O centroavante Renaldo diz viver seu melhor momento no Paraná Clube e busca uma vitória pessoal nesta reta final do Brasileirão. O objetivo é encerrar a temporada como principal artilheiro do futebol paranaense na competição. A briga é direta com Marcel, seu adversário amanhã, e Ilan do Atlético. Com 13 gols, o experiente atacante é o principal goleador do Tricolor e está empatado com o concorrente atleticano e um atrás do coxa-branca.

“Estou crescendo na hora certa e por onde passei sempre fiz gols em clássicos”, lembra. “Tanto aqui no Atlético Paranaense, quando comecei, e em Minas, foi assim. Neste domingo, tenho a oportunidade de confirmar a fama”. Renaldo tem por norma prometer gols. Em muitos jogos deste brasileiro, não conseguiu cumprir. “Faz parte do jogo, mas com isso, me cobro ainda mais”. O atacante paranista ainda lamenta algumas oportunidades desperdiçadas e outros gols anulados incorretamente.

Pelas suas contas, poderia estar com 17 gols. “Daí, estaria em uma briga mais direta até pela artilharia do campeonato”, lamenta. Renaldo já foi artilheiro do Brasil em 1996, jogando pelo Atlético Mineiro. Foram 16 gols, mesma marca de Paulo Nunes, do Grêmio. “O jeito é correr atrás e esperar que as oportunidades surjam até em maior número daqui por diante”, comentou. Animado, Renaldo sentiu um grupo muito motivado e concentrado no clássico. “Foi uma semana legal, onde só houve coisas positivas. Agora, é colocar em prática”.

Do outro lado

O duelo entre os centroavantes anima Marcel. O jovem atacante, que vive sua melhor fase na carreira, vai enfrentar Renaldo, que ele considera “um grande jogador”. É mais uma chance para o artilheiro coxa provar o bom momento, além da oportunidade de reforçar sua marca nos clássicos. Em três confrontos contra Atlético e Paraná, Marcel marcou três gols.

Todos os gols foram marcados no campeonato paranaense, no qual ele foi o artilheiro. No Brasileiro, ele está longe dos 21 gols de Dimba – mas, com catorze, ele é o maior marcador entre os jogadores paranaenses. Isso faz dele o artilheiro do futebol paranaense em 2003, com 26 (ele também fez dois gols em amistosos).

Além disso, Marcel evoluiu como jogador. “Eu melhorei bastante nos últimos tempos, e isso me motiva a tentar crescer ainda mais”, comemora. Ele se tornou o cobrador oficial de faltas do Cori, além de ajustar-se melhor ao posicionamento de centroavante. Tal melhora faz ele ser lembrado até para a seleção olímpica. “É legal, mas minha preocupação é ajudar o Coritiba.

E para isso Marcel precisa vencer o duelo com Renaldo. “Ele é um ótimo jogador, tem uma história no futebol brasileiro”, elogia. E marcar contra o Paraná serve para aumentar a vantagem sobre o centroavante tricolor e sobre Ilan, que estão a apenas um gol dele. “É uma motivação a mais para o clássico. Espero conseguir ajudar o Coritiba”, finaliza.

Tricolor e Coxa num clássico inusitado

O Couto Pereira vai receber mais um clássico do campeonato brasileiro. Amanhã, às 16h, Paraná Clube e Coritiba se enfrentam com objetivos distintos: para o Tricolor, é a hora de equilibrar a campanha e arrancar para uma vaga na Libertadores; para o Coxa, a idéia é vencer para lutar cada vez mais pela liderança da competição. A partida tem um fato peculiar – depois de um bom tempo, o Coxa joga na sua casa como visitante.

Isso era comum até a década de 80, quando Paraná (ou Colorado, ou Pinheiros) e Atlético não tinham estádios que comportassem jogos de maior importância. Com a revitalização da Baixada e a inauguração do Pinheirão, o Alto da Glória perdeu o lugar cativo de ?dono? dos clássicos. Mas em alguns momentos da década de 90 ainda houve partidas com mando tricolor ou atleticano no Couto Pereira, mas nunca contra o Coxa.

Isso porque a instituição da inversão de mando nos regulamentos das competições impediu que acordos entre os clubes fossem firmados. Além disso, o aumento da rivalidade e até a rispidez entre as diretorias diminuía a possibilidade desses acontecimentos. Com Pinheirão e Arena em condições, tal acerto tornava-se impossível.

Mas o estádio da Federação está em obras para receber a partida entre Brasil e Uruguai pelas Eliminatórias da Copa, em 19 de novembro. Com isso, a diretoria paranista acertou com a alviverde a cessão do Couto Pereira para os nove jogos que tem como mandante até o final do brasileiro. Entre eles, o clássico de amanhã.

Até o posicionamento das torcidas será diferente. Para a torcida do Paraná, fica reservado a curva de entrada (na Rua Amâncio Moro) e as cadeiras inferiores e superiores – as da Rua Mauá seguem em obras. Já a galera coxa fica na reta da Mauá e na curva de fundos, na Rua Floriano Essenfelder. Os preços dos ingressos são os seguintes: arquibancada, R$ 15,00; cadeira inferior, R$ 30,00; cadeira superior, R$ 50,00. Os estudantes pagam meio-ingresso em todo o estádio.

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