O Brasil está classificado para disputar o torneio masculino de basquete dos Jogos de Londres. Alcançou sua meta no sábado. Mas o Torneio Pré-Olímpico nunca deixou de ser uma Copa América, que classificava seus dois primeiros colocados para a próxima Olimpíada. Por isso, a necessidade de uma final. Muito mais interessada no jogo, para fazer a festa da torcida da casa, a Argentina venceu neste domingo, por 80 a 75 um time brasileiro que ainda estava em clima de ressaca após a vitória sobre a República Dominicana em Mar del Plata. Se os argentinos celebraram que “perderam quando podiam”, ao serem derrotados na segunda fase pelo Brasil, os brasileiros também podem usar o mesmo argumento.
O jogo, muito parelho, porém, só foi decidido nos últimos segundos. Depois de ver o Brasil fazer oito pontos em sequência no início do último quarto e abrir seis de vantagem, a Argentina engatou diversos ataques certeiros, marcou bem um nervoso time brasileiro, e tinha dez pontos de folga quando faltavam 38 segundos. O Brasil não aceitou a derrota e poderia ter chegado ao empate, mas, no último lance, com três segundos no cronômetro, Hettsheimer errou um passe e o time brasileiro não conseguiu os arremesso de três que deixaria tudo igual.
A partida reforçou dois problemas do Brasil: o excesso de erros em lances livres (acertou 13 de 21) e a deficiência na marcação no garrafão. Luis Scola, algoz do Brasil no Mundial da Turquia, foi responsável por 30 pontos. Pelo lado brasileiro, o cestinha foi Marquinhos, com 17. Tiago Splitter também foi bem, com 12. Marcelinho Machado, herói da classificação, só acertou um dos arremessos de quadra que tentou.
O JOGO – Para o time brasileiro, o primeiro quarto teve apenas cinco minutos. Foi esse o tempo necessário para Marquinhos e Splitter abrirem 8 a 6 para o Brasil. Depois, só deu Luis Scola e a Argentina fechou o quarto com 21 a 9 no placar.
O segundo quarto foi quase idêntico. Em cinco minutos e meio, o Brasil acertou a marcação e diminuiu a desvantagem até ficar a apenas três pontos da Argentina, quando placar marcava 25 a 22. Depois que Scola achou espaço na defesa brasileira, o time da casa abriu 35 a 27, indo com este placar para o intervalo.
Na volta do intervalo, o Brasil demorou a deslanchar. Só conseguiu depois de três minutos, quando começou a diminuir a vantagem argentina, que chegou a nove pontos. Conseguiu virar para 44 a 43 num chute de três de Guilherme Giovannoni, mas terminou o terceiro quarto com 50 a 48 para a Argentina.
O início do último quarto foi arrasador. Com Benite e Huertas, o Brasil abriu 8 a 0 no período e chegou a 56 a 50, mas parou por aí. Parou de pontuar e permitiu que a Argentina fizesse nove pontos em sequência e virasse o jogo. Novo xodó do basquete brasileiro, Rafael Hettsheimer mostrou que não tem medo de ninguém, tentou uma crava por cima de Luis Scola, mas parou no aro, sendo bastante vaiado pela torcida da casa.
Os últimos minutos comprovaram que a partida não tinha nada de amistosa. Quando conseguiu a cesta e a falta numa jogada de garrafão, Scola foi ao chão e comemorou socando a proteção do suporte da tabela, mostrando que a adrenalina estava a mil. O Brasil, porém, deixou o nervosismo falar mais alto. Giovannoni e Marcelinho Machado desperdiçaram contra-ataques na tentativa de dar passes difíceis, quando podiam procurar a cesta. Tiago Splitter, péssimo na linha de lance livre durante toda a competição, errou outras duas tentativas e ajudou a permitir que a Argentina fosse abrindo vantagem no placar.
BRONZE – Na decisão do terceiro lugar, 23 pontos de Al Horford e vitória da República Dominicana sobre Porto Rico, por 103 a 89. O jogo, porém, ficou marcado pela festa das duas equipes ao final. Atletas dos dois times se uniram no centro da quadra e formaram uma roda de dança, como se fossem uma só equipe.