Amanhã, um Atletiba pode decidir mais uma vez o Campeonato Paranaense. Porém, um confronto entre os rivais na decisão não é algo tão comum assim. Em 94 anos de história do estadual, apenas 13 vezes o torneio foi decidido em um confronto entre Atlético e Coritiba.
O duelo tem uma cara diferente. Com a disputa em pontos corridos, não é propriamente uma final. E apenas a torcida rubro-negra tem a chance de ver o time erguer o troféu. Mesmo assim, o confronto tem tudo para ficar na história, ao lado dos outros Atletibas que definiram o campeão paranaense.
1941 – O “Coxa-Branca”
O primeiro Atletiba decisivo ficou marcado por uma provocação. No Joaquim Américo, o diretor rubro-negro Jofre Cabral e Silva gritava para o zagueiro alviverde Breyer: “Alemão… quinta coluna… coxa-branca!”.
Além de ganhar o apelido, o Cori também levou o troféu. Venceu na Baixada, por 3 a 1, e repetiu a dose no Belfort Duarte: 1 a 0, gol de Neno, o maior artilheiro da história do clássico.
1943 – Eletrizante
Uma decisão de tirar o fôlego. O Atlético venceu o primeiro jogo, por 3 a 2, num incrível vira-vira. Caju garantiu a vitória, defendendo um pênalti a sete minutos do fim. Uma semana depois, na Baixada, a história se repetiu, com um novo 3 a 2. O Atlético faturou o título com um golaço de voleio do artilheiro Lilo, aos 41 do segundo tempo.
1945 – Mar de gente
O Cori venceu o primeiro jogo, por 2 a 1. O segundo, acabou com o inacreditável placar de 5 a 4 para o Atlético. Na terceira partida, uma multidão de mais de 8 mil pessoas, recorde absoluto na época, lotou a Baixada. E viu 120 minutos de futebol. O 1 a 1 do tempo normal se estendeu até os 7 da prorrogação, quando Xavier garantiu o título para o Furacão.
1968 – Gol mortal
Após ter sido rebaixado e salvo por uma virada de mesa, o Atlético fazia uma campanha de redenção. Jofre Cabral e Silva assumiu o time no fundo do poço e armou um esquadrão, com Zé Roberto, Belini, Djalma Santos, Dorval…
Jofre, porém, não viu o time chegar à decisão. Contra o Paraná de Londrina, no VGD, ele foi vítima de um ataque cardíaco fatal. Na final, o Coritiba saiu na frente: 2 a 1, no Belfort. A volta foi na Vila Capanema. O Atlético vencia por 1 a 0 e garantia o troféu. Mas, aos 44 do segundo tempo, Paulo Vecchio marcou de cabeça e deu o título ao Coxa.
1972 – Na medida
O Coxa tinha um timaço, que viria a conquistar o Torneio do Povo e a Fita Azul. Mas o Atlético endureceu as coisas na decisão estadual. No primeiro jogo, Kruger marcou o gol da vitória por 1 a 0. No segundo, um 0 a 0 bastou para o Cori colocar mais uma taça em sua galeria.
1978 – Na marca da cal
Em três decisões com o Couto Pereira completamente lotado, o placar não saiu do 0 a 0. Numa final como essa, a estrela só poderia mesmo ser um goleiro. A disputa foi para os pênaltis e o veterano Manga, aos 40 anos, defendeu duas cobranças rubro-negras. 4 a 1 para o Cori e troféu no Alto da Glória.
1983 – Joel carrasco
Depois de 53 anos, o Atlético voltou a ser bicampeão. E o maior responsável pela conquista foi o garoto Joel. Na primeira partida, ele marcou o gol da vitória rubro-negra por 1 a 0. No segundo, novamente deixou sua marca, ao anotar o tento do empate em 1 a 1.
1990 – Que é isso, Berg?
O Atlético jogava por dois empates. No primeiro jogo, o Coxa vencia até os 47 do 2.º tempo, quando Dirceu, de cabeça deixou tudo igual. Na segunda partida, logo aos 5 minutos, Dirceu, mais uma vez, coloca o rubro-negro na frente.
O Cori conseguiu reagir. Pachequinho e Berg viraram o jogo e a torcida alviverde já comemorava. Mas aos 30 do segundo tempo, após a cobrança de um lateral, Berg tentou recuar para o goleiro e marcou contra. 2 a 2 e festa rubro-negra.
1998 – Chocolate
A decisão foi em três partidas. A primeira terminou em 1 a 1, no Couto, e o duelo foi para o Pinheirão, onde o Atlético foi arrasador. Com direito a gol olímpico de Nélio, aplicou a maior goleada dos Atletibas decisivos: 4 a 1.
No último jogo, 44 mil pessoas bateram o recorde de público do estádio. O Coxa teve a chance de sair na frente, mas o goleiro Régis bateu um pênalti para fora. Depois, o Furacão tomou conta da partida e venceu por 2 a 1.
2000 – Uh, Caldeirão!
Com seu estádio novinho em folha, o Atlético nem imaginava perder a decisão. Mas o primeiro jogo havia ficado em 1 a 1 e uma Arena incrédula assistia o Coxa vencer o segundo por 1 a 0. Até os 37 do segundo tempo, quando o zagueirão Gustavo subiu de cabeça e garantiu a alegria atleticana.
2004 – Si-lên-cio!
O primeiro título do Coritiba dentro do Joaquim Américo. O Coxa já havia vencido no Couto, por 2 a 1. Na Baixada, o primeiro tempo terminou com Rubro-Negro na frente por 3 a 2, de virada. Mas aos 31 da etapa final, o ex-atleticano Tuta marcou para o Cori e mandou a Arena ficar quietinha.
2005 – Hora do troco
Desta vez, o foi um antigo coxa-branca quem garantiu o troféu para o Furacão. O Cori venceu no Pinheirão por 1 a 0. Na Baixada, Denis Marques marcou para o Atlético e mandou a decisão para os pênaltis. E coube a Lima a cobrança que deu o título ao Atlético, repetindo o “cala-boca”.
2008 – Iluminado
No Couto, o Coxa saiu na frente, com Carlinhos Paraíba e Keirrison anotando 2 a 0. Na Baixada, o Atlético precisava dar o troco na mesma medida. E ia conseguindo até que Henrique Dias saiu do banco de reservas e, numa bobeira da defesa rubro-negra, fez a festa da galera alviverde.
