Buenos Aires – Uma noite mágica. Para quem é apaixonado por futebol, entrar na Bombonera lotada e ver de perto a paixão dos torcedores argentinos pelo Boca Juniors é algo inexplicável. Ver de perto um espetáculo desses deveria, inclusive, ser obrigatório para qualquer fã de futebol. O Athletico perdeu por 2×1, na última quinta-feira (9), mas não foi para qualquer time. Está certo que teve toda a reclamação contra o árbitro do Equador, Carlos Orbe, mas certamente quem pôde vir até esse templo de futebol deixou a capital argentina em êxtase.
Entrar na Bombonera ainda vazia já traz um sentimento todo especial. A reportagem da Tribuna do Paraná chegou a Buenos Aires ainda na terça-feira (7), dois dias antes do jogo e foi direto para o estádio. A preocupação maior do Boca Juniors era com o gramado, bastante castigado no domingo passado quando um temporal atingiu a cidade durante o duelo do time xeneize diante do Godoy Cruz.
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Buenos Aires tem suas semelhanças com Curitiba. As ruas do centro da cidade são bem parecidas com a da capital paranaense e o clima mais frio lembra muito as temperaturas do outono e inverno curitibano. Durante os dias na cidades, vários protestos contra o governo atual da Argentina foram feitos. Na verdade, era praticamente um em cada canto.
No dia da partida, um temporal no final da tarde parecia dar as boas vindas do Furacão à Bombonera. Foi a primeira vez que o Athletico jogou no místico estádio do Boca Juniors e a equipe rubro-negra só não fez um estrago maior porque a arbitragem não deixou.
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A chegada ao estádio talvez tenha sido a grande dificuldade de toda essa cobertura feita em Buenos Aires. Além do temporal que castigou a cidade, barreiras nas ruas ao redor da Bombonera foram montadas. Mas nem mesmo a chuva, as roupas e os pés molhados atrapalharam qualquer detalhe dessa noite mágica e que ficará marcada para sempre na memória.
Dentro da Bombonera dá para começar a entender um pouco do significado que a “La 12”, principal organizada do Boca Juniors, tem em Buenos Aires. Uma festa sem igual e que dificilmente é vista no Brasil. Daquelas festas de torcida raiz, que não para um minuto de cantar e que tem a capacidade de deixar qualquer um paralisado pela magnitude do apoio incondicional ao time durante os 90 minutos.
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O Athletico, que já tinha um jogador a menos, pode-se dizer que jogou contra 12 durante os 90 minutos. O Boca Juniors, especialmente depois que empatou a partida, teve um grande aliado vindo das arquibancadas. Quando o Furacão abriu o placar, o que chamou a atenção foi a capacidade de reação dos torcedores. Parecia até mesmo que o gol tinha sido do time xeneize. Talvez a partir daí, em campo, os jogadores do time argentino deixaram o marasmo de lado e entenderam o real significado de defender uma das camisas mais pesadas do futebol mundial.
Durante toda a cobertura, o que chamou a atenção também foi a paixão do torcedor do Athletico e a capacidade de demonstrar todo esse amor em atitudes. Foi a maior invasão de torcedores em uma partida internacional. Foram duas mil vozes gritando os 90 minutos. É bem verdade que abafada na maior parte do tempo pela torcida do Boca Juniors, mas que também viveu uma noite mágica.
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Claro que dentro de campo o duelo valia a primeira colocação do grupo e a vantagem de decidir às oitavas de final dentro da Arena da Baixada. Mas o sentimento de todos os rubro-negros era de gratidão após a partida. Os dois mil atleticanos viram de perto o Athletico jogar pela primeira vez na sua história na Bombonera e quase a terceira vitória em três jogos na história dos confrontos contra o Boca Juniors.
Se o torcedor do Athletico viveu uma noite para ficar na história, independentemente do placar, para os jogadores e comissão técnica do Athletico ficou o sentimento de frustração. De todas as reclamações contra a arbitragem, a mais concreta foi a penalidade escandalosa não marcada quando a bola bateu no braço de Buffarini dentro da área. O sentimento de impotência ficou misturado, já que a pressão exercida dentro da Bombonera é algo pouco visto no futebol.
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Mesmo assim, o Athletico sai fortalecido da partida. Provou que pode sim fazer bons jogos fora de casa e que deve crescer a partir da fase eliminatória da Libertadores. Perfeito em casa, mas com dificuldades fora da Arena, o Furacão, para seguir sonhando na competição internacional, terá que se reinventar para conseguir melhores resultados longe de casa e que seja capaz de fazer o clube avançar de fase no principal torneio da América do Sul.
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