O Brasil bem que tentou, mas deu Argentina no torneio de canoagem dos Jogos Sul-americanos. Ontem, no segundo e último dia da competição, nossos “hermanos’ confirmaram a supremacia na América do Sul, dominando a maioria das provas disputadas na raia do Parque Náutico do Iguaçu, em Curitiba.
O lado positivo fica por conta do desempenho dos atletas nacionais em provas de resistência longa distância que foram disputadas sábado com percurso de 1000 metros. No sábado, a seleção brasileira de canoagem conseguiu uma vitória, mesmo que apertada, contra os argentinos, tidos como bicho-papões do esporte até a última edição do Sul-americano (Cuenca/98, no Equador). Das sete provas do primeiro dia, brasileiros e argentinos subiram ao lugar mais alto do pódio três vezes o Chile ganhou uma. O desempate se deu nas medalhas de prata, com os brasileiros conquistando três contra duas dos rivais.
Ontem porém os resultados, mostraram que a seleção brasileira não é páreo para os argentinos quando se trata de velocidade (distâncias de 500m e 200m). Das 16 provas do dia, foram nove vitórias argentinas contra quatro brasileiras. Já os chilenos venceram três.
Todas as delegações no entanto se mostraram satisfeitos, pois entenderam que a competição apresentou um alto nível técnico. “Os resultados falam por si. Tivemos provas disputadas com muito frio, mas os tempos foram satisfatórios”, pondera o presidente da Federação Paranaense de Canoagem, Argos Gonçalves Rodrigues.
Vitória final
Mas se o triunfo não foi brasileiro, pelo menos na última prova os brasileiros fecharam com chave de ouro, com a vitória no K4 200m. Guto Campos, Fábio Demarchi, Roger Caumo e Sebastián Cuattrin garantiram a medalha de ouro.
Com este resultado, o Brasil ficou na segunda colocação no ranking de medalhas da canoagem, com 19 no total (sete de ouro, nove de prata e três de bronze), terminando atrás da Argentina, que subiu 20 vezes ao pódio (12 de ouro, seis de prata e duas de bronze). O quarteto masculino brasileiro terminou o K4 200m em 31s146, superando a equipe argentina (Fernando Redondo, Cesar de Cesare, Miguel Correa e Martin Redondo), que fechou o percurso em 32s149 e levou a medalha de prata. Os venezuelanos Alberto Prado, Marcell Benett, José Giovani Ramos e Jesus Canachi ficaram com o bronze (33s577).
Cuattrin, recordista de pódio
Os brasileiros encerraram sua participação na canoagem em segundo lugar. Mas todos os competidores, tanto das canoas quanto dos caiaques, argumentaram que o trabalho de base está começando a trazer resultados. Para o brasileiro Sebastian Cuattrin, que se tornou o atleta brasileiros recordista em medalhas. Até o início do Sul-americano, Sebastian havia conquistado 12 medalhas na competição. Mas ontem, ele completou o incrível número de 20 medalhas. Isso significa que ele é o recordista de medalhas do Brasil, uma vez que subiu ao pódio nas oito provas que disputou, sendo quatro vezes no local mais alto, para dourar o peito com o ouro.
Cuattrin considera que o desempenho no Sul-americano foi um incentivo a mais para a equipe brasileira que no início do próximo mês começa a disputa mais difícil, com a participação do Brasil no Mundial de Sevilha, na Espanha. “Sair de casa com um resultado tão bom como este, vai servir para que nossa equipe chegue lá com o moral elevado”, conta o canoísta. Para ele no entanto, o sonho de ter uma equipe forte o suficiente para chegar com time completo na Olimpíada, vai demorar um pouco mais. Não será em Atenas, embora ele e seus companheiros prometam esforço. Para tanto, a luta começa no nesta edição do Mundial, segue no Pan-Americano de Santo Domingo, na República Dominicana e terá ainda outro “vestibular’ no Mundial do ano que vem.
“Agradeço a Deus pelo ótimo desempenho deste ano. Sem esquecer do apoio da Duke Energi, nosso patrocinador e do COB, que comprou os equipamentos de ponta que fizeram a diferença nos nossos resultados”, reconheceu Cuattrin, que ainda fez um elogio especial à estrutura do Parque Iguaçu e ao público, que ontem não decepcionou e compareceu em bom número para acompanhar as provas.