A possibilidade do surgimento de uma Arena Atletiba, casa conjunta de Atlético e Coritiba, voltou à tona. Unir os dois maiores rivais do estado sob o teto da Baixada seria a solução para pagar a reforma do estádio para a Copa do Mundo e custear a manutenção dele daqui para frente.
O assunto foi tema em um jantar recente que reuniu os presidentes dos dois clubes, Mario Celso Petraglia, do Rubro-Negro, e Rogério Bacellar, do Alviverde. A conversa foi revelada pelo colunista Augusto Mafuz, da Tribuna do Paraná, em textos publicados na quinta-feira (5) e nesta sexta-feira (6).
O mandatário coxa-branca, entretanto, se esquiva: “Não teve isso. Arena Atletiba era para ser no Pinheirão [no período em que se discutia a indicação do estádio de Curitiba para a Copa], mas os dirigentes de Atlético e Coritiba preferiram ficar com seus estádios”, comenta Bacellar.
Desde a eleição de Bacellar, no final do ano passado, os dois clubes têm se aproximado cada vez mais. Atuaram em conjunto para acertar o patrocínio da empresa de telefonia Tim. Costuraram ainda a candidatura de Ricardo Gomyde para a presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
A parceria para a Arena Atletiba, entretanto, não deve prosperar. “Nós não queremos. Hoje o Coritiba tem que reformar o Couto Pereira, torna-lo viável e confortável para o seu torcedor”, comenta Bacellar.
O custo final da remodelação do Joaquim Américo para o Mundial ficou em R$ 391,5 milhões. Modernização projetada a partir de um acordo tripartite entre o Atlético, a prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná, a divisão dos valores entre os três para o pagamento ainda gera discussão e polêmica.
A vontade de transformar a Baixada em sede também do Coritiba é um desejo antigo de Mario Celso Petraglia. Foi revelada primeiramente em uma entrevista à revista Ideias, em agosto de 2009, quando o cartola estava afastado do Atlético, então presidido por Marcos Malucelli.
“Eles vendem o Couto Pereira, pegam esse dinheiro e a gente termina a Arena. Aí o estádio fica exclusivamente privado. Quando um joga fora, o outro joga dentro; quando um joga sábado, o outro joga domingo. Teremos 70 datas por ano para viabilizar”, afirmou Petraglia à publicação.
Questionado sobre a rivalidade entre os dois clubes, Petraglia declarou na oportunidade: “Precisamos jogar fora a pobreza da aldeia e deixar de lado a emoção e a paixão, o fanatismo e a inveja. É preciso trabalhar o futebol, neste momento, como negócio, até para depois aumentarmos tanto o faturamento quanto à paixão”.