Clubes e ligas filiados à Federação Paranaense de Futebol (FPF) começam a decidir hoje o futuro do Pinheirão. Interditado pela Justiça há quatro anos, o estádio terá seu destino debatido em uma assembleia geral extraordinária marcada para esta manhã, no estádio do Trieste, em Santa Felicidade.
A assembleia foi convocada pela FPF através de edital publicado em seu site no dia 16 de agosto.
A pauta da reunião tem apenas um item: “Autorização de alienação de bens imóveis, descritos nas matrículas n.os 1.773 e 1.774, ambas do Cartório de Registros de Imóveis da 3.ª Circunscrição Imobiliária de Curitiba-PR (Estádio do Pinheirão)”.
Em linguagem mais clara, a FPF busca junto a seus filiados a autorização para se desfazer do Pinheirão.
Uma empreiteira estaria interessada em construir no local um grande empreendimento imobiliário, que incluiria a construção de um novo estádio para o Coritiba, que entraria como parceiro no negócio.
A área do Pinheirão, que engloba dois lotes, está avaliada em cerca de R$ 80 milhões.
O valor seria suficiente para quitar a dívida da FPF, atualmente estimada em cerca de R$ 50 milhões.
Os principais credores são o município de Curitiba, o INSS e o Atlético. A negociação segue sendo tratada com sigilo pelos envolvidos.
O presidente da FPF, Hélio Cury, não atendeu à reportagem do Paraná Online. Já a assessoria jurídica da entidade informou que não estava autorizada a comentar o assunto.
O Coritiba apenas confirma presença na assembleia, representado pelo presidente Jair Cirino dos Santos.
Para “ganhar” uma nova casa, o Coxa cederia o Couto Pereira e assinaria com os investidores um contrato em moldes semelhantes ao que a empreiteira OAS firmou com o Grêmio e que propôs ao Atlético, rejeitado pelos conselheiros rubro-negros.
O início da assembleia está marcado para as 10h30, com segunda chamada às 11h. Não é exigido um número mínimo de participantes e a decisão será por maioria simples dos votos.
Complicado
A expectativa é que o negócio seja aprovado sem dificuldades hoje. Clubes e ligas amadoras, quase sempre alinhados com as posições da FPF, são maioria entre os cerca de 100 filiados. De acordo com o estatuto da entidade, o voto deles têm o mesmo peso dos clubes profissionais.
Mas o aval da assembleia será apenas o primeiro passo em um tortuoso caminho a ser seguido até a finalização do negócio.
O projeto precisará ainda do aval da prefeitura e da Câmara Municipal de Curitiba, já que a lei que autorizou o município doar a área a FPF, em 1969, torna o imóvel inalienável.