São Paulo – Ary da Graça, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, esteve ontem em São Paulo para divulgar uma nova tecnologia na bola, que ?se acusaria? como ?dentro? ou ?fora? da quadra. Mas, inevitavelmente, acabou questionado sobre a crise entre Bernardo Rezende e José Roberto Guimarães, técnicos das seleções brasileiras masculina e feminina. E, ao falar do assunto, foi rápido: ?Não vou me meter nessa briga.?
Zé Roberto, no comando do time feminino desde 2003, e Bernardinho, técnico da equipe masculina desde 2001, passaram a não se entender depois dos Jogos Olímpicos de Atenas/2004. ?Os dois são campeões e têm idéias particulares. Eu não vou interferir. É uma coisa muito pequena e esse assunto já acabou. Meu papel é cobrar resultados dos dois nas competições. Enquanto isso estiver acontecendo, não tenho motivos para me meter?, disse o presidente da CBV.
No início do ano, uma entrevista de Zé Roberto foi o estopim para a ?guerra? se tornar pública. O treinador, campeão olímpico com a seleção masculina em Barcelona/92, disse que ?técnicos-maridos? atrapalhavam o desenvolvimento do grupo feminino que esteve nos Jogos de Atenas.
Bernardinho não rebateu, mas Fernanda Venturini, sua esposa e que era a levantadora titular da seleção na última Olimpíada, prometeu revelações sobre Zé Roberto, assim que decidisse parar de jogar.
Ary da Graça garante que não tomou partido de nenhum dos dois técnicos. ?As pessoas que dizem que eu teria de intervir nessa briga são as mesmas que me chamariam de ditador se eu tivesse tomado alguma atitude com relação a isso. O desentendimento é entre pessoas físicas. Eu não sei o que aconteceu. O que interessa é que os dois são técnicos campeões olímpicos?, ressaltou o presidente.
Tentando acalmar os ânimos, o dirigente garantiu: ?Foi algo pessoal, mas eu tenho certeza de que a reconciliação está muito próxima. Foi muito pequeno para se levar adiante.?
Sobre desgaste na imagem vencedora do vôlei, Ary da Graça encerrou: ?Claro que não estamos com a imagem arranhada. Os dois já fizeram tanto pelo vôlei que só podem ser considerados heróis.?
Tecnologia
A Penalty, fornecedora das bolas nas competições nacionais de vôlei, divulgou ontem que está desenvolvendo uma bola com um chip para ajudar os árbitros em jogadas duvidosas.
?Vamos ter certeza se a bola foi ou não dentro. Com o nível técnico que alcançamos hoje, não podemos aceitar um erro do juiz que possa prejudicar uma equipe?, garantiu o presidente da CBV.
A Penalty está investindo US$ 2 milhões no desenvolvimento da ?bola inteligente?. A idéia da empresa é que os primeiros testes sejam feitos pela CBV em junho. ?Desenvolver essa bola é difícil. A bola de vôlei tem de ter, no máximo, 245 gramas. Quando colocarmos o chip nela, temos de reduzir o peso em outros materiais?, explicou Roberto Estefano, presidente da Penalty.