No primeiro jogo do Athletico em casa na Libertadores na volta da competição após a parada por conta do coronavírus, um cenário muito diferente de tudo o que a disputa continental representa. Arquibancadas vazias, área de imprensa pouco movimentada, protocolos de segurança – necessários – e vozes dos próprios jogadores e treinadores ecoando na Arena da Baixada.
Nesta quarta-feira (23), o Furacão recebeu o Colo-Colo, do Chile, em partida válida pela quarta rodada do grupo C. Vitória tranquila por 2×0 e bastidores de acordo com as novas possibilidades em meio a uma pandemia global.
Um dos torneios mais celebrados do continente sul-americano acontece agora com muitas modificações. A história da Copa Libertadores está sendo escrita em 2020 de forma pouco comum, jamais pensada até pouco tempo atrás.
Antes de a bola rolar, alguns poucos torcedores marcaram presença na parte de fora da Arena para recepcionar a delegação atleticana. Porém, a regra geral é de um entorno vazio, que nem de longe lembrava a festa e vibração de jogos como os de 2019, entre eles o memorável confronto com o Boca Júniors.
A imprensa teve autorização para acompanhar o jogo “em cima do lance”. Na véspera do duelo, na terça-feira (22), a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Paraná (ACEP-PR), conseguiu uma liminar autorizando a presença dos jornalistas, fato negado pela Conmebol desde a retomada da disputa.
Correria para o credenciamento, pedidos de autorização, preenchimento das exigências. Apenas 19 profissionais da imprensa foram credenciados para presenciar o jogo de número 60 do Rubro-Negro na competição internacional.
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Na entrada ao estádio, medição de temperatura, distribuição de álcool em gel e preenchimento obrigatório de ficha médica. Novos padrões.
Com o estádio quase vazio, cada ruído podia ser percebido. No aquecimento, a bola sendo batida, o incentivo dos jogadores aos companheiros, o cone derrubado e as instruções dos preparadores. Nada passou despercebido às poucas testemunhas.
Assim que os jogadores voltaram aos vestiários antes do início do jogo, um “silêncio ensurdecedor” na Arena, capaz de incomodar qualquer amante do futebol. A lembrança de que nada de normal está acontecendo no mundo.
Quando o jogo rolou, o Athletico foi pra cima e logo resolveu nos minutos iniciais. Nos gols, que aconteceram rápido, aos 5 e aos 12 minutos da primeira etapa, a comemoração não podia faltar. Jogadores se abraçando, um “aeee” possível de ser escutado de longe, palmas vindas do banco de reservas. E só. A explosão máxima do futebol não está sendo comemorada como antes. Logicamente, por motivos compreensíveis.
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O normal, agora, é conseguir ouvir, até estando distante, os gritos dos jogadores chamando os companheiros, as vozes firmes dos treinadores nas cobranças, as reclamações aos juízes. Ao apito final, outra mudança considerável. A imprensa não comparece mais às coletivas. As perguntas são enviadas via whatsapp e lidas por profissionais da Conmebol.
Adaptações necessárias para jogos que ficarão em um futuro breve marcados como aqueles da “Libertadores do coronavírus”.
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