Cristiano Ávalos mostrou segurança no empate do Pacembu. |
Uma vitória separa o Paraná Clube da Copa Sul-Americana. A classificação pode até ocorrer em caso de empate ou derrota para o Vitória, no próximo sábado, mas o objetivo é fazer a “lição de casa” e não depender de combinações. O Tricolor encara o Vitória da Bahia – que apenas cumpre tabela – e com um resultado positivo pode fechar bem o ano e de quebra confirmar sua melhor colocação em um campeonato brasileiro. O jogo está marcado para sábado, às 18 horas, mas poderá ser transferido para domingo, dependendo de acordo com a Polícia Militar.
Se a competição por pontos corridos não agrada a todos, ao menos dá aos clubes a condição de estabelecer metas e festejar uma classificação hon-rosa, conquistada com suor e dentro de campo. Até hoje, a melhor posição do Paraná era uma décima colocação, atingida em 1993. Naquele ano, devido aos formulismos da CBF, o Tricolor sequer chegou a enfrentar os chamados “grandes clubes”. Ficou numa chave secundária e acabou eliminado pelo Vitória, em dois empates.
O clube baiano seguiu em frente por ter uma melhor campanha – onde, vale lembrar, enfrentou equipes de menor porte, do Norte e Nordeste – e terminou a temporada decidindo o título com o Palmeiras. Em anos seguintes, o Paraná cumpriu campanhas irregulares, alternando entre 13.º e 16.º lugares, até acabar rebaixado em 1999. O Tricolor foi o único clube prejudicado pela média de dois anos, que o conduziu à segundona.
Só que em 2000, o Brasileirão não foi disputado (devido às ações judiciais do Gama). O Paraná conquistou o Módulo Amarelo da Copa João Havelange e no mesmo ano encarou as finais do torneio, sendo eliminado nas quartas-de-final pelo Vasco da Gama, futuro campeão. Com o 5.º lugar, o Paraná obteve seu resultado mais expressivo em uma competição nacional, mas que não era patrocinada pela CBF. No próximo sábado o Tricolor pode confirmar a 9.ª posição, sua melhor campanha em dez participações no campeonato da Série A.
A preparação para o jogo frente ao Vitória – sábado, às 18h, no Pinheirão – começa hoje à tarde. O técnico Saulo de Freitas não terá problemas de suspensão e depende apenas da recuperação do volante Pierre para escalar o que tem de melhor nesta decisão. A diretoria acredita em “casa cheia” para fechar a temporada com as dívidas saneadas, já projetando o que virá pela frente em 2004. Com o campeonato paranaense e o Brasileirão já na sua agenda, só falta o último passo para definir a presença na Copa Sul-Americana, valorizando ainda mais o seu calendário para o ano que vem.
Se passar pelo Vitória, o Paraná não depende de outros resultados. A classificação pode até vir num empate, só que, neste caso, o Tricolor torce por uma combinação de dois resultados. Se Atlético-PR e Criciúma não vencerem Paysandu e Coritiba, respectivamente, a vaga na sul-americana estará garantida. Ou ainda, que um deles não vença e que Figueirense e Guarani empatem, num confronto direto marcado para Florianópolis.
Menos mal. Ponto importante
O Paraná Clube se reabilitou das duas derrotas recentes e garantiu um ponto decisivo para a sua classificação à Copa Sul-Americana. O 1×1 com o Corinthians, sábado, no Pacaembu, deixou o Tricolor a uma vitória da competição continental. Na última rodada, para não depender de outros resultados, o time de Saulo terá que passar pelo Vitória, no Pinheirão.
Aplicando marcação por pressão, o Paraná Clube assumiu o domínio do jogo assim que a bola rolou. Aos 4 minutos, Caio deixou para Marquinhos e o meia bateu de fora da área para a defesa de Doni, no ângulo esquerdo. Só que um vacilo da defesa, aos 9 minutos, quase colocou a perder a estratégia armada pelo técnico Saulo de Freitas. O Corinthians partiu num contragolpe e Renato teve tranqüilidade para “cortar” Ageu e mandar a bola no canto direito de Flávio: 1×0.
Não fosse a intervenção de Doni, aos 13 minutos, Ageu empataria o jogo com um toque sutil, após cobrança de falta de Marquinhos. Pouco depois, Saulo foi obrigado a mexer no time, quando Fernandinho caiu de mau jeito e sofreu um forte trauma lombar. Éverton entrou bem e garantiu o mesmo volume de jogo pelo lado esquerdo do campo. Aos 18 minutos, Betão derrubou Caio na área, mas o árbitro Leonardo Gaciba da Silva não marcou o pênalti. No lance seguinte, foi a vez de Flávio mostrar reflexo ao espalmar uma cobrança de falta precisa de Rogério.
Como não estava fácil chegar nas trocas de passes, Marquinhos resolveu a situação de bola parada. Ele bateu forte, no canto esquerdo baixo de Doni, e empatou o jogo aos 31 minutos. No final, o Tricolor ainda desperdiçou duas boas situações para definir a virada. Aos 40 minutos, Marquinhos deixou Éverton “na cara” do goleiro. Ele poderia ter rolado para Renaldo, mas chutou mal, para fora. No último minuto, Ageu desviou de cabeça um levantamento de Marquinhos e Doni salvou com um “tapa”.
O segundo tempo até começou num ritmo forte. Logo no primeiro minuto, Moreno chutou cruzado e Flávio precisou se esticar todo para evitar o gol. Mas, bem postado no meio-de-campo, o Tricolor “roubava” bolas com relativa facilidade e dava a sensação de que a qualquer momento faria o seu gol. Marquinhos tentou duas vezes e após tabelas com Renaldo, chutou prensado com a defesa corintiana.
O tempo foi passando e o Paraná foi perdendo a velocidade. Marquinhos já não conseguia dar ritmo ao ataque e errava muitos passes. O castigo quase veio aos 19 minutos, quando Renato ajeitou para Rogério. O chute cruzado desviou em Fernando Miguel e a bola foi pela linha de fundo. O último ataque efetivo do Paraná ocorreu aos 22 minutos. Émerson tirou a bola do meia adversário, avançou e chutou de longe, mas para fora.