Você já cumpriu sua promessa do título da Copa do Brasil? O Fernando Oliveira, torcedor do Athletico, andou 35 km a pé de Curitiba a Morretes para cumprir uma promessa feita em caso de título. E não foi feita na hora da decisão com o Internacional, mas bem antes do Furacão chegar nas fases decisivas do mata-mata.
Tudo começou com uma promessa mais radical do que ir até Morretes andando. “Foi em 16 de março de 2018. O Athletico não vinha muito bem, já estava naquela crise com o Fernando Diniz. E eu falei que se o Athletico fosse campeão da Sul-Americana, da Copa do Brasil ou do Brasileiro, eu ia cortar cabelo igual do Ronaldo Fenômeno na Copa do Mundo de 2002, o ‘cabelo Cascão’”, contou. Depois da situação – convenhamos – meio constrangedora, Fernando pensou em algo mais profundo. “Eu vi alguns torcedores prometendo irem a pé até a Arena da Baixada. Então pensei em ir mais longe e escolhi Morretes”, completou.
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Supersticioso como todo torcedor, ele marcou até a data. E a promessa de 2019 foi anunciada no mesmo 16 de março. E com pompa, via redes sociais. E imediatamente outros atleticanos falaram que o acompanhariam no trajeto Curitiba/Morretes. Mas apenas um amigo o seguiu, Daniel França.
Ambos saíram da praça de pedágio de São José dos Pinhais, e escolheram o caminho da estrada do Anhaia, mais usada por quem gosta deste tipo de aventura. “O começo, pela BR-277, foi a parte mais difícil, porque tinha momentos em que havia a terceira faixa da pista e era muito estreito o espaço que íamos andando. Tem também a parede das montanhas, que a todo momento tem água escorrendo por elas, deixando muito limo no asfalto e ficando bem escorregadio. O fluxo de carros e caminhões também deixou o caminho bem perigoso. Este trecho foi de quase 10 km e foi o mais complicado”, relembra.
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A estrada do Anhaia, que era um caminho dos tropeiros atrai principalmente ciclistas. Uma descida de 3,5 km é feita em cerca de 15 minutos, numa diminuição de 700 metros de altitude. Mesmo íngreme, Fernando e Daniel superaram bem esse trecho. Em boa parte da estrada, a paisagem foi de estrada de chão e mata fechada dos dois lados. O perigo era a situação desértica. Todos os percalços foram superados pelos atleticanos, que inclusive conseguiram aproveitar um pouco da natureza entre uma parada e outra.
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“Foi uma experiência bem diferente. Eu percebi que, para dar certo de o Athletico ser campeão, eu preciso fazer algum sacrifício e estou me sacrificando cada vez mais. Deus me livre o que vai acontecer daqui uns 3, 4 anos com estas promessas. Mas deu tudo certo e a promessa foi paga”, disse sorrindo e confirmando que no dia 16 de março de 2020 outra promessa virá para que o Furacão busque mais um título. Quem sabe, então, a Libertadores não vem?