Buenos Aires – O Athletico terá uma tarefa bem complicada nesta quarta-feira (31), quando tentará vencer o Boca Juniors na Bombonera para seguir adiante na Libertadores. Um desafio e tanto, mas que não é impossível. E o próprio futebol brasileiro já provou isso. Até mesmo de maneira surpreendente.
Em 2003, o Paysandu foi até o místico estádio e mesmo com dois jogadores expulsos acabou derrotando o Boca por 1×0, pelas oitavas de final do torneio continental. Na ocasião, os xeneizes eram francos favoritos para o jogo, apesar das campanhas na fase de grupos.
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O Papão da Curuzu chegou à Libertadores após no ano anterior conquistar a já extinta Copa do Campeões do Brasil, que reunia no Nordeste os campeões regionais, paulista e carioca. O vencedor garantia uma vaga no torneio mais cobiçado da América do Sul e os paraenses foram o primeiro clube a conquistar tal feito.
Na fase de grupos, um primeiro lugar inquestionável, com quatro vitórias e dois empates diante de Cerro Porteño, do Paraguai, Universidad Católica, do Chile, e Sporting Cristal, do Peru. Até por isso, o primeiro duelo foi em solo argentino, uma vez que o Boca Juniors ficou em segundo.
Lá, encontraram uma verdadeira panela de pressão, que, aos poucos parecia subir ainda mais a temperatura. Só que todas as adversidades se transformaram em incentivo.
“A gente usou a motivação de estar jogando contra o Boca Juniors. Era o jogo da vida de cada um dos atletas do Paysandu e conseguimos um bom resultado. Tive a felicidade de fazer o gol, mesmo com jogadores expulsos. Ficamos com um a menos e eu utilizei uma das minhas características, que é prender a bola, fazer o tempo passar e fomos segurando o resultado com o nosso goleiro fazendo boas defesas”, recordou o atacante Iarley, em entrevista à Tribuna do Paraná.
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O jogador foi o grande herói daquele confronto. Logo na primeira etapa, o Paysandu teve seu artilheiro, o atacante Róbson, expulso. Na etapa final, o volante Vanderson também recebeu o cartão vermelho. Neste meio tempo, o Boca também perdeu um atleta. E com apenas nove em campo, o Papão achou espaços e Iarley aproveitou para fazer um belo gol, surpreendendo a todos que estavam no estádio.
“Recuamos, fiquei sozinho lá na frente e tivemos que prender a bola, deixando ela longe da nossa área. Estávamos jogando por um empate fora de casa, mas no momento que fiz o gol vi que era possível a gente vencer. Futebol tem essa surpresa. Se levássemos um gol, ainda assim conseguríamos nosso objetivo na Bombonera”, recordou o então camisa 10 do time paraense.
No outro lado
Na volta, os argentinos venceram por 4×2 no Mangueirão e caminharam rumo ao título da Libertadores. Mas aquele confronto mudou a carreira de Iarley, que meses depois foi contratado justamente pelo Boca Juniors.
Contratado para substituir o ídolo Riquelme, que foi havia sido negociado com o Villareal, da Espanha, o brasileiro fez rapidamente sucesso com a camisa azul e amarela, marcando gols importantes, como contra River Plate e San Lorenzo. E conhece como poucos a Bombonera, jogando tanto a favor, quanto contra.
“A torcida lá mete uma pressão muito grande, mas até mesmo em seus jogadores, para jogar pra frente, empurrar. Quando nada dá certo para o time, a torcida canta mais forte e os jogadores arranjam uma força lá de dentro. Eles cantam, apoiam os 90 minutos. Isso faz a Bombonera ser um estádio diferente”, explicou ele.
Para o duelo decisivo, Iarley sabe que o Furacão encontrará dificuldades, mas, diante da necessidade de vencer para se classificar, não espera que o Rubro-Negro fique atrás. Para o ex-atacante, um dos segredos é tentar não ter medo de se jogar lá.
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“Não é porque o Boca vai jogar em casa que o Athletico vai ficar atrás. Eles sabem sair jogando com a bola, o time tem qualidade. Não pode ter medo, não pode achar que não é possível. Tem que ir lá e jogar, fazer o que tem que ser feito. A pressão vai existir e tem que pensar que isso é algo positivo, jogar em um estádio místico, isso você tem que transformar em incentivo. Mas será bem difícil para o Athletico”, avaliou.
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