Atalho pra Libertadores começa esta noite no Maranhão

O sonho não acabou. Depois de chegar bem próximo de conquistar o continente no ano passado, quando foi vice-campeão da Libertadores, o Atlético inicia a Copa do Brasil de olho numa vaga no torneio internacional. ?Caminho mais curto? para carimbar o passaporte e voltar a excursionar pela América Latina, o rubro-negro quer fazer da competição um novo ?seletivo? e repetir 2000, 2002 e 2005 na próxima temporada. São 12 jogos (que podem ser menos) para chegar lá e o primeiro é contra o Moto Club, hoje, às 22 horas (Brasília), em São Luís.

Pelo regulamento da competição, são seis fases classificatórias em jogos de ida e volta, mas na primeira e segunda o clube visitante tem a possibilidade de ?matar? o jogo de volta. Por isso, além de querer uma boa estréia na Copa do Brasil, o Furacão vai tentar vencer os maranhenses por dois ou mais gols de diferença. Se conseguir isso, a partida de volta, programada para a semana que vem, na Kyocera Arena, seria cancelada e o Atlético estaria na segunda fase.

Fácil? Nem tanto. Nem a péssima fase e o obscurantismo do time maranhense deixa os jogadores rubro-negros subirem no salto alto. ?Será um jogo difícil. Temos de ter atenção, porque não conhecemos muito o time deles?, avalia o zagueiro Paulo André. Como a partida é no Maranhão e a competição é nacional, os jogadores acreditam numa superação do Moto. ?Eu particularmente não conheço o time adversário. É sempre uma vantagem jogar em casa, mas não podemos deixar que eles nos surpreendam?, analisa o meia Simão.

Por isso, o técnico Lothar Matthäus deverá colocar força máxima em campo. Após experimentalismos e testes no Campeonato Paranaense, o alemão poderá contar com o que tem de melhor.

A confirmação da equipe, no entanto, só sai momentos antes da partida. As novidades deverão ser a volta do goleiro Cléber e do ala-direito Jancarlos, poupados contra o Nacional, e do volante Alan Bahia e do ala-esquerdo Michel Bastos, que cumpriram suspensão automática no estadual.

Ontem, a equipe realizou o treinamento apronto no mesmo local do confronto de hoje. A diretoria do Moto Club permitiu e os jogadores foram fazer um reconhecimento do gramado do Estádio Nhozinho Santos, que tem capacidade para 20 mil pessoas. A expectativa na cidade é que todos os lugares sejam ocupados pelos torcedores locais já que o treinador rubro-negro se tornou uma celebridade instantânea assim que aterrissou na cidade.

Adversário

No Moto Club todos sabem que será uma tarefa árdua vencer o Atlético, mas apostam no atacante Válber, ex-Goiás, para ao menos tentar. Recém-contratado, o atacante era sondado para se transferir para um clube da Tunísia, mas como a negociação não se concretizou, será usado na Copa do Brasil e na Taça Cidade de São Luís, competição que antecede o Campeonato Maranhense.

Novela Aloísio vai pra Justiça

A novela envolvendo o atacante Aloísio, o São Paulo, o Atlético e o Rubin Kazan ganhou mais um capítulo e com posições totalmente antagônicas. Enquanto o Atlético conseguiu, segundo informações de bastidores, uma liminar na justiça do trabalho para garantir o cumprimento do contrato assinado com o atacante, o São Paulo anunciou o acerto com o Rubin Kazan, antigo clube de Aloísio, para poder contar com o atleta. O clube paulista aguarda um parecer da CBF sobre o caso, mas a entidade já sinalizou em favor do rubro-negro.

A medida liminar que o Furacão teria conseguido no Tribunal de Justiça garantiria o cumprimento do contrato do jogador com o clube da Baixada. O presidente do Furacão, João Augusto Fleury da Rocha, no entanto, disse que o caso está a cargo do departamento jurídico e não soube precisar se essa foi a medida tomada pelos advogados. À frente do caso está Marcos Malucelli, que não foi encontrado pela reportagem para confirmar a informação.

Na capital paulista, a informação é outra. Bem diferente, por sinal.

Os dirigentes do São Paulo continuam insistindo que o contrato assinado por Aloísio com o rubro-negro não tem valor porque foi assinado ?fora do prazo?. ?Agora, é brigar com o Atlético.

Eles acham que estão com a razão e nós temos certeza de que fizemos a coisa certa. Vão fazer de tudo para atrapalhar, mas não vai dar certo?, diz Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol.

CAP disputa pela 10.ª vez

Apesar da Copa do Brasil completar 18 anos de disputa, o Atlético só iniciou o percurso do ?caminho mais curto? para a Libertadores em metade dessas vezes. Como a cada ano o critério para entrar na competição mudava, o rubro-negro acabou ficando fora nove vezes. Quando ia mal no estadual ou quando se classificava para o torneio internacional o Furacão ficava sem a oportunidade de conquistar o troféu. Por isso, a última participação do clube da Baixada aconteceu em 2003.

Em 2004, o time foi mal no Paranaense e não se garantiu e, em 2005, a participação na Libertadores impediu a entrada na competição. Por isso, a expectativa da volta à Copa do Brasil. Torneio, aliás, que o Atlético não tem boas lembranças. No máximo, chegou às quartas-de-final e, em duas vezes, viu a vaga na semi escapar diante da torcida e para o Corinthians. Se em 1992 o time já perdeu a primeira para o Palmeiras e nem lamentou muito a desclassificação, em 1997 e 2001 o Timão tirou o doce da boca.

Da primeira vez, a torcida não conseguiu acreditar no que via. Após vencer os paulistas em São Paulo, por 1 a 0, o time precisava de apenas um empate no Pinheirão para ficar entre os quatro. Mas, o rubro-negro nem viu a cor da bola. Os paulistas foram para cima e simplesmente atropelaram por 6 a 2. Em 2001, quase nova classificação para as semi. No primeiro jogo, empate sem gols na capital paulista. Na Baixada, mesmo com a pressão da torcida, o castigo veio no final e o Timão levou mais uma vez.

Copa do Brasil
1.ª fase
Local: Nhozinho Santos (São Luís)
Horário: 22 horas
Árbitro: João José Leitão (PI)
Assistentes: Carlos Lustosa F.º (PI) e Antônio Santos Nunes (PI)

Moto Club x Atlético

Moto Club
Marabá; Careca, Ginvanildo, Jéfferson e Alexandre; Deco, Valtinho, Válber e Diná; Gabriel e Juninho. Técnico: Sandow Feques

Atlético
Cléber; Erandir, Paulo André e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia, Simão, Ferreira e Michel Bastos; Dagoberto e Cléo. Técnico: Lothar Matthäus

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