Arena da Baixada ainda preocupa a Fifa

A contagem regressiva para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil entra na reta final. Ontem, o evento ficou a 200 dias de seu início, colocando mais pressão sobre as obras dos seis estádios que ainda estão a caminho de ser concluídos. No entanto, três deles preocupam, e muito, a Fifa.

O principal deles é a Arena da Baixada. Com o cronograma atrasado, o estádio do Atlético sequer tem um número oficial de quanto as obras avançaram. Enquanto a CAP S/A – sociedade de propósito específico criada para gerenciar a reforma no estádio – alega que cerca de 83% da reforma já está concluída, há duas semanas membros da Fifa afirmaram que o número real é de 75%.

Na semana passada, foram iniciadas as instalações das primeiras cadeiras – sem serem retráteis, como exige a Fifa – e a expectativa é que até sábado que vem todos os guindastes que estão no local reservado ao campo sejam retirados. O final de novembro é o último prazo para que comece a colocação do gramado. A previsão de entrega do estádio é para 31 de dezembro, mas o clube e a prefeitura já admitem que o evento-teste, marcado para o dia 26 de janeiro, será realizado sem que a Arena esteja 100% concluída – isso se ocorrer.

O principal problema está na questão financeira. Como o Atlético se nega a dar mais garantias, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não quer liberar os R$ 19 milhões restantes da quarta parcela do empréstimo, totalizada em R$ 32 milhões, mesmo com a dívida de R$ 1,7 milhão referente aos juros dos empréstimos anteriores já ter sido quitada.

Outro estádio que vem preocupando é a Arena Pantanal, em Cuiabá. Com 85% das obras já concluídas, a sede de quatro jogos da Copa luta contra o tempo para entregar o mínimo necessário no final do ano. Somente no começo do mês é que a Kango Brasil – empresa do filho do presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia – foi autorizada a iniciar a instalação das cadeiras no local, após entrave que se arrastou por quase dois meses. Devido a um questionamento do Ministério Público em relação aos valores dos assentos, o acordo entre a Kango e a Secretaria Extraordinária da Copa 2014 (Secopa) foi anulado. Porém, a empresa entrou na Justiça e conseguiu reaver o contrato, mas teve de reduzi-los em R$ 1,2 milhão, passando para R$ 18,2 milhões. Além das cadeiras, a cobertura está na reta final e a tendência é que nos próximos dias comece a instalação do gramado.

Outra sede que deixa a Fifa em alerta é a de Manaus. O estádio completou 90% das obras concluídas. No entanto, o avanço nas reformas teve o ritmo diminuído devido às chuvas na capital amazônica. Mesmo assim, a promessa é de que o estádio será entregue em dezembro. Para isso, 1.900 operários trabalham 24 horas por dia. No momento, a parte da fachada está perto de ser finalizada, assim como a instalação das cadeiras, que já passou da metade. O próximo passo será colocar as traves no gramado, que já está crescendo no local.

À frente

Por outro lado, os outros três estádios estão praticamente concluídos. Apesar de ter chegado aos 90% das obras concluídas, o Beira-Rio, em Porto Alegre, encontra-se em ritmo acelerado. Na semana passada, as membranas das coberturas começaram a ser instaladas e devem ser concluídas em 20 dias. Os refletores e os assentos também já estão na reta final de instalação.

Já o Itaquerão, em São Paulo, e a Arena das Dunas, em Natal, são as mais avançadas, ambos com quase 95% das obras concluídas e com previsão de serem concluídas antes do prazo exigido pela Fifa.

Mais estádios em reforma

Entre os outros seis estádios que serão utilizados na Copa do Mundo, e que foram sedes da Copa das Confederações, dois também passam por reformas. O principal deles é o Mané Garrincha, em Brasília. Muito prejudicado, devido à sequência de jogos pelo Campeonato Brasileiro, amistoso da Seleção Brasileira e shows, o gramado passou por uma adequação. O campo foi rebaixado em 12 milímetros para que pudesse ,ser nivelado e também receber areia.

Outro que precisou passar por reformas foi o Castelão, em Fortaleza. No entanto, o motivo foi o vandalismo por parte da torcida do Fortaleza. Em outubro, a equipe cearense jogou no estádio, empatou por 2 x 2 contra o Sampaio Corrêa-MA e foi eliminado da Série C do Campeonato Brasileiro. Revoltados, os torcedores fizeram um verdadeiro quebra-quebra no estádio, destruindo algumas instalações e também cerca de três mil cadeiras.

Já a Fonte Nova terá instalada para a Copa do Mundo uma arquibancada móvel atrás de um dos gols. A mesma já foi utilizada na Copa das Confederações e retirada após o término da competição.