Foto: Valquir Aureliano |
?Caio é um zero à esquerda?, atacou o coordenador de futebol, João Carlos Vialle, mostrando que o meia não tem mais ambiente no Coritiba. continua após a publicidade |
Depois do meia Caio foi a vez do goleiro Artur sumir do Coritiba. Da mesma maneira como aconteceu com o primeiro, o clube aplicou multa de 40% no salário e publica na edição de hoje da Tribuna um aviso pedindo o retorno aos trabalhos ou uma justificativa para a ausência. De acordo com o coordenador de futebol João Carlos Vialle, o arqueiro disse que tinha problemas para resolver e pediu uns dias de folga. Como não apareceu mais, a tendência é que o Alviverde rescinda o contrato do goleiro enquanto tenta acertar os ponteiros também com Caio.
?Estou soltando foguetes?, comemorou Vialle. Na visão do dirigente, a saída de Artur resolve um problema do clube, que mantinha um grupo de jogadores trabalhando em horários alternativos. Nos bastidores, a conversa é que o goleiro estaria voltando ao Cruzeiro para seguir para o futebol português. A reportagem tentou um contato telefônico com Artur, mas ele não atendeu. Como Café e Eanes (que foram para o Naval/POR) e outros conseguiram encontrar clubes interessados, somente o meia Charly permanece isolado no Coxa, mas pode voltar ao grupo principal.
Quem não volta mais é o meia Caio. ?Caio para mim é um zero à esquerda?, disparou o coordenador de futebol. De acordo com ele, os jogadores já estariam descontentes com a atitude do meia e o retorno seria inviável. ?Estamos focados no jogo de sábado e não vamos aceitar que um jogador estrague o ambiente?, justificou. Apesar da multa, a ausência e a irritação do meia não estariam ligadas a qualquer problema com o técnico René Simões, que o deixou fora até da reserva.
Conforme apurou a reportagem, o meia tem cerca de R$ 200 mil para receber de salários atrasados ainda do ano passado. ?A dívida é mixaria, meio salário e o resto ele já recebeu?, minimizou Vialle. Mesmo assim, Caio estaria utilizando uma prerrogativa da Lei Pelé para não treinar mais pelo clube. Pela legislação, quando o clube deixa de pagar salário, o jogador não precisa mais trabalhar. A tendência é que as partes acertem a rescisão nos próximos dias.
Keirrison quer ser o K9 outra vez
Há mais de 40 dias sem marcar, o atacante Keirrison admite que não vive o melhor momento e promete trabalhar o dobro para voltar a balançar as redes. Reserva desde que o técnico René Simões assumiu o comando do Coritiba, o artilheiro do time na temporada com 11 gols quer provar que não ficou só na promessa. Totalmente recuperado da lesão no joelho, ele só pensa em ser novamente o K9 e não o K18 ou K17. A receita dele é chutar mais durante os treinos coletivos e de finalizações, mas contra o Barueri, às 16h de amanhã, ele vai continuar sendo apenas uma opção no banco.
?Tenho que trabalhar muito mais porque quero muito na vida e no futebol?, analisa o artilheiro. Para ele, o momento pelo qual está passando acontece com qualquer atleta. ?Todos os atletas passam por isso, estou trabalhando forte, brigando para ser titular, mas tenho certeza que o grupo é mais importante e o professor sabe quem deve jogar, quem deve ficar no banco e estou à disposição dele?, aponta o jogador de 18 anos.
De qualquer forma, ele sabe que as cobranças são grandes, mas revela que a maior pressão que recebe é dele mesmo. ?Eu cobro bastante de mim, se não puder fazer gols tenho que ajudar a minha equipe, sei que sou atacante e dependo de fazer gols, mas se surgirem as oportunidades vou procurar fazer para ajudar o Coritiba a subir, que é o mais importante?, diz. O problema no joelho, pelo menos, ele garante que não tem mais. ?Depois de um ano parado não é fácil pegar ritmo e o maior exemplo é o Dagoberto. Falta um pouco ainda, mas ao longo do campeonato vou fazer de tudo para pegar esse ritmo?, projeta.
E como fazer isso sem poder jogar os 90 minutos? ?Estou procurando pegar o ritmo nos treinos para chegar no jogo e desenvolver um futebol melhor. No meio do campoenato vou estar bem melhor?, promete. Junto com o ritmo, ele também está se dedicando às finalizações. ?Todo treino eu peço pelo menos umas dez bolas para finalizar. Até o Romário, que é um atacante que eu admiro muito, trabalha finalização, mesmo com 41 anos. Então tenho que trabalhar muito mais que ele?, finaliza.