Furada

Athletico desiste de “parceria revolucionária” com Inoovi

Pablo e Raphael Veiga já tinham ido embora. Agora, a nebulosa Inoovi não está mais ligada ao Athletico. Foto: Jonathan Campos/Arquivo

O Athletico sumiu com todos os sinais da parceria que mantinha com a empresa Inoovi, criadora da criptomoeda IVI. Em julho do ano passado, o Rubro-Negro firmou um acordo que prometia ser mais uma inovação do clube. Quando as moedas virtuais associadas ao clube foram lançadas, prometiam ser uma forma para que os torcedores tivessem experiências únicas e ainda lucrassem no mercado virtual e que o clube também faturaria. Porém, menos de um ano depois, não se fala mais na “inédita e excepcional” parceria.

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Ainda que o assunto moedas virtuais seja complexo para a maioria das pessoas, o presidente do conselho deliberativo do Athletico, Mario Celso Petraglia, na ocasião da assinatura do contrato com a empresa de Hong Kong presidida pelo francês Loic Lacam, garantiu a grandiosidade do projeto, afirmando inclusive, que investiria seu próprio dinheiro no negócio.

“Muitas pessoas não tem a facilidade do entendimento de uma moeda digital. Nós não temos nenhuma dúvida, eu farei parte pessoalmente da compra dessas moedas para as minhas poupanças pessoais e recomendo a todos que acreditem. É negócio pra gente grande”, destacou o mandatário quando abriu as portas do Atlhetico como vitrine para a IVI, recém-chegada ao Brasil.

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Após o contrato assinado, o Furacão chegou a ostentar a marca IVI em banners, backdrops, no site oficial, redes sociais e até mesmo nas camisas utilizadas em alguns jogos do Campeonato Brasileiro. Agora, nenhum vestígio da IVI é encontrado nos canais do clube.

Quase oito meses depois do anúncio, ao que tudo indica o Athletico se deu conta de que não fez um bom negócio e que associar sua marca à uma empresa duvidosa não foi positivo para o clube.

Pode valer

Vale destacar que há pessoas que investem no mercado de moedas virtuais e que ganham dinheiro com isso, porém, há uma série de cuidados a serem tomados ao escolher em qual moeda investir. O economista Lucas Dezordi é especialista no assunto e defende que as criptomoedas podem sim ser lucrativas, mas é preciso conhecer a fundo o mercado antes de investir. “Talvez o erro crucial do Athletico tenha sido acreditar que seria uma grande fonte de recurso, mas é um mercado ainda em consolidação. Não tem como ser um grande pilar financeiro”, explicou.

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O especialista comentou que a opção de criar uma moeda virtual própria, como já foi feito por alguns clubes brasileiros como Atlético-MG, Avaí e Fortaleza, é uma boa escolha para dar credibilidade ao projeto dos times. “O mais vantajoso seria o clube ter sua própria moeda, sem atravessadores, como foi feito do Athletico. Assim é mais seguro e confere mais credibilidade”, opinou.

Petraglia e o francês Loic Lacam. Em agosto, eram só sorrisos. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo
Petraglia e o francês Loic Lacam. Em agosto, eram só sorrisos. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo

Suspeitas

Assim que a parceria entre Rubro-Negro e Inoovi foi divulgada, a Tribuna publicou uma matéria com um estudo sobre criptomoedas e como se levantavam suspeitas sobre a confiabilidade da empresa. Desde seu site que ficava longe de ter um visual profissional até mesmo as promessas fantasiosas e exageradas, as explicações geravam desconfiança.

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Sobre uma possível quebra de acordo entre as partes, a Inoovi foi contatada e enviou uma nota que explica que, de fato, alguns clubes optaram por encerrar a parceria por conta da desvalorização da moeda, como relata o trecho a seguir.

“Algumas equipes brasileiras decidiram fechar parceria com nossa empresa, a INOOVI. O contrato inicial deveria terminar em junho do ano que vem. Todos os clubes de futebol receberam seus Tokens IVI. Como o valor dos Tokens da IVI diminuiu no mercado, os clubes de futebol não puderam mais suportá-lo, já que as vendas de seus Tokens da IVI não cobririam suas despesas. No entanto, continuamos trabalhando em nossos objetivos e desejamos que possamos ter melhores resultados”.

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Além do Athletico, a companhia também tinha acordo firmado com o Corinthians, outro clube que ‘deletou‘ qualquer vínculo com a empresa.

Sem valorização

Na época em que o contrato foi fechado, a Inoovi comercializava sua moeda a 1,2 dólar cada e agora, meses depois, o valor é de 2 dólares a unidade. Porém, o valor de mercado da moeda permaneceu sempre em menos de um centavo de dólar. O Athletico também foi procurado, mas não se pronunciou sobre o assunto.

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