O único representante do Brasil nas disputas masculinas de luta (também chamada de wrestling) será um armênio. Eduard Soghomonyan, que só no mês passado obteve a naturalização brasileira, ganhou de Antoine Jaoude na seletiva promovida nesta sexta-feira pela Confederação Brasileira de Wrestling (CBW), a antiga CBLA. Assim, vai competir na categoria até 130kg na luta greco-romana. Na luta livre masculino, o Brasil não será representado. Na feminina, terá quatro atletas.

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A seletiva vinha sendo postergada primeiro à espera da conclusão da naturalização de Eduard e depois no aguardo de um possível convite à Antoine Jaoude. Nesta sexta-feira, no encerramento do prazo dado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), ela foi disputada em “melhor de três”, no Rio. O armênio venceu as duas primeiras lutas, respectivamente por 3 a 0 e 5 a 2, e encerrou a disputa.

Eduard já vinha competindo pelo Brasil desde o ano passado, mas graças a uma chamada “naturalização esportiva”. Ele inclusive chegou a ganhar a medalha de prata no Campeonato Pan-Americano, disputado uma semana antes do Pré-Olímpico Pan-Americano. Só que, para disputar a Olimpíada, ele precisaria ter o processo de naturalização concluído junto ao Ministério da Justiça.

O lutador, que chegou ao Brasil em 2012, depois de fazer amizade com membros da delegação brasileira que disputou os Jogos Pan-Armênios de um ano antes, estava inscrito para tentar a vaga olímpica em março, em Frisco (Estados Unidos), mas passou mal antes da pesagem.

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Jaoude, que hoje em dia compete eventualmente no estilo greco-romano, foi chamado às pressas. Depois de ser eliminado na luta livre, recebeu a oferta de lutar, tentar a vaga para o Brasil e depois disputar uma seletiva contra Eduard, melhor do País na categoria. Topou.

Desde antes da seletiva, o lutador já vinha criticando a CBW pela situação. Ele não se entende com a confederação desde 2008. À época, conquistou a vaga nos Jogos de Pequim, mas o Brasil a perdeu. Isso porque a entidade não enviou nenhum atleta para o Campeonato Mundial, requisito para disputar a Olimpíada. Jaoude estava machucado e esperava que outro atleta fosse inscrito no Mundial só para a vaga na Olimpíada não ser perdida.

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“Nunca tive problema com Antoine, é um grande atleta e homem. Depois de tudo que passei, poder representar o Brasil nos Jogos Olímpicos é uma grande alegria. Agradeço aos meus amigos que abrigaram aqui no Brasil, a família Mikalian e à Confederação que me deu todo apoio. Agora é treinar e ir em busca da medalha para o Brasil”, disse Eduard ao site da CBW.

O Brasil teria direito a quatro convites na luta no Rio-2016, como país-sede. Mas, após quatro mulheres conquistarem classificação, os convites foram automaticamente cancelados. Não fosse a vaga conquistada por Jaoude, o País não teria representantes na luta masculina.