O presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, e o vice-presidente do Coritiba, Eduardo Bastos de Barros, reforçaram o lobby dos clubes para a votação da MP 984, do direito do mandante, no Congresso Nacional. Na terça-feira (21), os dirigentes conversaram por videoconferência com os deputados Aroldo Barros, Christiane Yared, Diego Garcia, Ricardo Barros e Stephanes Junior, da bancada paranaense em Brasília.
“Pedimos apoio para a aprovação. Explicamos a importância do projeto para os clubes e a necessidade do mesmo ser pautado e votado antes de a MP caducar”, comentou o coxa-branca Barros. “Foi esclarecedora e motivou muito a nossa bancada para ajudarem a colocar na pauta e aprovarem. Ficamos bem motivados”, ressaltou Petraglia.
Ao lado de FC Cascavel, Londrina, Operário e Paraná, a dupla Atletiba faz parte do movimento Futebol Mais Livre (FML), que conta com 46 times favoráveis à Medida Provisória 984. O texto editado pelo presidente Jair Bolsonaro em 18 de junho dá ao mandante do jogo o direito de decisão sobre a transmissão de qualquer partida.
A validade da medida, no entanto, vai apenas até 16 de outubro. Se não for aprovado em votação nesse período, o assunto volta a ser regido pela Lei Pelé, que diz que ambos os participantes – não só o anfitrião – são donos dos direitos.
Ou seja, o FML tem se movimentado para pressionar parlamentares numa corrida contra o tempo. Além de uma forte campanha nas redes sociais, alguns times também têm estampado a causa nos uniformes.
Pressão sobre presidente da Câmara pelo direito do mandante
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ainda não escolheu um relator para a proposta e, nos bastidores, já disse que pretende que a MP caduque. Ele é o principal alvo dos clubes, que chegaram a criar a hashtag #EntraEmCampoMaia como forma de pressão diante da opinião pública.
Entre os times da Série A do Brasileirão, Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Fluminense, Grêmio, Inter, Sport não fazem parte da campanha pela MP do Mandante.
MP 984 abriu guerra entre clubes e emissoras de televisão
Apesar MP 984 estar em vigência atualmente, os efeitos práticos da alteração da lei foram vistos apenas de modo restrito. No Campeonato Carioca, o Flamengo, que não tinha contrato assinado com a Globo, conseguiu transmitir jogos, primeiro em uma plataforma própria, e depois a grande final em TV aberta, no SBT. A Globo, como consequência, rescindiu o acordo com todas as outras 11 equipes.
No Brasileirão, a Turner obteve uma decisão favorável na Justiça em um primeiro momento, mas ela não se sustentou após recurso. A emissora carioca alegou que os contratos antigos são negócios juridicamente perfeitos e não poderiam ser afetados pela mudança no texto da lei. O cardápio de partidas do canal de TV fechada TNT saltaria de 56 para 152 com a utilização da MP.
Com um mandado de segurança obtido de última hora, o Athletico conseguiu exibir a partida contra o Goiás, na segunda rodada do campeonato, em seu streaming próprio. No entanto, a Justiça barrou novas transmissões. O clube não vendeu os direitos de PPV para a Globo.
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