Templo do torcedor atleticano, o estádio Joaquim Américo Guimarães, que completa amanhã cem anos de existência, é considerado, desde a fundação do Atlético, em março de 1924, um dos grandes aliados do Furacão nas suas principais conquistas da sua quase centenária história vitoriosa. Até o final do mês passado, desde a arquibancada de madeira e das outras reformulações que o caldeirão passou no decorrer dos anos, até se transformar em um dos mais modernos estádios do futebol brasileiro e sul-americano, foram 1274 partidas realizadas na Baixada. Destas, o Rubro-Negro saiu vitorioso em 789 oportunidades, somou 260 empates e foi derrotado 227 vezes, totalizando aproveitamento de 68,7%.
Fundado em 26 de março de 1924, o Atlético fez o primeiro jogo na Baixada no dia 06 de abril do mesmo ano, em um amistoso contra o Universal. Como as novas camisas da nova equipe que surgia no cenário do futebol paranaense e que mais tarde se tornaria uma das potências do Brasil, não ficaram prontas a tempo, o time atleticano venceu o adversário por 4×2 atuando com as camisas do Internacional, que foi um dos clubes que deu origem ao Atlético. Ainda naquele ano, o Rubro-Negro disputou mais oito jogos dentro do seu estádio e conseguiu mais quatro vitórias, um empate e três derrotas.
Cada vez mais consolidado no futebol paranaense, o Atlético foi aprendendo a fazer da Baixada o seu reduto e principal aliado nas partidas disputadas dentro de casa. Entretanto, em algumas temporadas, como nos anos de 1932 e 1933, quando o clube passou por momentos de transição, as campanhas, mesmo como mandante, não foram boas. Enquanto em 1932 o time atleticano conseguiu somente uma vitória em nove jogos, no ano seguinte, a equipe rubro-negra terminou a temporada sem conquistar nenhum resultado positivo das sete partidas realizadas sob seus domínios.
Em 1949, o Atlético, chamado de Tufão pela imprensa na época, foi reconhecido rapidamente como o Furacão de 49. Comandado pelo artilheiro Neno e pelo técnico Motorzinho, o time atleticano daquele ano foi quase perfeito atuando na Baixada. Em 12 partidas disputadas, foram onze vitórias e apenas uma derrota, com 45 gols marcados e 24 sofridos.
Sempre regular atuando no Joaquim Américo, o Furacão voltou a se destacar jogando em seus domínios na década de 80, quando conquistou três vezes o Campeonato Paranaense e chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro na competição de 1983. Neste ano, além da conquista estadual e da boa colocação no Brasileirão, o Rubro-Negro revelou o casal 20, formado por Washington e Assis para o futebol brasileiro. Dentro de casa, nesta temporada, a equipe atleticana, em vinte duelos, venceu doze, empatou três e perdeu cinco. Dois anos depois, quando levantou novamente o caneco do Paranaense, o Atlético, em onze partidas na Baixada, venceu seis, empatou duas e perdeu apenas três.
Fechada de 1987 a 1993, a Baixada voltou a ser a casa do torcedor atleticano a partir de 1994. Apesar de não ter vencido nenhuma competição neste ano, o Furacão somou um dos seus maiores aproveitamentos atuando no Joaquim Américo. Em dez partidas, foram sete vitórias, três empates e nenhuma derrota. No ano seguinte, o estádio rubro-negro foi grande aliado do clube na conquista do título da Série B do Campeonato Brasileiro e do acesso à Primeira Divisão. Em 25 jogos na temporada como mandante, o Atlético somou vinte vitórias, três empates e apenas duas derrotas.
Dois anos depois, o Joaquim Américo foi mais uma vez fechado, mas desta vez para se transformar em um dos mais modernos estádios do Brasil e passar a ser chamado de Arena da Baixada. A pressão sobre os adversários, que já era grande, aumentou a partir de 1999, quando o novo caldeirão atleticano foi reformado e ampliado. No mesmo ano, o Rubro-Negro, venceu a seletiva para a Libertadores da América e, no ano seguinte, disputou pela primeira vez o torneio sul-americano.
A partir dos anos 2000, a Arena da Baixada se tornou objeto de medo dos adversários que vinham à Curitib,a enfrentar o Atlético. Depois de parar nas oitavas de final da Libertadores, o Furacão teve a sua primeira e principal conquista na temporada seguinte, quando conquistou o Campeonato Brasileiro de 2001. Naquele ano, o time atleticano, comandado pelo técnico Geninho, fez 34 partidas no Joaquim América e conquistou 25 vitórias, seis empates e foi derrotado apenas três vezes.
Três anos mais tarde, o Atlético, com mais um grande aproveitamento dentro dos seus domínios, foi vice-campeão brasileiro com rendimento de 78% na Arena durante a temporada. Apesar de somar bons rendimentos nos últimos anos dentro de casa, o Furacão, em 2011, ano em que o estádio atleticano foi fechado para ser reformado e ampliado para sediar quatro jogos da Copa do Mundo, em junho deste ano, protagonizou um dos capítulos mais tristes dentro da sua própria casa. Apesar de ter vencido o clássico contra Coritiba por 1×0, em dezembro daquele ano, o Rubro-Negro não evitou o rebaixamento para a Segunda Divisão. Na Arena, o rendimento do Atlético naquela temporada foi de apenas 59% em 34 partidas realizadas como mandante.