Coritiba e Atlético fazem hoje, no Couto Pereira, a partir das 18h30, a primeira decisão do Campeonato Paranaense de 2011. Líder do estadual, com 23 pontos, cinco a mais do que o rival, o Coxa precisa apenas de um empate para faturar o primeiro turno. Uma vitória mantém o Furacão vivo na disputa, mas precisando ainda de mais um tropeço alviverde, na última rodada.
O vencedor da primeira etapa do campeonato dá um passo que pode ser decisivo na definição do título estadual. Além de garantir vaga em uma eventual decisão, ganha também a chance de ser campeão sem necessidade de uma final, caso conquiste também o segundo turno.
Além disso, como em todo Atletiba, não faltam ingredientes para tornar o clássico uma disputa a parte, quase tão importante quanta a própria briga pelo troféu. Em campo, estará em jogo um tabu que incomoda os atleticanos. Desde 5 de maio de 2008 o Atlético não consegue superar seu maior rival.
São quase três anos ou exatos 1.022 dias de jejum no clássico. Para piorar, a última vitória aconteceu justamente no jogo que garantiu ao Coritiba seu 33.º título de campeão paranaense, em plena Baixada. Atletiba com festa rubro-negra, portanto, é algo que não acontece desde o longínquo 20 de janeiro de 2008, quando o Furacão venceu por 2 x 0 no Couto, com gols de Ferreira e Alan Bahia.
Tensão
Tanta sede por um triunfo sobre o arquirrival torna o clássico potencialmente explosivo para o Rubro-Negro.
Um novo tropeço pode reacender a crise que levou à demissão do técnico Sérgio Soares e fazer a diretoria apressar o anúncio de um novo nome para o comando da equipe.
Já uma vitória certamente irá aumentar o cacife do interino Leandro Niehues, ampliando suas chances de ser efetivado, pelo menos, até o fim do estadual.
O clássico também terá o reencontro com o Coxa de dois protagonistas de tempos melhores para o Furacão.
Será o primeiro Atletiba do atacante Lucas desde seu retorno à Baixada e, provavelmente no banco, o volante Kléberson estará esperando a oportunidade de fazer sua reestreia com a camisa rubro-negra.
O jogo pode marcar ainda a primeira vitória sobre o rival do maestro Paulo Baier e de Marcos Malucelli no comando da diretoria atleticana.
Encruzilhada
Do lado alviverde, o Atletiba pode ser visto como uma encruzilhada. A conquista dos três pontos servirá para pavimentar o até agora tranqüilo caminho coxa-branca em 2011.
O título simbólico do primeiro turno, além de aumentar o moral do técnico Marcelo Oliveira com a torcida, dará ao Coritiba a opção de priorizar a disputa da Copa do Brasil, sem a obrigação de repetir o mesmo desempenho na segunda etapa do Paranaense.
Porém, se deixar a vaga na decisão estadual escapar por entre os dedos, o Coxa pode ter que enfrentar uma estrada mais acidentada antes do início do Brasileirão. Afinal, o principal clássico do estado é famoso por colocar em xeque o prestígio de treinadores e atletas.
Uma das principais apostas alviverdes para garantir a vitória e evitar possíveis turbulências é também um velho conhecido dos rubro-negros. O atacante Marcos Aurélio teve uma boa passagem pela Baixada entre 2006 e 2007, mas não conseguiu marcar nenhuma vez contra o Coxa.
Desde que “virou a casaca” e passou a defender o Cori, em 2008, ele tem levado sorte em Atletibas e já é o maior artilheiro do clássico no Século 21, com quatro gols.
Histórico
Antes de a bola rolar, a única certeza é que, como sempre acontece quando Cor,itiba e Atlético ficam frente a frente em um campo de futebol, o confronto de hoje tem tudo para ficar para sempre na memória de quem for ao Couto Pereira. Números, tabus, heróis e vilões, porém, só serão conhecidos quando o árbitro Héber Roberto Lopes soar o apito final do 345.º Atletiba.
