A Argentina enfrenta neste sábado o Irã, às 13 horas, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, com um roteiro preparado para que o ataque batizado pelos torcedores de “Quarteto Fantástico” (Messi, Higuaín, Agüero e Di María) justifique a fama. O adversário é o frágil Irã, 43º do ranking da Fifa, que só venceu uma partida das 10 que fez em Copas do Mundo. Se vencer, os argentinos estarão classificados para as oitavas de final.

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Essa escalação ofensiva é o resultado de uma celeuma durante a semana. Na primeira partida, contra a Bósnia-Herzegovina, o técnico Alejandro Sabella tirou um avante desta formação e colocou um zagueiro. O time ficou mais defensivo e foi um horror no primeiro tempo. Na etapa final, voltou atrás, recolocou a equipe no ataque e venceu por 2 a 1. Messi cobrou publicamente a utilização dos quatro homens de frente. “Somos a Argentina. Não podemos nos fixar no adversário”, esbravejou.

Por isso, o treinador teve de responder a várias questões sobre eventuais problemas de relacionamento com o astro da companhia. “Não me perturbaram as opiniões do Leo. Perguntaram como ele gosta de jogar e ele respondeu, reiterando o que sempre disse”, afirmou Sabella em entrevista coletiva no Mineirão, nesta sexta-feira.

“Temos uma relação de cordialidade e de trabalho em grupo. Ele conversou com os jogadores e disse o que preferia com respeito. É bom ter um líder entre os jogadores. Às vezes, o técnico aprende, às vezes ensina”, afirmou Sabella, com um discurso humilde. “Os jogadores têm liberdade para falar. Temos de dar espaço e ouvir. Eu pedi a Messi que falasse com a imprensa”, revelou.

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As alternativas táticas ficam em segundo plano diante do rival deste sábado. Apesar da diferença técnica entre os dois times, Sabella garante que a equipe vai se dedicar totalmente para conseguir o triunfo. “Precisamos manter a concentração e a humildade. Não podemos acreditar que nossos rivais são fracos. É um jogo de Copa do Mundo. Isso não é discurso, é atitude de uma seleção. Sempre dar 100%”, disse o treinador.

Os argentinos esperam encontrar um rival fechado, preocupado em fechar todos os espaços. Neste cenário, o treinador revelou qual será a estratégia. “Precisamos manter a posse de bola e jogar com rapidez. É preciso trocar passes rápidos para abrir espaços”, revelou.

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Outro aspecto favorável aos argentinos tem relação com a superstição, coisa que Sabella valoriza. Foi no Mineirão que ele conquistou o título que o credenciou para dirigir a seleção. Em 2009, quando dirigia o Estudiantes, foi campeão da Copa Libertadores dobrando o Cruzeiro no palco mineiro.

A campanha foi tão marcante que ele convocou quatro jogadores daquela equipe: o goleiro Andújar, o zagueiro Federico Fernández, o meia Enzo Pérez e o lateral Marcos Rojo. “Tenho boas recordações desse estádio”, confessa Sabella. Para tentar recriar o cenário da conquista, Sabella pediu para usar o banco de reservas e o vestiário de visitantes, como em 2009. Mas a Fifa negou.

IRÃ – O técnico português Carlos Queiroz conta com a força da torcida brasileira para tentar surpreender a Argentina. “Contamos com a torcida brasileira. Somando os iranianos e os brasileiros, seremos mais numerosos que os argentinos”, convocou o treinador do Irã.

Na estreia na Copa, os argentinos sofreram pressão da torcida brasileira, que apoiou os bósnios no Maracanã. Antes de decidir a partida, Messi chegou a ser vaiado e os brasileiros gritaram “Neymar”. Nos minutos finais, depois que a Bósnia-Herzegovina diminuiu o placar para 2 a 1, a torcida incentivou os bósnios

até o final em busca do empate.

Por outro lado, Queiroz sabe de suas limitações e reconhece que as expectativas das equipes são diferentes para a partida. “A Copa que a Argentina disputa será diferente da nossa. A Argentina joga para disputar o título. Nós jogamos para fazer um bom papel e sair de cabeça erguida, fazendo uma partida digna de uma Copa do Mundo”, afirmou o treinador. “Não fizemos grandes treinos e não fomos testados contra grandes equipes. Esse será o jogo mais importante da história do Irã”, disse o português.

Questionado sobre a estratégia para marcar Lionel Messi, o treinador afirmou que terá de se preocupar com toda a equipe argentina. “A questão não é parar Messi. A questão é parar todo o time da Argentina. Vamos tentar fechar os espaços, mas não temos como marcá-lo”, admitiu o técnico.