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Atletas não têm vez nas instalações olímpicas dos Jogos do Rio

Dois anos depois dos Jogos do Rio, e a dois anos dos de Tóquio, parte das instalações construídas para a Olimpíada de 2016 ainda não tem servido para treinamento e preparação de atletas que buscam vaga para a edição de 2020. Apesar da melhora na ocupação das instalações olímpicas, a promessa de que elas serviriam para ajudar a desenvolver modalidades pouco difundidas no Brasil ainda foi pouco colocada em prática.

O curioso é que no mesmo esporte em que há um dos bons exemplos há também um dos piores. Enquanto o Velódromo do Parque Olímpico da Barra passou a servir para treinos de atletas do ciclismo de pista, a pista de BMX no Complexo Esportivo de Deodoro está fechada.

Responsável pela administração do espaço, a prefeitura do Rio diz que está “em tratativas com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para o desenvolvimento de um projeto para o equipamento”. Não foi estipulado prazo.

Outro exemplo é o da pista de atletismo do Engenhão. De altíssimo padrão, ela não é usada pelos atletas brasileiros. “A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) não utilizou em nenhuma oportunidade instalações dos Jogos”, afirmou a CBAt.

No Parque Olímpico, a ociosidade de instalações vista até pouco tempo atrás diminuiu, mas para isso promessas feitas nos anos que antecederam aos Jogos precisaram ser adaptadas. O projeto das Arenas Cariocas 1 e 2, por exemplo, previa que serviriam para o esporte de alto rendimento. A Arena 2 seria exclusiva, mas tem sido utilizada para outros eventos.

“Ela não recebe apenas treinos de alto rendimento, mas também treinamentos de atletas de base”, informa a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), autarquia federal que tem a gestão do espaço. “A somar, ainda, o desenvolvimento de projetos de inclusão social de algumas modalidades esportivas e, em algumas ocasiões, eventos como os Jogos Eletrônicos Game XP.”

Apesar dessa diversidade, confederações esportivas de menor estrutura alegam que não foram beneficiadas pelo legado olímpico. “Não utilizamos nenhuma instalação oficial que foi utilizada nos Jogos”, diz a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, afirmando ainda que o mesmo vale para as federações filiadas.

Atletas da esgrima vivem situação semelhante. “As competições de esgrima nos Jogos do Rio-2016 foram realizadas na Arena Carioca 3, local que foi multiúso para outros esportes. Em razão disso, não houve legado olímpico para a esgrima brasileira em termos de equipamentos ou estruturas físicas”, considera a confederação.

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