A imagem de Thiago Heleno voltando a vestir a camisa do Athletico foram compartilhadas por torcedores desde a noite deste sábado (5), quando o General retomou sua trajetória no clube no duelo com o Bahia, em Salvador. Um dos ídolos rubro-negros, o zagueiro viveu talvez o período mais intenso da carreira – de herói do título da Copa Sul-Americana a suspenso por doping.
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Foram seis meses de suspensão aplicados pela Conmebol por conta da ingestão da substância higenamina, um estimulante banido do esporte. Ele e Camacho (que segue de gancho até o final do mês) tomaram um suplemento indicado por um nutricionista do clube, que acabou demitido em julho junto com praticamente todo o departamento médico e físico do Furacão.
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Segundo a Agência Mundial Antidoping, a higenamina tem efeitos muito semelhantes à efedrina, aumentando o metabolismo, a frequência cardíaca e dilatando os brônquios. Por isso, mesmo banida do esporte, ela é usada em suplementos – mesmo que os médicos em todo o mundo desaconselhem os consumidores a usarem alimentos com higenamina no rótulo.
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Para Thiago, foi um baque gigantesco. “É um sentimento que machuca. Era uma fase que o Thiago estava bem demais, e o Athletico tinha chance de disputar e ganhar três competições”, contou o empresário do defensor, Gilberto Brasil. A situação só não foi pior porque o clube assumiu toda a responsabilidade sobre o caso, o que reduziu a punição. Mesmo assim, o zagueiro sequer podia frequentar o CT do Caju no período.
O que restava – e até ajudaria nesse período – era trabalhar. “Ele fez o trabalho que tinha de ser feito. O clube ajudou, deu todo o suporte. Mas não foi fácil. Foi muito difícil. Difícil até para explicar o quão difícil foi”, disse o empresário. Thiago Heleno contratou um preparador físico para treinar em uma academia por pelo menos seis dias na semana, alguns em dois períodos.
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E passou a ter um papel decisivo na conquista da Copa do Brasil – os jogadores inclusive dedicaram o título a ele e a Camacho. Internamente, o Athletico se preocupou em mantê-lo em contato com o grupo, inclusive recebendo todos os bichos e premiações do restante do elenco. “O clube trabalhou bem, conseguiu amenizar várias coisas. O (Mário Celso) Petraglia é um baita de um homem. Todo mundo no clube ajudou. Foi ruim, mas tudo na vida da gente tem um porquê”, acrescentou Brasil.
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E agora Thiago Heleno quer seguir sua trajetória do Furacão. Segundo Gilberto Brasil, a tendência é continuar no clube, com o qual o zagueiro tem contrato até dezembro de 2020. “Ainda tem tempo para o fim do contrato. Quando tivermos uma oportunidade, vamos sentar e conversar. Há uma possibilidade muito grande de ficarmos. É um clube que o Thiago aprendeu a amar, além de que Curitiba é uma ótima cidade, que ele planeja morar quando se aposentar”, garantiu o empresário.