipes. "É lógico que vai ser um jogo complicado, difícil, não deve ter muitos torcedores do Vasco, mas nós temos que ir lá para encarar eles de igual para igual porque nós estamos jogando o título", destaca.
Time
O ala-direito Raulen deverá ganhar a posição de Jádson (suspenso) na equipe do Atlético para a partida de domingo. Ele entrou bem diante do Azulão e está na frente por um lugar na equipe. Pingo, que atuou como volante contra o time paulista, também está no páreo, mas como menos chances. Fabiano, por sua vez, volta após cumprir suspensão automática. Ontem, os jogadores titulares realizaram apenas um treinamento físico, enquanto os reservas fizeram um coletivo contra uma equipe júnior.
Parreira se diz feliz com a boa campanha do Atlético
São Paulo – O habitualmente comedido Carlos Alberto Parreira derramou-se em elogios ao Atlético Paranaense, ontem, destacando não apenas a campanha do líder do campeonato brasileiro, mas principalmente a estrutura do clube. "É ótimo que um clube que tem um centro de treinamentos como o do Atlético esteja na frente, porque isso motiva os demais a seguirem o exemplo", declarou o técnico da seleção brasileira numa entrevista à TV Bandeirantes.
Questionado pelo ex-jogador Neto, sobre uma possível convocação de Jádson, Parreira afirmou que está acompanhando o rendimento do meia e valorizou também outros jogadores do Rubro-Negro. "O Jádson está muito bem, mas temos que destacar ainda o Fernandinho, o Washington e o Dagoberto, que infelizmente não está jogando no momento (por contusão)", disse.
A estrutura do Atlético ainda não é conhecida da seleção na era Parreira, mas em 2001 o clube hospedou o time de Luiz Felipe Scolari, que se preparava para enfrentar (e vencer) o Chile (2 x 0) no Estádio Couto Pereira.