A uma semana da eleição que definirá o futuro da Fifa, a entidade anunciou nesta quarta-feira que está abrindo investigação para avaliar as denúncias de corrupção envolvendo o catariano Mohamed bin Hammam, rival do atual presidente Joseph Blatter na votação do próximo dia 1.º.
A investigação também envolverá o atual vice-presidente Jack Warner, presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe). Os dois membros da entidade serão questionados em uma audiência no Comitê de Ética na sede da Fifa, em Zurique, neste domingo, três dias antes da eleição.
A Fifa suspeita que Bin Hammam tenha oferecido propina a membros da Concacaf para obter votos na eleição do dia 1.º de junho. O principal foco da investigação é uma reunião envolvendo Bin Hammam com líderes do futebol caribenho entre os dias 10 e 11, em Trinidad e Tobago, país de origem de Jack Warner. “Esta reunião foi relacionada à corrida presidencial da Fifa”, anunciou a entidade, em nota.
“Diante dos fatos apurados, que inclui uma denúncia de suborno, o secretário-geral Jerome Valcke solicitou a abertura de um procedimento de investigação ao Comitê de Ética”, alegou a nota.
O processo também investigará Debbie Minguell e Jason Sylvester, membros da Concacaf. A Confederação conta com 35 federações, que votarão na eleição da próxima semana, mas ainda não anunciou apoio a um dos dois candidatos à presidência, ao contrário das outras entidades.
Enfraquecido pela investigação, Bin Hammam foi um dos protagonistas da campanha do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022, na polêmica votação do ano passado. Antes do pleito, que definiu também o Mundial de 2018, membros do comitê executivo foram acusados de receber propina para votar nos candidatos a país-sede.
A participação de Bin Hammam na campanha do Catar foi alvo de acusações pelo Parlamento britânico na semana passada. Os ingleses, que pleiteavam a Copa de 2018, acusaram o catariano de pagar US$ 1,5 milhão para dois membros votantes da Fifa.