Todo sábado é dia de judô para Gislaine, de 11 anos, uma das 110 crianças atendidas pela Associação Cristã de Assistência Social (Acridas) no Boqueirão. A menina e mais dezenove outras crianças têm aulas com quatro professores, que repassam noções básicas do esporte. Entre os mestres estão atletas que receberam apoio da Lei Municipal de Incentivo ao Esporte da Prefeitura de Curitiba e agora estão fazendo a contrapartida social.

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Até agosto, 282 atletas e dezesseis instituições esportivas farão alguma ação social, atendendo ao que estabelece a Lei de Incentivo ao Esporte. ?Há atletas que participam da campanha de doação de sangue ou dão palestras sobre esporte e saúde. Outros são voluntários em instituições de assistência social, como asilo e creches, devolvendo em boas ações os recursos que receberam da Prefeitura de Curitiba?, diz o secretário municipal do Esporte e Lazer, Raul Plassmann. Neste semestre, estão sendo repassados R$ 606 mil a atletas apoiados pela Lei de Incentivo ao Esporte.

No ano passado, foram mais de R$ 1 milhão.

Um destes trabalhos de contrapartida social é o desenvolvido na Acridas pelos esportistas Gilberto Ferreira, 16 anos, Alan Leandro Vieira, 30 anos, Sander Correa Bruniera, 31 anos, e seu filho Sander Bruniera Filho, 11 anos. O projeto, que nasceu da necessidade de apenas cumprir a regra da lei de incentivo, tem um ano. ?Faço o que gosto e ajudo as pessoas ao mesmo tempo?, diz Sander Bruniera, que traz seu filho, campeão sul-americano de judô, para dar aula.

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?Eu gosto das aulas. Aqui a gente é respeitado e aprende a ter disciplina?, disse Rafael, 12 anos, atendido na Acridas. A pedagoga e psicopedagoga da instituição, Ângela Maria Gonçalves da Silva, diz que o judô tem contribuído para melhorar a vida das crianças. ?Esta contrapartida social da lei de esporte colabora com o trabalho de instituições como a Acridas, carentes de voluntários que queiram mudar a realidade de meninos como Rafael?, disse.

Uma equipe de doze lutadores de caratê tradicional apoiados pela Lei de Incentivo ao Esporte adotou o Lar Dona Nenê, no Xaxim. Eles fazem doações de brinquedos, alimentos e roupas. Os atletas também ajudaram na pintura e na construção do parque de diversão de outra creche, no mesmo bairro. ?Uma mão lava a outra. A Prefeitura nos ajuda com dinheiro e nós devolvemos em boas ações para a população?, diz a psicóloga e atleta Carolina Walger, 25 anos, que é da seleção brasileira de caratê tradicional. Ela também dá palestras em escolas, ensinando os pais a como definir regras e limites com os filhos.

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A maioria dos atletas beneficiados pela lei de inventivo é de jovens das classes média e alta. ?A lei permite que eles descubram novas realidades sociais e ajudem pessoas carentes?, diz o diretor de Incentivo e Promoção Social da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer, Celso Sawaf.

Luciano D?Agostini, da equipe de natação apoiada pela lei de incentivo, realiza todos os anos a maratona aquática, que arrecada alimentos para instituições sociais. Para que o evento seja um sucesso, o atleta envolve empresas e nadadores de clubes esportivos de Curitiba para coletarem alimentos, roupas, televisores, computadores e outros equipamentos eletrônicos para instituições de caridade.

No segundo semestre do ano passado foram arrecadadas três toneladas entre alimentos e outras doações. Para este semestre, o nadador prepara nova edição.