A partida contra o Vitória já havia terminado. O Palmeiras estava rebaixado. A hora era de ir para o ônibus que levaria o time para o hotel. Depois de ter enfrentado a imprensa, Arce, capitão do time, encontra uma palmeirense chorando. Ele não se controla e entrega sua camisa a ela. O lateral paraguaio sobe as escadas e vai para o fundo do ônibus. E, sozinho, chora.

Ao chegar em casa, ele procura se animar brincando com uma de suas filhas no computador. Não resiste e abre o seu e-mail pessoal. Lá diversas mensagens dos seus amigos, dando força e incentivo depois do rebaixamento. Arce era a peça principal do elenco palmeirense. Outra vez, não se contém e chora. “Chorei escondido pelo momento mais triste da minha carreira.”

As lágrimas não lavaram a sua vergonha. O jogador de 31 anos está passando por momentos duros. Justo ele, que havia garantido que não entraria para a história como o “capitão do rebaixamento”. O paraguaio sabe que ficará marcado enquanto viver. “Quando voltar ao Palmeiras daqui a uns vinte anos, para matar a saudade, tenho certeza de que vou ouvir das tribunas: ‘Olha lá, é o capitão do time que foi rebaixado’. Sentirei a mesma vergonha que sinto agora.”

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