Para muitos parecia improvável. Para o Athlético não. Em uma noite histórica, nesta quarta-feira (4), na Arena da Baixada, o Furacão, beirando a perfeição e imponente dentro dos seus domínios, venceu o Grêmio por 2×0 no tempo normal e por 5×4 nas penalidades, reverteu a vantagem do time gaúcho e garantiu a vaga na finalíssima da Copa do Brasil de 2019. Com o Caldeirão lotado, a equipe do técnico Tiago Nunes jogou junto com o torcedor e segue na busca do título inédito da competição nacional e da vaga na Libertadores de 2020.
Com quase um time de desfalques, o Athletico não sentiu as ausências e fez um bom primeiro tempo. Se enganou quem pensou que a entrada de Léo Cittadini no lugar do atacante Marcelo Cirino deixaria o time menos ofensivo. O Furacão conseguiu preencher bem os espaços e jogou praticamente todo no ataque nos primeiros 45 minutos. O duelo, no entanto, começou com os nervos a flor da pele.
Os dois times pareciam bastante nervosos e a primeira polêmica da partida surgiu nos minutos iniciais. Depois do escanteio e da tentativa de Pedro Geromel, a bola bateu no braço de Wellington dentro da área. Mas depois de consultar o VAR, o árbitro Wagner do Nascimento Guimarães não anotou a penalidade. Foi, então, o combustível que o Rubro-Negro precisava para partir com tudo de vez para cima do Grêmio.
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Assim, o Athletico conseguiu o que tanto queria: marcar um gol cedo. Aos 16 minutos, Rony fez a jogada, Bruno Guimarães acertou a trave e Nikão abriu o placar no rebote. O cenário estava montado para o Furacão conseguir uma virada história para chegar à final da Copa do Brasil. Do outro lado, o Grêmio abusava da cera. O jogo não tinha sequência por conta dos atendimentos seguidos aos atletas do tricolor gaúcho. Foi, na verdade, a forma encontrada de acabar com o ímpeto do Rubro-Negro.
O Grêmio, então, teve a melhor chance para empatar aos 30 minutos. Depois da cobrança de lateral de Cortez, Robson Bambu afastou errado e Alisson, livre na pequena área, cabeceou nas mãos do goleiro Santos. Apesar de o tricolor gaúcho ter equilibrado um pouco a partida, o avanço dos zagueiros rubro-negros confundiu a marcação do adversário. Assim, ainda no final do primeiro tempo, Lucas Halter e Bruno Guimarães arriscaram de fora da área e assustaram o goleiro Paulo Victor.
Com 45 minutos para fazer pelo menos um gol para levar a decisão para as penalidades, o Athletico tinha o relógio contra si. A não ser que conseguisse um gol logo no começo do segundo tempo. E foi o que aconteceu. O Furacão precisou de três minutos para ampliar a vantagem. Rony cruzou e Marco Ruben, depois de 12 jogos sem marcar, mandou no canto e acabou com a vantagem do Grêmio.
O Caldeirão entrou em ebulição. A Arena da Baixada virou uma grande festa. O Grêmio, então, já não era mais tão defensivo e conseguiu equilibrar a partida. Mesmo assim, o Athletico seguiu melhor e jogando todo no ataque. Aos 13, quase veio o terceiro gol, mas o chute de Léo Cittadini passou a esquerda de Paulo Victor.
O duelo, que já estava a caráter para o Furacão, ficou do jeito que o time atleticano queria. O zagueiro Kannemann deu uma entrada dura em Léo Cittadini e foi expulso. Eram, então, mais de 30 minutos para o Athletico conseguiu mais um gol e garantir a classificação para a decisão da Copa do Brasil. O técnico Tiago Nunes foi ousado. Tirou o volante Wellington para a entrada do atacante Marcelo Cirino.
Com um homem a menos, o Grêmio se fechou. O Athletico encurralou o adversário em busca da classificação. Mas tanta ofensividade deu mais espaços para os contra-ataques do Grêmio. E mesmo com um jogador a menos, o tricolor gaúcho quase marcou aos 40 minutos. Pepê bateu cruzado, a bola desviou em Lucas Halter e só não entrou graças a grande defesa do goleiro Santos.
Já mais desgastado nos minutos finais, o Athletico diminuiu o ritmo. O Grêmio acertou sua marcação, mas não teve forças para atacar. Ainda no final, Marcelo Cirino perdeu boa chance de cabeça e mandou para fora a última chance de marcar o terceiro e não evitou que a decisão da vaga fosse decidida nas penalidades.
Na disputa de penalidades, os dois times provaram que treinaram bem durante a semana, mas deu Athletico. O Rubro-Negro converteu suas cinco primeiras cobranças com Bruno Guimarães, Lucho González, Nikão, Marcelo Cirino e Marco Ruben. O Grêmio caminhava para o mesmo caminho, mas na última cobrança, Pepê desperdiçou e o Furacão garantiu a vaga na finalíssima da Copa do Brasil.
Ficha técnica
COPA DO BRASIL
Semifinal – Jogo de volta
ATHLETICO 2 (5) X 0 (4) GRÊMIO
Athletico
Santos; Khellven, Lucas Halter, Robson Bambu e Marcio Azevedo; Wellington (Marcelo Cirino), Bruno Guimarães e Léo Cittadini (Lucho González); Nikão, Rony (Vitinho) e Marco Ruben.
Técnico: Tiago Nunes
Grêmio
Paulo Victor; Leonardo (Galhardo), Pedro Geromel, Kannemann e Cortez; Matheus Henrique, Rômulo, Alisson, Jean Pyerre (Thaciano) e Pepê; André (David Braz).
Técnico: Renato Gaúcho
Local: Arena da Baixada
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (FIfa-RJ)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (Fifa-SC) e Bruno Raphael Pires (FIfa-GO)
VAR: Braulio da Silva Machado (Fifa-SC)
Gols: Nikão, 16 do 1º; Marco Ruben, 3 do 2º
Cartões amarelos: Lucas Halter, Marco Ruben, Marcelo Cirino, Bruno Guimarães (CAP); Rômulo (GRE)
Cartão vermelho: Kannemann (GRE)
Renda: R$ 1.370.315,00
Público total: 28.841