São Paulo – Rubens Barrichello não espera nenhum presente. Mas acha que, “do fundo do coração”, até Michael Schumacher quer que ele vença domingo em Interlagos, corrida “maldita” para o piloto brasileiro. Ele disputou 11 vezes o GP de seu país. Só terminou um, em 1994, quarto lugar. Foi a última vez que um brasileiro pontuou no circuito paulistano.

Hoje Rubens senta no carro que, ele espera, o conduzirá à realização do sonho de criança. Mas o ferrarista, apesar da crença na boa-vontade de Schumacher, acha também que o alemão não lhe dará moleza. “Se Michael tiver de escolher entre eu e ele, escolhe ele.”

Os treinos para a última etapa do Mundial de Fórmula 1 começam hoje às 11h. Serão duas sessões livres de uma hora de duração, a segunda com início às 14h. A pista será submetida ao seu primeiro teste depois do recapeamento de parte dos seus 4.309m e também do novo sistema de drenagem na Curva do Sol, que tirou seis pilotos da prova do ano passado depois de uma tromba que desabou sobre o circuito.

Ontem foi dia de finalizar a montagem dos carros e de discutir estratégias para a prova. Rubens, Schumacher e Ross Brawn, diretor-técnico do time, ainda tiveram tempo de participar de um campeonato de pit stops, com os figurões operando as pistolas que trocam pneus. Um último momento de relax antes de começar o trabalho para valer.

Os dois pilotos da Ferrari acham que não estarão sós na luta pela vitória em Interlagos. Ambos apontaram McLaren e BAR como principais candidatas a atrapalhar os planos vermelhos. Barrichello incluiu também a Renault, e Schumacher acrescentou a Williams de seu irmão Ralf. O alemão, em declaração surpreendente, fez crítica aberta à Renault. “É um absurdo a diferença entre os dois carros deles. Não se ganha nada assim”, disse, dando seu aval às reclamações de Jarno Trulli, que acabou deixando o time e hoje está na Toyota.

Rubens garantiu que o aspecto emocional não vai interferir em seu trabalho neste fim de semana. “Hoje sou mais frio e preparado. Eu nasci para ser piloto e para realizar o sonho de ser campeão.”

Em Cancún

A África do Sul tem, sim, intenções de fazer parte do calendário da F-1. Mas não é desta vez que o negócio parece concretizado. A comentada oferta que Bernie Ecclestone citou em seu discurso de anteontem vem do México. Segundo a France Presse uma prova será realizada lá em 2006.

Coulthard de olho na Williams

São Paulo – “Minhas credenciais são melhores que as de qualquer outro. Fiz poles, venci corridas, tenho muita experiência para acertar carros e desenvolver pneus. Sou candidato.” Parece anúncio classificado de gente procurando emprego. E é. A frase acima é de David Coulthard, que pode fazer domingo seu último GP na F-1. Ele estreou na Williams em 1994, substituindo Ayrton Senna. Em 1996, foi para a McLaren e nunca mais saiu.

O lugar que parecia vitalício, no entanto, já era. No ano que vem, Raikkonen e Montoya guiarão os carros prateados. E David está a pé. Ele negociava com a Jaguar, mas a equipe será vendida pela Ford. Anteontem, quando o Comitê de Reconhecimento de Contratos da FIA deu ganho à BAR na disputa por Button, uma vaga na Williams se abriu de novo. Coulthard apressou-se em lançar a candidatura. “Vou fazer tudo para mostrar a eles que sou um dos melhores disponíveis”, anunciou.

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