O lateral-esquerdo Abner Vinicius, de 19 anos, chegou ao Athletico em julho de 2019 como a maior contratação da história do clube. Sem negociação, o Furacão simplesmente pagou a multa rescisória de R$ 10 milhões e tirou o jogador da Ponte Preta.
Até aquele momento, o defensor havia disputado apenas 13 partidas em menos de seis meses como profissional. Entre virar titular da Macaca e impressionar com atuações consistentes na Série B, o jovem chamou a atenção – e não só do Rubro-Negro. Cedo demais?
No Athletico, o camisa 16 fez oito jogos na temporada passada, seis deles como titular, mas não conseguiu deslanchar. Em 2020, jogou somente 45 minutos pelo time principal, na derrota para o Flamengo por 3×0 pela Supercopa do Brasil. Em três partidas com os aspirantes, também foi discreto.
O que falta para o lateral de R$ 10 milhões explodir? Quem responde é o técnico Jorginho, responsável por lançar o jogador na Ponte.
“Sinceramente, para mim é uma grande surpresa a coisa não ter acontecido desde o início para ele aí no Athletico”, admitiu o treinador, atualmente sem clube após subir o Coritiba para a Série A no ano passado.
“Tenho certeza de que a qualquer momento o Abner vai explodir. Ele tem uma cabeça ótima, é focado, muito profissional. É um jovem que vai explodir no futebol brasileiro. O nível dele é altíssimo como o do (Renan) Lodi”, comparou.
Entre as principais características de Abner, Jorginho cita o conjunto: velocidade, capacidade de marcação, posicionamento ofensivo e defensivo e um passe capaz de quebrar linhas. O mais importante, no entanto, é ganhar minutagem em campo.
“É um jogador muito qualificado, mas que precisa jogar. Quando foi para o Athletico tinham outros clubes querendo ele. E nesses clubes provavelmente o Abner teria mais oportunidades. Tenho certeza que quando ele tiver uma sequência de jogos, vai realmente tomar a posição”, completou o técnico.
Saiu “barato”
Na Ponte Preta, o sentimento é de que o Furacão pagou barato pelo lateral. Quando o depósito da multa aconteceu, o time de Campinas negociava com equipes da França, Itália e Portugal por valores bem superiores aos R$ 10 milhões recebidos como compensação.
Além da questão financeira, a saída do jogador ainda impactou tecnicamente na Macaca, que perdeu uma de suas principais peças. No fim do ano, o time permaneceu na Série B.
“Dentro campo não precisa nem falar, ele é craque. Não é porque o Abner é como um irmão para mim, falo com sinceridade. É muito fácil jogar ao lado dele”, elogiou o antigo parceiro de alojamento na Ponte, o meia Vinícius Zanocelo.
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Dentro do Athletico, a confiança no lateral-esquerdo segue alta. O clube tem consciência de que é necessário paciência para terminar sua lapidação. Atualmente, Abner está atrás de Márcio Azevedo na hierarquia da posição com o técnico Dorival Júnior. Mas não duvide se o jovem conquistar a vaga quando a temporada for retomada.
“Ele é um garoto muito promissor, de qualidade, que tem condição para poder ocupar espaço no time. Lógico que demanda tempo, paciência e trabalho. Alguns jogadores demoram um pouco para maturar. Ele ainda tem 19 anos. Não tenho dúvida que não vai demorar muito. É questão de tempo”, confidenciou à reportagem um membro da comissão técnica do Athletico.
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