Depois de assumir o Goiás em novembro, substituindo Jorginho, Artur Neto não conseguiu salvar o time do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, mas obteve a façanha de levar a desacreditada equipe à final da Copa Sul-Americana. Após a vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, no Pacaembu, na última quarta-feira à noite, o treinador ressaltou o fato de o clube goiano ter conseguido superar o anunciado favoritismo do rival.
O treinador, inclusive, garantiu que encarou com naturalidade o fato de boa parte da imprensa ter apontado o Palmeiras como virtual finalista do torneio continental, após a vitória por 1 a 0 do time paulista, em Goiânia, no confronto de ida da semifinal. “Em relação aos comentários, aquilo que foi escrito, que foi falado, era normal porque qualquer pessoa apontaria o Palmeiras realmente como favorito, isso é natural. É lógico que todo mundo é ser humano e sente um pouquinho (o rebaixamento no Brasileirão), os jogadores também sentiram, mas o trabalho mais forte foi o de mostrar a eles que era possível, até porque o jogo em Goiânia foi muito equilibrado. Nós perdemos um jogo em uma bola de fora da área, aonde inclusive nós chegamos a empatar no final do jogo, não houve supremacia do Palmeiras lá”, opinou Artur Neto, lembrando do gol marcado por Marcos Assunção no confronto de ida.
Em seguida, o treinador enfatizou: “O favoritismo se confirma ou não dentro de campo, e desta vez não se confirmou. O Goiás passou por cima disso, acredito que poderia chegar e conseguiu a sua vitória”.
O comandante, porém, evitou se vangloriar por ter superado a batalha que travou com o experiente e vitorioso técnico Luiz Felipe Scolari. Ele preferiu enaltecer o papel desempenhado pelos jogadores do Goiás. “Nós fizemos uma proposta de um jogo jogado com calma, paciência, inteligência para chegar lá e eles conseguiram. Sinceramente, a parcela maior de parabéns tem que ser dada para eles, que lutaram muito, que jogaram muito e estão em um momento tão adverso depois de um rebaixamento e de um campeonato tão ruim. Eu sou apenas um comandante deles, talvez um pai para eles, um irmão mais velho, que procurou colocá-los no caminho e passar a eles uma confiança que haviam perdido”, disse.
Já ao falar mais especificamente da atuação dos seus jogadores diante do Palmeiras, Artur Neto aproveitou para defender o atacante Rafael Moura e o zagueiro Marcão das críticas que os dois vinham recebendo durante a campanha do Goiás no Brasileiro e na Sul-Americana. “Às vezes as pessoas falam algumas coisas que não se confirmam dentro de campo. O Marcão e o Moura têm sido exemplo no grupo. O Marcão já é experiente e não é mais um garoto. E, além de ser um gigante, ele ajuda muito na hora de orientar o pessoal no campo e dentro do grupo. Já o Moura é aquele artilheiro, aquele jogador que segura a bola lá na frente. Só posso dizer que foram dois gigantes e dois grandes guerreiros”, ressaltou.