Sozinho, um dos heróis do título inédito da Copa do Brasil recebe do assessor de imprensa um presente. É a taça. Pesa doze quilos, mas ele nem se preocupa. Pousa-a no gramado do Beira-RIo, ajoelha-se e agradece. O gesto solitário se torna um evento. Fotógrafos e jornalistas se posicionam e eternizam Santos. Troféu à frente, dedos apontando para o alto, medalha de campeão no peito, o discreto protagonista do Athletico faz a sua festa. É uma das cenas que marcou a festa em Porto Alegre, antes da apoteose em Curitiba.
Uma conquista que teve dificuldades inesperadas. Saber que havia um time forte e uma torcida empolgada do outro lado, todo mundo sabia. Mas ninguém era meteorologista para prever que 205 raios atingiriam a capital do Rio Grande do Sul entre as 16h e as 20h de terça-feira. Três horas presos dentro do avião, irritação e desgaste emocional. E não havia o que fazer. Era só esperar. Liberados, os jogadores do Athletico foram descansar no hotel Sheraton, perto do Beira-Rio.
Até teve foguetório, mas nada que incomodasse de verdade. A quarta-feira passou devagar até as 19h, quando a delegação rubro-negra chegou ao palco da finalíssima. O ambiente era de forte apoio ao Internacional, mas o Furacão sabia o que fazer. “O Tiago (Nunes, técnico) montou uma estratégia para que a gente resistisse a todo tipo de pressão”, disse Nikão, em meio a um momento de euforia tão grande que ele sequer sabia o que fazer. “Não sei se pulo, se corro, se grito. Só estou muito feliz”.
Em campo
O primeiro tempo do Furacão diante do Internacional foi complicado. Apesar dos gaúchos não conseguirem botar o Athletico nas cordas, e de o jogo estar empatado, havia preocupação. Parte da comissão técnica, que estava em um camarote, desceu rapidamente para o vestiário. Na volta, cruzaram com Washington, o Coração Valente, que estava lá como convidado da CBF. Todos estavam apreensivos. Mas Paulo Miranda, auxiliar de Tiago Nunes, avisou: “Não vamos ficar atrás”.
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E o Athletico fez história, coroada com o lance de Marcelo finalizado por Rony – que já virou até tatuagem de torcedor. O camisa 7, xodó da torcida, recebeu um pedido das arquibancadas. Era para ele dar um mortal exclusivo para quem estava no Beira-Rio. Ele não só fez como depois saiu regendo a galera, que gritava enlouquecida seu nome.
No meio da festa de jovens jogadores, de veteranos, da comissão técnica e de dirigentes, um senhor de boné unia passado e futuro. Antônio Carletto Sobrinho, um dos ‘inventores’ da forma do Furacão pensar o futebol, se emocionava. “Eu sou pé-quente”, dizia. Muitos ali talvez nem lembrassem dele, mas a presença de Carletto na festa da Copa do Brasil ajuda a explicar porque o Athletico se transformou nos últimos 25 anos.
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